Reykjavik - parte I
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Reykjavik - parte I


Vista do centro e do porto

     As peculiaridades da Islândia já começam na chegada ao país. Na prática, só há duas companhias que voam para lá a partir da Europa: a Icelandair e a low-cost Iceland Express, o que torna o preço das passagens um tanto caras. Normalmente, a passagem mais barata é a do voo a partir de Londres, que foi a minha opção.

[Nota de atualização: desde que viajei, a Iceland Express se tornou Wow Air e a Easyjet passou a ligar Reykjavik ao aeroporto de Luton em Londres]

     O esquema de traslado do aeroporto a Reykjavik é superorganizado. Para cada voo que chega ao aeroporto (não são muitos...), sai um ônibus – o Flybus – pontuais quarenta minutos depois. O ônibus termina seu trajeto na rodoviária da cidade, de onde saem vans, inclusas na passagem, que o deixam na porta do seu hotel.

     A paisagem do trajeto de 45 minutos até Reykjavik é no mínimo intrigante. Desértica, lembra um pouco a dos terrenos lunares. Uma curiosidade: o ônibus passa pela cidade portuária de Hafnarfjörður, que é conhecida por “possuir a maior população de duendes”. E aqui cabe uma explicação: uma ampla percentagem da população islandesa acredita na existência destes elfos, que morariam em pedras. Há casos de estradas com trajeto desviado para não remover rochas onde eles habitariam. Reportam-se ainda acontecimentos inexplicáveis que são atribuídos à ação dos duendes, incomodados por alguma obra.


Rua de Reykjavik com algumas casas típicas

     A dinâmica cidade de Reykjavik é a capital mais setentrional do mundo e possui em sua região metropolitana 200.000 habitantes, concentrando dois terços dos islandeses. É a capital política, econômica e cultural do país, onde se encontram os principais prédios públicos, museus e teatros. Apesar disso, durante o dia tem uma aparência bastante tranquila, mas as noites do final de semana literalmente fervem, com os jovens se divertindo em bares e na rua até altas horas. Por isso, se você é adepto de sossego, não se hospede em hotel do centro da cidade nas noites de sexta e sábado, pois o barulho é grande.
     O visual da cidade é bastante simpático, sendo muitas casas de madeira, revestidas de ferro ondulado para resistir às intempéries. Pintadas em cores vivas, tornam o visual da cidade bem nórdico e pitoresco.

Rua de acesso à Igreja de Hallgrimskirkja

Igreja de Hallgrimskirkja

Sua principal atração é a Igreja de Hallgrímskirkja, inaugurada em 1986 após quarenta anos de construção, com concepção arrojada e plantada no ponto mais elevado do centro. A intenção do arquiteto que a concebeu foi retratar as camadas de lava de um vulcão, mas a construção se assemelha mais a uma nave espacial. A vista do alto da sua torre é fantástica, como comprova a  foto que abre este post. Em seu interior despojado, a audição do órgão com 5.200 tubos impressiona. À sua frente se situa a estátua de Leifur, o Sortudo, filho do lendário viking Erik, o Ruivo, e considerado pelos islandeses o verdadeiro descobridor da América, para onde navegou no ano 1000. A estátua foi um presente dos Estados Unidos por ocasião do milésimo aniversário do Parlamento islandês, sobre o qual falaremos em detalhe quando abordarmos o passeio do Golden Circle.

Orla da baía

Estando localizada em uma península banhada pela baía de Reykjavik, o mar tem um papel importante na vida da cidade. Um passeio pelo bonito caminho da orla da baía é imprescindível. Dentre as atrações ali situadas, podemos citar a fabulosa escultura Sólfarið (“Viajante do Sol”), representando as naus vikings que singravam o oceano há séculos atrás e a recém-inaugurada e arrojada Harpa, a sala de concertos da cidade.

A escultura Sólfarið, em total integração com o mar

O caminho termina no porto, vital para a economia, já que a pesca é a principal atividade do país, seguida do turismo. De lá saem também os cruzeiros para se avistarem baleias e puffins, os pássaros com bicos coloridos típicos da região. Curioso é ver estes barcos atracados lado a lado com barcos de caça às baleias, facilmente reconhecíveis por um enorme H pintado, letra inicial da palavra islandesa que designa a  baleia. Para desespero dos defensores do animal, baleia e puffin podem ser degustados em alguns restaurantes.

O colorido porto de Reykjavik

No próximo post, continuaremos nosso tour, mostrando mais alguns marcos que tornam a capital da Islândia uma cidade única.

* Este é o segundo de uma série de cinco posts sobre a Islândia. Para visualizar os demais, acesse: Islândia, um país diferente



  Postado por  Marcelo Schor  em 12.01.2012  



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