São nove e um quarto da manhã, sexta-feira, dia 10 de Abril, o meu
penúltimo dia na Suíça (é o penúltimo, mas no dia seguinte não vou conseguir visitar nada, pois apesar do voo ser só no final da tarde, tenho de estar na paragem rodoviária de
Sihlquai (
Zurique) ao meio dia, para depois seguir viagem de autocarro até ao sul da Alemanha)!
Pois bem, hoje vou explorar um pouco da capital financeira,
quase sempre sozinha, numa das cidades mais caras da Suíça:
Zurique, vinda de comboio, uma viagem rápida e confortável até à estação central da cidade! Ali, uma confusão, nunca vista...
A minha sorte foi ter estado ali no dia anterior acompanhada e o meu anfitrião me ter deixado as indicações apontadas para fazer o caminho inverso até casa (senão ainda andaria por ali perdida, hehehe).
Nem sei bem para onde ir. Tinha investigado, previamente na net, se havia algum free tour (uma das formas mais económicas para se conhecer um pouco da história da cidade e os seus principais pontos turísticos) pela cidade e eis que encontro um em português, antes das onze da manhã!
Opto por seguir numa rua larga cuidadosamente limpa, ladeada de edifícios soberbos, de cores pastel e com algumas bandeiras espalhadas um pouco por todo o lado. Mais tarde, soube que se tratava da
Bahnhofstrasse, a rua comercial mais elegante (e cara!) da cidade!
Passo por lojas de famosas marcas, joalharias, relojoarias e a famosa confeitaria
Sprüngli onde existem bolos e chocolates refinados (aqui não se pode deixar de provar os famosos
luxemburgerli, uma espécie de
macarrons que são verdadeiramente deliciosos) e facilmente encontro a
Paradeplatz, o local de encontro do
free tour, num dos cruzamentos mais movimentados de
Zurique!
Sentada (nos bancos, como se estivesse à espera de transporte público) aguardo. Vejo jovens a aglomeram-se na frente do edifício da IBM e lá vou eu. Conheço a Juliana (autora do blog: www.euandopelomundo.com), que faz o tour em português e espanhol. Infelizmente só sou eu e mais um espanhol, pelo que sou "obrigada" a me despedir da Juliana (não sem antes, ter ficado com o seu contacto) e fazer o
tour em inglês. Começamos. O tour incide especialmente no centro histórico- nas áreas de
Fraumünster,
Lindenhof,
Grossmünster- e a história começa!
Passamos pela
Fraumünster (ou "catedral das mulheres"), um bonito templo religioso que remonta ao século IX, doado pelo rei germânico Luís à sua filha Hildegarda. Fortemente renovado, apresenta um estilo românico com fachada gótica e vitrais modernos de há quase cinco décadas atrás (infelizmente as fotos, no seu interior, são proibidas).
Depois vemos o enorme relógio da
St. Peters Kirche, o maior da europa com um diâmetro superior a oito metros e meio de diâmetro!
Vamos, então, para o
Lindenhof, o coração da cidade antiga, situado junto do rio
Limmat, onde tirei muitas, muitas fotos [eu e a outra dezena de pessoas que estavam comigo; foi interessante ver três policiais virem logo ver o que nós estávamos ali a fazer]!
Sabe-se que, aqui, no século I a. C vivia um antigo povoado celta denominado:
Turicum, mais tarde onde foi construída uma fortaleza romana e no século IX um palácio, tendo-se tornado uma cidade comercial, rica e influente.
Mas no século XVI,
Zurique sofreu uma bela reforma, a maior parte, resultante das pregações de
Ulrich Zwingli (um dos seguidores de Erasmo de Roterdão, grande crítico da vida monástica e das características negativas da igreja católica) no púlpito do símbolo da cidade (já a seguir) e depois de ter atingido o seu auge, a cidade, caiu no esquecimento nos séculos XVII-XVIII.
Contudo, devido à sua neutralidade nas duas guerras mundiais,
Zurique tornou-se uma das importantes cidade-bolsa de valores com o maior mercado de ouro do mundo e obstante não ser a capital oficial da Suíça é a sua capital financeira!
Como cartão-postal tem a
Grossmünster, a catedral imponente situada no centro histórico, com as suas duas altas torres gémeas, terminada no século XIII. E de acordo com a lenda, foi fundada por Carlos Magno, no século VIII, edificada sobre os túmulos de três mártires cristãos (membros de uma religião derivada do cristianismo, no século III, foram julgados e decapitados em
Wasserkirche, mas que tiveram força para levar a sua própria cabeça até ao topo da colina, onde se encontra a catedral; ainda hoje, esta imagem, se encontra no selo da cidade).
Ao lado desta catedral foram encontrados várias ossadas humanas, muitas delas a descoberto (e protegidas)!