Enquanto o Benfica marcava o segundo golo, apesar do reboliço aqui em casa, dedico-me a continuar este
post, desta vez sobre outras terras do norte e algumas das suas iguarias. Siga-me, então, nesta viagem e acompanhe-me nesta pequena história (gastronómica) portuguesa!
Primeira estação:
Mirandela!
Presumível terra de Bartolomeu Dias (navegador português que dobrou o "cabo das tormentas", mais tarde designado como "cabo da boa esperança", na costa sul africana),
Mirandela está situada no nordeste transmontano e é vizinha do rio Tua. Anteriormente, chamada de
Caladunum, esta cidade apelidada como a sede da "terra quente", por ter um microclima que confere ao local, uma zona estival quente; recebeu foral, em 1250, pelo rei D. Afonso III.
Uma das suas iguarias mais famosas são um tipo de enchidos, denominados "alheiras" (adoro)! Segundo se diz, reza a história que estas teriam sido inventadas pelos cristãos novos (judeus presumivelmente "convertidos"), que para ficarem integrados na comunidade, substituíram a carne de porco pela de aves (quem não sabe, os judeus não comem carne de porco, ao contrário dos cristãos). Consumida, grelhada, assada ou cozida, a alheira está presente na maior parte dos restaurantes da cozinha portuguesa.
Gostei da cidade e aproveitei para comprar alguns destes famosos enchidos, além de ter visto este bonito palácio, o "palácio dos Távoras", uma das habitações de uma antiguíssima família de nobres, atual câmara municipal!
Depois, seguimos viagem para a histórica cidade de Bragança! Fundada e associada ao rei lendário Brigos, em 1906 a.C, foi mais tarde conquistada e reedificada pelos romanos que lhe terão dado o nome de juliobriga. Posteriormente, foi repovoada pelo rei D. Sancho I que lhe concedeu o primeiro foral em 1187 e o atual nome de "Bragança" em 1199.
A sua maior atração é o bonito castelo bastante bem preservado (apesar de ter achado, na generalidade, a cidade um pouco mal cuidada e sem vida), do século XIII e em estilo gótico.
Paramos, então, para ver o atual parque natural de montesinho, criado em 1979 e que abrange 75 mil hectares, sendo uma das maiores áreas protegidas do país e um dos territórios mais ricos em vida selvagem. É atravessado por vários rios como por exemplo, aqui o rio Tuela.
Acabamos por almoçar tardiamente em Chaves, onde acabamos também por descobrir o pastel característico da região: "o pastel de Chaves", um pastel de massa folhada finíssima recheado com carne picada no seu interior, embora existam muito mais petiscos regionais oriundos da região que podem ser apreciados (presunto, cabrito, cozido, feijoada, truta, folar, enchidos...).
Chaves, anteriormente designada como Aquae flaviae, está associada às fontes termais que aqui brotam, uma das mais quentes da europa e uma das maiores riquezas desta cidade. Os romanos estabeleceram aqui as primeiras povoações há mais de dois mil anos e a cidade foi reconquistada no século XI, por D. Afonso III, tendo passado a ser território português em 1160. Aqui, também, foi, provavelmente, impresso o primeiro livro da língua portuguesa no século XV.
E algum tempo depois, bastante tempo depois, após termos ficado completamente perdidos em pleno Gerês, sem GPS e quase sem carro, acabamos mesmo por dormir num hotel (Ibis), em Braga!
(continua)
loading...
Nos dias 4 a 7 de Dezembro, o nordeste transmontano recebeu um evento que prometia ser uma inspiração para o turismo nacional. Nos dois primeiros dias, em Bragança e em Mirandela, reuniram-se vários especialistas internacionais num fórum sobre turismo...
Numa das povoações mais antigas do ocidente, fundada pelos fenícios, há três mil anos atrás, ergue-se um castelo (em árabe: al-Qasr) com uma vista soberba sobre o rio Sado, esse rio que (invulgarmente) corre do sul para norte! Estávamos,...
Terceiro dia de viagem e continuávamos nós, num dia outonal e chuvoso de Outubro, no norte de Portugal! Apesar do mau tempo nos ter impedido a visita ao Gerês, deambulamos um pouco, na parte da manhã, por Braga, a mais antiga cidade portuguesa,...
Confesso que adoro Sintra! Para mim é um dos locais mais românticos deste país à beira mar plantado e adoro lá voltar...e se em Agosto do ano passado não tive oportunidade de visitar o palácio nacional quando lá estive (encerra às quartas) este...
A passagem de ano foi passada em Sagres na companhia do meu marido e alguns amigos e amigos deles. Pensava que ia estar frio...não que faça frio propriamente dito mas naquela zona costuma estar um vento cortante que não havia. Assim passamos...