Os melhores museus de Lisboa (parte 5)?!
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Os melhores museus de Lisboa (parte 5)?!


Oh, não! Mais outro museu em Lisboa, não! Pois, mas não é mais outro, são mais dois. Dois? Mas tu não te cansas de visitar museus quando estás lá em Lisboa? Não, é que sabes, cada vez que vou lá, eles parecem "multiplicar-se" e estes dois são mesmo especiais. Especiais como? Têm quadros ou obras raras de pintores ou escultores, internacionalmente conhecidos? Não, nada disso, mas olha que ambos são dos melhores museus que representam a identidade de Portugal, apesar de eu não ser, nem de perto nem de longe, aficionada especialmente dos objetos do segundo.

Mas tu queres vir ou não? E qual é mesmo o primeiro?

O museu do azulejo!




O que me despertou, mesmo, a curiosidade para este museu foi mesmo a sua boa classificação no Tripadvisor! Número 1 nos museus e 11º lugar nas 214 atrações da capital, de certeza que deveria ter qualquer coisa de interessante e foi, assim, com imenso agrado que o fui conhecer.




Situado em Xabregas (a partir da estação de comboio de Terreiro do Paço ou Santa Apolónia pode-se apanhar o autocarro nº 794 em direção à estação Oriente, paragem na Igreja Madre de Deus), o museu está ali instalado no antigo convento de Madredeus, mandado edificar em 1509, por ordem da rainha D. Leonor, prima e esposa do rei D. João II. Achei-o encantador e fez-me teletransportar séculos atrás, um autêntico segredo escondido da cidade de Lisboa, onde me perdi, ali um pouco, na história e nas estórias!




Além de não só contar a origem e o desenvolvimento (assim como as respetivas técnicas) do azulejo, elemento representativo da cultura e tradição portuguesa, está instalado no antigo convento de Madredeus, cujo interior da igreja sumptuosa é um regalo para a visão e que não fica nada atrás, daquelas que vi em anos anteriores, noutros países.

Depois de comprar o bilhete (5€), pedi o áudio-guia em português e entrei no primeiro piso onde está o jardim, o claustro, a igreja, a sala do capítulo, a capela D. Leonor e a exposição permanente (dos azulejos), entre os séculos XV a XVII.




Admirei o claustro do antigo convento com uma fonte em forma de taça e o seu pequeno jardim verdejante e depois entrei na estória do mundo do azulejo.



O termo "azulejo" deriva da palavra árabe al-zuleycha que significa pedra polida, provavelmente os antigos mosaicos romanos encontrados no norte de áfrica, no século VII, após as conquistas mouras. Esta junção de várias pedras polidas de diversas cores combinavam-se como autênticos puzzles que pareciam rebuscadas pinturas.
No entanto, na península ibérica como havia menos desse tipo de matéria-prima e mais barro, utilizou-se este último, que depois de cozido era pintado com uma combinação de água e óxidos (pós de vários metais) que, após nova cozedura, adquiria novas tonalidades e bonitas cores.




Imagine-se, numa altura em que não havia luz elétrica, só o impacto dos azulejos trabalhados como se fossem autênticas tapeçarias devido à sua capacidade refletora, à luz das velas. Mesmo depois com as conquistas cristas aos mouros, os azulejos continuaram a ser utilizados e muito apreciados, como os de estilo "mudéjar" (que em árabe significa "domesticado"), trazidos de Sevilha, em 1503!




Um exemplo deste adorável estilo são estes azulejos formados por uma estrela central grande de 16 pontas separada por elementos azuis e castanhos e rodeada de estrelas verdes e branco nos espaços entre eles, que nos dão a ilusão de flores, apreciadas especialmente no deserto, formando padrões da religião mourisca (existem até painéis de azulejos para os invisuais, ver foto abaixo).




Depois entrei na sumptuosa igreja, cujo espaço de arte barroca, especialmente o altar, em talha dourada é impressionante!








E depois? Isso vê-se no próximo post!


                                                                                                        



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