Reykjavik - parte II
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Reykjavik - parte II



O histórico prédio do Parlamento Islandês, no centro da cidade

       Continuando nossa andança por Reykjavik, seu centro histórico  é relativamente compacto, situado junto ao porto. Pode-se visitar a Aðalstræti, a rua mais antiga, no local onde ficava a fazenda do primeiro europeu que se estabeleceu na ilha no ano de 874. Um antigo poço usado para suprimento de água ainda permanece na sua calçada.
       O principal prédio no centro é o Parlamento, datado de 1881, que impressiona pelo seu tamanho pequeno. Ao seu lado na praça principal se encontra a catedral da cidade.

Um habitante do lago Tjörnin admirando a paisagem

      Já o prédio da Prefeitura foi construído em concreto sobre pilotis que avançam sobre o lago Tjörnin, e destoa das demais construções do centro pela sua modernidade. No saguão do térreo não perca o modelo em relevo retratando a Islândia, onde se pode comprovar o tamanho e a importância das geleiras e vulcões que proliferam na ilha.

O modelo em relevo no saguão da Prefeitura. Em primeiro plano, o sudoeste da Islândia, com destaque para Reykjavik, em laranja. Pode-se também visualizar as enormes geleiras do sul (á direita) e do leste (ao fundo) . Junto à moça no canto da foto à direita se ergue o vulcão Eyafjallajökull, cujas cinzas causaram o caos aéreo na Europa em 2010.

       Perto da outra margem do lago localiza-se o Museu Nacional, visita imperdível, que enfatiza a  cultura e a atribulada história da Islândia desde a época dos vikings até a música da cantora Björk nos dias de hoje.
Reprodução de cômodo de antiga habitação no Museu Nacional

       O centro da cidade conta com uma boa diversidade de restaurantes, com a presença de alguns bons italianos na rua principal - Laugavegur. Com ênfase óbvia em peixe e frutos do mar, o prato típico mais exótico é a carne de tubarão degustada após três meses enterrada na terra, devidamente acompanhada pela aguardente nativa, cujo nome traduzido é ‘Morte Negra’. Como curiosidade histórica, para incentivar a bebida, o consumo de cerveja na Islândia era proibido até 1989. Quanto às carnes, a de carneiro ocupa lugar de destaque, já que seu rebanho é abundante na ilha. São famosos o hambúrguer e especialmente o cachorro quente, feito com linguiça de carnes de boi, porco e carneiro misturadas. Posso comprovar que ambos são deliciosos. Uma diferença marcante para outros países é a total ausência de gorjeta no dia a dia dos islandeses para qualquer atividade, incluindo-se restaurantes.

       O restaurante mais conhecido da cidade, o Perlan, fica situado um pouco afastado, acessível pelo ônibus 18. Trata-se de um refinado restaurante giratório construído sobre os seis reservatórios de água quente que abastecem toda a cidade (esta água é geotermal, vinda das profundezas da terra, sendo esta a razão de, ao se abrir o chuveiro ou a torneira da pia, a água vir acompanhada de um peculiar cheiro de enxofre, ao qual o olfato se acostuma após algum tempo). Além da originalidade da construção em si, achei muito interessantes a vista da cidade a partir da sua plataforma exterior e o conjunto de quatro estátuas perto da entrada do complexo. Um dos seis tanques está desativado e hoje sedia o Museu da Saga, que apresenta o passado viking do país através de dioramas.

Entrada do Perlan, construído em forma de cúpula sobre os reservatórios de água da cidade - dois aparecem na foto.
Estátuas retratando um conjunto musical, ladeando os reservatórios do Perlan

       Para finalizar, não se pode deixar Reykjavik sem conhecer as famosas piscinas termais, espalhadas pela cidade e passatempo predileto dos islandeses. A mais conhecida fica situada fora da cidade perto do aeroporto, a Lagoa Azul. É uma lagoa artificial em tom leitoso repleta de sais minerais e considerada a piscina termal número um do país. É famosa pelas propriedades terapêuticas. Ao contrário das outras piscinas, tem uma presença maior de turistas estrangeiros. Alguns ônibus Flybus param lá no trajeto de/para o aeroporto.

       Há ainda um outro ponto turístico, a ilha de Víðey, fronteira à cidade e acessível por barco. Não a visitei, por sua principal atração só funcionar de outubro a dezembro, entre as datas de nascimento e morte de John Lennon. Trata-se da Torre da Paz 'Imagine', memorial concebido por Yoko Ono, sua viúva. Nestes meses, em que a noite já ocupa uma considerável parcela das horas do dia, um potente feixe de luz vertical.é emitido pela base da construção, sendo visível a grande distância.


Vista da cidade e dos Montes Esja ao fundo, obtida do Perlan
       Como se pode verificar pelas fotos, a cidade merece pelo menos um dia inteiro de visita e uma boa dica é comprar o Reykjavik Card por 1900 coroas (à época, um euro valia 160 coroas), válido por 24 horas. Dá direito ao transporte gratuito em ônibus e ferries, além de entrada em vários museus como o Museu Nacional e também nas diversas piscinas públicas termais da cidade.

       No próximo post, partiremos para o interior e mostraremos as atrações mais famosas da ilha, que compõem o roteiro do Golden Circle.

* Este é o terceiro de uma série de cinco posts sobre a Islândia. Para visualizar os demais, acesse: Islândia, um país diferente



  Postado por  Marcelo Schor  em 15.01.2012  



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