Por detrás de uma fachada singela e paredes amuralhadas ali se encontra mais um palácio, muito próximo do bairro judeu, um bairro nitidamente mais pobre (e desaconselhável à noite). Estávamos, então, no
palácio Bahia!
O palácio "brilhante" como o próprio nome o indica, foi mandado construir por dois poderosos grão-vizires, em duas etapas diferentes: a primeira por
Si Mussa de 1859 a 1873 e a segunda pelo seu filho
Ahmed bu Musa de 1894 a 1900, que lhe acrescentou uma mesquita, um
hamman e uma horta, tendo aí funcionando o seu harém com 4 esposas e 24 concubinas!
De estilo árabe-andaluz, o
palais Bahia foi construído em terras disponibilizadas pelos respetivos sultões dos dois grão-vizires, abrangendo cerca de oito hectares (a maior parte por jardins)!
O grande
palácio está dividido em duas partes mas na generalidade é constituído por numerosas salas dispostas ao redor de pátios com chão de mármore, várias árvores e fontes com bacias no centro, tendo todos os antigos aposentos nos rés do chão!
Adorei o pátio principal de mármore recheado de azulejos
zellij, os estuques esculpidos trabalhados, as lareiras e os tectos de madeira de cedro pintados à mão com arabescos.
E francamente, apesar da grandiosidade deste
palácio existe pouco mais (pouco mobiliário e objetos de arte), pois quando
Ahmed bu Musa morreu em 1900, tudo foi pilhado pelos escravos, inclusivamente as jóias. A familia foi expulsa e o palácio passou para as mãos do estado (há quem diga que o sultão tinha inveja das riquezas deste palácio e o/as quis para si).
O
palácio está, atualmente, na posse do ministério dos assuntos culturais do governo de
Marrocos e uma parte do
palácio pode ser visitada (e paga; 10 Dh) quase todo o ano, à exceção da vinda da familia real Marroquina durante o inverno!