Voltemos a Portugal, mais concretamente ao Alentejo!
Estavamos, agora, em Moura, situada no baixo Alentejo, a 60 quilómetros de Beja. E nem os 37ºC nos dissuadiram de passarmos dois dias de puro relax sem as massas turísticas, características do mês de agosto, do Algarve, há duas semanas atrás.
Esta pequena cidade, desde 1988, foi conquistada pela primeira vez em 1166, depois perdida e reconquistada várias vezes até ser reconquistada finalmente em 1295, no reinado de D. Dinis.
Devido à sua proximidade com a vizinha Espanha, na região existem vários postos e fortalezas de vigia, como esta torre de menagem do castelo de Moura, cujo espaço em anexo está em obras.
Mas a cidade tem outros encantos!
E, apesar de muitas das casas necessitarem urgentemente de restauro gostei particularmente desta rua tão peculiar...
...e dos vitrais magníficos do interior de um edifício:
Por ser uma zona de excelência de azeite foi a primeira região, da Península Ibérica, a ter origem de denominação protegida, graças à elevada qualidade da azeitona e ao especial cuidado na sua produção.
E não, não vimos nenhum lagar, atual, em funcionamento, mas como a cidade possui vários espaços museológicos (Museu Gordillo, Museu Municipal, Núcleo do Rio) optamos por visitar o Lagar de Varas do Fojo, um local testemunho do fabrico manual do azeite (conforme se pode ver na foto seguinte, as azeitonas eram esmagadas graças aquelas mós que antigamente eram movidas por tração animal), um antigo edifício de 1810 onde ainda hoje conserva a maquinaria original, evoluída a partir do sistema de produção do azeite, na época dos Romanos.
O azeite tem sido utilizado na alimentação, como unguento e até como combustível, desde há milhares de anos e é extraído da única árvore da família
oleaceae que dá um fruto combustível: a oliveira.
Esta árvore pode até (sobre)viver várias centenas de anos, como alguns dos exemplares no jardim das oliveiras "Miguel Hernández", inaugurado em 2012, localizado em frente ao Lagar das Varas do Fojo.
Pela sua capacidade de resistir às condições mais adversas, esta árvore foi venerada por vários povos e tornou-se o símbolo de sabedoria, paz, abundância e glória.
A poucos quilómetros de Moura está a barragem do Alqueva, a sétima maior barragem de Portugal com 96 metros de altura, onde existe o maior lago artificial da Europa, com 250 km2 de superfície.
Esta foi construída com o objetivo de regadio na zona alentejana e na produção de energia elétrica.
Atualmente, a zona do Alqueva serve também como local de recreio. Nós fizemos um belo passeio de uma hora de barco, a partir da marina da Amieira (mas existem outras onde se pode começar este tipo de passeio)!
Quanta tranquilidade! Existem várias opções de passeio e até a possibilidade de alugar barcos-casa para passar os fins de semana e férias (ai, quem me dera)!
Antes do almoço no restaurante "O Trilho", em Moura, (gostamos tanto que almoçamos e jantamos ali nos dois dias: secretos de porco preto, açorda de camarão e gaspacho com carapauzinhos fritos) nada como uns banhos na piscina municipal da cidade, situada perto deste bonito jardim onde passamos parte da, quente, noite anterior. A nossa dormida no simpático e económico hotel "Passagem do sol", reservado pela Booking, também foi em Moura.
E na tarde calorenta no interior alentejano nada como um belo banho refrescante na praia fluvial da tapada da Mina de S. Domingos, antes da volta até ao Algarve!