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No (único) museu de cera do algarve (parte 1)!
"Uma tempestade se aproxima! Uma caravela, que mais se parece com uma pequena casca de noz, ameaçada de ser bebida pelas ondas tenebrosas de um imenso oceano revolto, ali continua. Os seus habitantes, umas poucas dezenas de homens, também são constantemente ameaçados, não só pelas tempestades com ventos fortes e ondas- vagas que ultrapassam por vezes, mais de dez metros de altura, como também pelas muitas doenças!
Os víveres escasseiam. Os vegetais e frutas já acabaram e os poucos animais vivos trazidos vivos a bordo também já rareiam, à exceção de algum roedor, que por ali ande à volta de biscoitos secos, que ainda restam, que não viverá por muito mais tempo. O pouco peixe é consumido crú e todos dormem no convés (à exceção do capitão).
A higiene é quase inexistente e as necessidades fisiológicas são deitadas borda fora. As atividades principais são a reparação, a limpeza e a manutenção do barco enquanto que os poucos momentos de lazer são ocupados por jogos ilícitos de cartas ou de dados. Os castigos são frequentes- um dos piores deles todos será ir pró c******!Que não é um palavrão mas sim o nome dado antigamente ao mastro acima da gávea, o ponto mais alto do barco onde se ia para avistar terra, que em caso de castigo podia demorar horas e até dias a fio.
Uma tempestade se aproxima! Pouco há a fazer, exceto rezar..."
Continuando os passeios de há uns bons meses atrás, lá pelos inícios do mês de Março, venha agora comigo espreitar o único museu de cera existente no algarve: o Museu dos Descobrimentos, perto da marina de Lagos, aberto há apenas um ano atrás!
O museu é pequeno (conte apenas com uma hora para visitar o mesmo), a entrada paga (5€/adulto; 2015) mas muito interessante e até, onde, se podem tirar fotos. Conta com 22 figuras de cera que retratam 16 episódios dedicados aos descobrimentos. Junto às mesmas existem vários painéis informativos, bastante descritivos da história e das "estórias" das descobertas audaciosas e pioneiras dos portugueses, nos séculos XV-XVI!
A cópia de uns painéis de S. Vicente dão-nos as boas vindas (os originais encontram-se no Museu de Arte Antiga, em Lisboa, também por nós visitado há uns aninhos atrás)!
Um marco importante na história de Portugal foi o casamento do rei D. João I com Filipa de Lencastre, uma princesa inglesa. Com efeito, Portugal, num período conturbado do século XIV, encontrava-se em guerra com Castela e apesar de ter menos combatentes do que o país vizinho saiu vitorioso graças à ajuda de arqueiros ingleses, numa aliança feita com a Inglaterra- a aliança mais antiga de todo o mundo, entre países- da qual resultou este casamento. Celebrado na sé do Porto, estes reis tiveram seis descendentes, entre os quais se inclui D. Henrique, uma figura decisiva nos descobrimentos que mudou a história de Portugal e do mundo!
Vulgarmente designado como "o navegador", o infante D. Henrique, obstante ter nascido no Porto, esteve várias vezes em Lagos, de onde preparou várias expedições a mundos desconhecidos. Várias caravelas e outros barcos partiram daí à descoberta de novas terras, rotas e produtos desenvolvendo o comércio e novas técnicas de navegação.
Porque, afinal, as condições eram propícias para tal! Com a paz estabelecida com Castela, Portugal era, então, uma nação próspera que gozava de novos conhecimentos naúticos e todos desejavam os descobrimentos: a conquista de novas terras pelos cavaleiros, o comércio pela burguesia, a conversão dos infiéis em cristãos pelo clero e, é claro, a guerra pela nobreza!
Era, então, o início de uma das épocas mais gloriosas de Portugal: a época dos Descobrimentos!
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