Se existe uma expressão de "todos os caminhos vão dar a Roma", ali na ilha da Madeira "todos os caminhos vão dar ao Funchal" (não fosse o caso de estarmos numa ilha em pleno oceano Atlântico, a mais de 600 quilómetros da costa africana).
De fato, o Funchal situado na costa sul é a capital da ilha e possui o maior aglomerado populacional de todo o arquipélago (como são lindas as encostas com o seu casario)!
E, se há uma década atrás, andei por ali algumas poucas horas, desta vez fomos várias vezes explorar o centro (e não só) do Funchal (inclusivamente e infelizmente, o hospital, também)!
Antes disso, um pouco da história da ilha da Madeira e do
Funchal!
Apesar de existirem evidências claras de que as ilhas da Madeira e das Canárias já seriam conhecidas no século XIV, foi apenas em 1420 que Gonçalves Zarco terá desbravado uma ilha com matagal denso, chamada Legname (mais tarde designada como ilha da "Madeira") e voltado cinco anos mais tarde para coloniza-la, com uma série de pessoas oriundas do algarve, norte de Portugal e da europa (inclusive judeus e muçulmanos)!
Após numerosas queimadas deste extenso matagal, a ilha foi dividida em duas capitanias: a da norte para Tristão Vaz e a do sul para João Gonçalves Zarco. A criação de animais e o progresso da agricultura com importantes culturas (como cana de açúcar, vinha, bananeira, corantes e madeira) permitiram desenvolver a ilha, tendo sido construídas capelas e habitações ao seu redor.
Com a importação do açúcar do Brasil, a ilha passou por um largo período de crise! Contudo, o açúcar importado vinha em antigas caixas de mogno, aproveitadas no mobiliário local, tendo ficado conhecidas como "caixas de açúcar", do século XVII (vimos algumas no
museu Quinta das Cruzes, a nossa última atração visitada por nós).
As casas senhoriais construídas propositadamente nas encostas montanhosas, em pedra vermelha e basalto negro abundantes na ilha, tinham como finalidade a vigia dos barcos piratas que assolavam a ilha. Um desses exemplo é este museu, um museu de artes decorativas (cujas fotos estão interditas no seu interior), construído no lugar da antiga habitação de Zarco e aberto ao público, desde 1953!
Além das peças de mobiliário, anteriormente mencionadas, existem muitas outras como porcelanas, faianças e outras interessantes peças de prata e de marfim. No seu bonito jardim está ainda a pedra tumular de Gil Eanes, o construtor da
sé (outra da bonitas atrações da capital) e a presença de duas janelas manuelinas. Perto, está ainda o convento de Santa Clara!
A designação da capital (
Funchal) veio da enorme quantidade de funcho existente, aquando da sua "descoberta", tendo passado a vila em 1452, quando D. Afonso V lhe deu carta de foral e mais tarde passado a cidade, por D. Manuel em 1508!
A
sé foi construída a partir da rocha vulcânica da ilha, um monumento à fé e à devoção dos primeiros colonos, mandada construir em 1493 por D. Manuel! Os retábulos do altar mor em talha dourada e as lindíssimas pinturas do teto são consideradas uma das mais valiosas deste género em Portugal (foi pena não ter conseguido explorar com mais detalhe, pois nas três vezes em que lá estive ou estava fechada ou com o serviço de eucaristia).
Continuando o passeio (acabamos por fazer várias vezes este mesmo percurso) fomos até ao mercado dos Lavradores, um mercado inaugurado em 1940, cheio de bancas coloridas de perfumadas flores e de exóticas frutas, de diferentes variedades de batatas e frutas desidratadas, artesanato e é claro: peixe fresco (particularmente o peixe espada preto consumido muito na ilha).
Antes disso, passamos pelas ruínas e de um troço muralhado, restaurado, do século XVI!
Depois passamos por algumas ruas com vários restaurantes (cada um mais chamativo do que o outro, torna difícil a escolha), pelo palácio de S. Lourenço situado no cais velho da cidade antes de chegar à fortaleza de Santiago. Esta modificada no século XVIII, outrora uma guarnição militar alberga atualmente o museu de arte contemporânea!
Tivemos ainda oportunidade de visitar (noutros dias, voltando atrás) o parque municipal de Santa Catarina com um lindo lago e é claro...muitas flores!
Depois pela estátua do
Cristiano Ronaldo, oriundo da ilha da Madeira, um dos maiores jogadores de futebol de Portugal (e do mundo!). Perto, existe também um museu com o seu nome e com os prémios da sua carreira (encerrado por ser sexta feira santa)!
E é claro passamos também numa das praias com o seu grosso cascalho (uma desilusão para qualquer amante de praia de areia clarinha e fininha, mas isso também já eu sabia!).
A viagem segue dentro de momentos...é melhor comer, agora, qualquer coisinha (leve) antes de entrarmos no teleférico até ao Monte!
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