Shiuuuu! Vou-vos, agora, levar a um local secreto em
Marrakesh mas não digam nada a ninguém, porque é secreto, ou...ups...pelo menos era!
Ou era até 1917, momento em que foram descobertos! Tratam-se dos túmulos reais de uma dinastia reinante em Marrocos nos séculos XV e XVI: os
túmulos "saadianos", que renovaram a cidade ao deixar um variado legado de monumentos, estando apenas 120 anos no poder!
Mas primeiro, voltemos um pouco atrás, na
história da cidade:
Os "
almorávidas"- uma das mais poderosas tribos bérbere- fundaram o posto militar de Marra Kouch em 1062 o que lhes deu o controlo das rotas comerciais do (deserto) Sara!
No século seguinte, os "almóadas" cercaram a cidade e construíram monumentos importantes como a mesquita Koutoubia (a mesquita principal, a mais alta da cidade, já aqui falada anteriormente), seguidos pelos "merénidas", tendo reduzido a sua importância comercial em detrimento da cidade de Fez.
Em 1549, foram derrotados pelos "saadianos", que expandiram o seu território até Mali e Mauritânia!
E após uma estreita passagem serpenteante (outrora secreta), ao lado do palácio real, fomos visitar o complexo apertado de
66 túmulos reais guardados, do final do século XVI, de manhã (altamente recomendável)!
Na entrada, a primeira sala destinada à oração contém vários túmulos dos "alauitas" (em 1668, os "
saadianos" foram eliminados por estes; os seus descendentes ainda hoje pertencem à família real e reclamam a descendência directa do profeta Maomé).
Depois vimos a sala das doze colunas, com os túmulos do sultão
Ahmed El Mansour e respetiva família, decoradas com rebuscados estuques e madeiras de cedro, feitos de mármore italiano!
A sala principal, bem no centro do jardim, é uma estrutura alta de azulejo verde com telhado de estilo andaluz, com três portais impressionantes de madeira entalhada e estuque com estrelas de oito pontas e túmulos no seu interior, cobertos de azulejo.
No jardim existem ainda várias pedras tumulares e a mesquita
kasbah, ao lado, data do século XII!
Uma vez que a religião muçulmana proíbe quaisquer representações humanas e/ou de deuses, a arquitectura dos seus monumentos, a bonita decoração dos estuques esculpidos, os azulejos trabalhados são extraordinariamente magníficos!