Baden-Baden, a rainha das estâncias termais alemãs
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Baden-Baden, a rainha das estâncias termais alemãs




O idílico parque de Baden-Baden

          Ao visitar Baden-Baden, Bill Clinton foi direto: "So nice that you have to name it twice". Devo dizer que, assim como o ex-presidente norte-americano, também gostei muito desta estância. Tanto é verdade que conheci Baden-Baden em 2010 e retornei no ano seguinte para uma estadia maior, quando percorri o sudoeste da Alemanha em passeio de uma semana.

          Afinal, qual o seu segredo? A combinação de parque, fonte de água mineral, spas e  edifícios elegantes no estilo belle-époque atua como imã para atrair os visitantes. Uma manutenção impecável de todo este patrimônio, aliada a uma preocupação em evocar a aura glamourosa do apogeu da cidade no início do século passado também colaboram bastante. Por exemplo, ao passearmos pelo parque fica até fácil imaginar os casais da época fazendo o seu footing vespertino. 
 
Vista de Baden-Baden obtida do alto do parque. O prédio clássico branco na parte de baixo é o luxuoso Hotel Europäischer Hof.
          Baden-Baden, com 55.000 habitantes,  está situada no vale do rio Oos à beira da Floresta Negra em Baden-Württemberg. Fica a hora e meia de trem de Frankfurt e a apenas sessenta quilômetros da francesa Strasbourg.  Entretanto, a estação ferroviária dista quatro quilômetros do centro da cidade. Para se chegar até lá, toma-se o ônibus 201 ou 243, expresso um pouco mais rápido. Para quem possui o passe estadual ferroviário, a passagem é gratuita. A cidade também conta com um aeroporto que divide com a vizinha Karlsruhe, servido pela Ryanair.

          Utilizei Baden-Baden também como base para visita a Heidelberg, detalhada no post anterior, e para incursão à Floresta Negra. Hospedei-me no bom hotel Merkur, um três estrelas situado em rua tranquila a uma quadra da Augustaplatz, uma das portas de entrada do parque e parada principal dos ônibus municipais. A cidade acrescenta a cada diária uma irritante taxa de turismo de 3,20 €, que dá direito a alguns descontos - peça o folheto explicativo na recepção do hotel.
 
O rio Oos atravessando o parque
            A palavra alemã Baden significa "banho", e a história de Baden-Baden se inicia na época dos romanos, que já usavam as fontes subterrâneas como estância termal. Em 1810, a nobreza local decidiu construir um spa sobre as antigas termas romanas. Algumas décadas mais tarde a inauguração do cassino catapultou Baden-Baden para a fama, atraindo personalidades como Bismarck, Tchaikovsky e a rainha Vitória da Inglaterra. Banhar-se em suas termas e frequentar o cassino era um inequívoco sinal de status.
    
Caminhada tranquila no parque de Baden-Baden

            O extenso parque ao longo do  rio Oos  acompanha boa parte da cidade e é o seu centro nevrálgico. Caminhar por suas alamedas é um dos programas favoritos da população, e uma atividade interessante é acompanhar os quadros espalhados pelo parque com fotos tiradas há cem anos e verificar que quase nada mudou, exceto a vestimenta das pessoas. Concertos são realizados à tarde no seu auditório ao ar livre (grandes concertos são realizados em outro teatro, o Festspielhaus). Um passeio romântico pode ser feito em charretes que cruzam o parque, com condutores vestidos a caráter, de fraque e cartola. Nele se encontram ainda os principais prédios clássicos da época áurea. Acompanhando-se de norte para sul a sua aleia principal com 2,5 quilômetros de extensão, a Lichtentaller Allee, temos:

A Fonte Josefina no Gönneranlage

          A igreja mais conhecida, Stiftskirche, de estilo predominantemente gótico, se localiza na parte mais antiga e elevada do centro, numa praça com aparência medieval e um pouco desolada (e por isso, em surpreendente contraste com o restante da cidade). Sua torre cor-de-rosa pode ser vista de diversos pontos de Baden-Baden.

A Igreja Stiftskirche
         Logo atrás ficam os dois spas que aproveitam as fontes subterrâneas. O primeiro, Friedrichsbad, funciona desde o século XIX em um prédio clássico, tendo sido glorificado por Mark Twain quando nele se banhou. Em suas instalações luxuosas se segue um roteiro de dezessete passos, progressivamente regredindo na temperatura do vapor e da água. Há dias da semana em que o banho, totalmente sem roupa, é segregado para os dois sexos, e outros em que é misto. Tem-se três horas para fazer o circuito e o ingresso mais simples custa €23. Já o segundo spa, Termas de Caracalla, possui aspecto mais mundano e moderno - foi inaugurado há duas décadas. Aqui a entrada para duas horas de ócio é mais barata, €14 , e se usa roupa de banho tradicional em suas piscinas de diferentes temperaturas, algumas ao ar livre. O spa Caracalla é bastante frequentado por crianças e adolescentes, raros de se encontrar nas demais atrações.

         Ainda no centro da cidade, outra opção é visitar o novo Museu Fabergé, onde se pode apreciar os artefatos e joias fabricados pela família Fabergé em São Petersburgo no século XIX. A principal peça em exposição é o famoso ovo que pertenceu aos Rotschild.
      
A praça da Prefeitura (à esquerda). A escadaria leva à Stiftskirche.
          Um restaurante com comida gostosa é o Löwenbräu, localizado na pracinha da prefeitura. É especializado em comida bávara e alguns garçons vestem a lederhose, a calça de couro curta típica da região.

           No próximo post, adentramos a Floresta Negra.

* Este é o terceiro de uma série de sete posts sobre Baden,Alemanha. Para visualizar os demais acesse: Tour pelo sudoeste da Alemanha.



  Postado por  Marcelo Schor  em 07.05.2012  



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