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Em Tomar, no Jardim Mouchão e Sinagoga
Mas a cidade de Tomar tem muito mais para oferecer além do Convento de Cristo. A começar por um bonito jardim, designado por Mouchão. Trata-se de uma pequena ilha, situada em pleno centro da cidade e no meio do Rio Nabão. Serve de parque ajardinado e zona de lazer, podendo aí ser apreciada a natureza envolvente. Aí encontra-se a roda do Mouchão, um dos
ex-libris da cidade, uma roda hidraulica rara (nos tempos de hoje) e restaurada cuja função era, uma técnica milenar e sem impacto ambiental, a irrigação dos campos.
Na cidade existem várias igrejas e uma das poucas sinagogas de Portugal (as outras são em Belmonte, Lisboa e Porto) e a mais antiga do país. Apesar desta ser muito pequena e passar facilmente despercebida, gostei muito de ver o seu interior e estudado a sua história!
Abraão Zacuto, um judeu nascido em Espanha, veio para Portugal para evitar a perseguição dos judeus, no final do século XV. Tendo servido D. João II impulsionou os descobrimentos Portugueses no aperfeiçoamento de um instrumento de navegação (astrolábio) utilizado por Vasco da Gama e Álvares Cabral.
De facto, este astrónomo, matemático e historiador teve uma vida dedicada à ciência e apenas permanecido em Portugal seis anos, mas antes de sair de Portugal elaborou as primeiras tábuas de sol para a navegação e ajudou num dos primeiros livros impressos em Portugal ("Almanache Perpetuum"), disponível hoje na Biblioteca Nacional.
Deu ainda nome à mais antiga sinagoga do país, existente hoje nesta cidade, sede do Museu Luso-Hebraico. Apesar de ser do século XV e muito pequena, tanto por dentro como por fora, conta muitas histórias e desvenda segredos de séculos: séculos de intolerância, perseguições e profanações. A sinagoga serviu de cadeia, palheiro, adega até ser classificado como monumento nacional desde 1921.
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Interior da Sinagoga |
Depois do investigador Samuel Schwarz ter comprado o espaço doou-o ao Estado em 1939, com a condição de ser transformado num Museu. Existem uma série de objectos que contam histórias: as Candeias de Shabat oferecidas por Belmonte, a maior comunidade judaica do país, as coberturas do pão ázimo (pão amassado sem fermento), mezuzas (rolos de pergaminho), candelabros com 8 braços, entre outros...
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