Seis e tal da manhã! Neste domingo, 29 de Junho de 2014, despertamos num Alentejo bem diferente! Ao invés de uma planície, vulgo paisagem alentejana, acordamos com uma espetacular vista da serra de São Mamede e bem no fundo, à esquerda, a serra da Estrela! Afinal, quem poderia imaginar que iamos passar este fim de semana no alto Alentejo, mais concretamente em
Marvão?!
Mas o nosso passeio começou no dia anterior! Saímos do Algarve, não muito cedo, em direção a Évora, onde almoçamos. Muitas planícies, fardos de palha arredondados, azinheiras, campos amarelados (de girassóis e não só), várias manadas de vacas, cavalos, olivais e até alguns troços de pontes de estradas interrompidas [pela
troika; serão que ficarão para sempre, assim, ironicamente, como as "novas esculturas" portuguesas?!] foram aparecendo ao longo do mesmo.
As nuvens, tipo carneirinhos, davam agora lugar a nuvens mais escuras e esfarrapadas, à medida que nos fomos aproximando do alto Alentejo, onde a paisagem mudou radicalmente. As planícies deram lugar às zonas montanhosas enrugadas, os campos amarelados aos verdejantes e as estradas planas às curvilíneas e vertiginosas.
Marvão! Uma das mais belas, a mais alta (do Alentejo) e uma das mais emblemáticas vilas de Portugal! Encostada à fronteira com a nossa vizinha Espanha, contornada pelo rio Sever,
Marvão orgulha-se das suas raízes, tradições e surpreendentes paisagens panorâmicas com vales férteis e zonas serranas.
Efetuada a reserva pela Booking, ficamos no hotel "Varanda do Alentejo", uma ótima hospedagem de turismo rural, com uma bela vista e que vista (www.varandadoalentejo.com)!
Após termos deixado a viatura no parque de estacionamento, situado fora das muralhas da vila (apesar do trânsito e estacionamento ser permitido dentro das mesmas), depois de termos encontrado o hotel (e mudado de roupa já que o calor era pouco, muito pouco) fomos fazer um pequeno passeio na vila até a uma das maravilhas de Portugal: o fantástico
castelo de Marvão!
Num elevado (a mais de 800 metros) penhasco quartzítico, ergue-se este castelo mandado construír por
Ibn Marwan (daí o nome da vila) em 877 como espaço militar e mais tarde fixada população. Tomado por D. Afonso Henriques foi adicionado ao reino de Portugal no século XII e continuou, posteriormente, com papel importante em muitas lutas e guerras, entre as quais se inclui a guerra da restauração (1640-1668), a guerra da sucessão de Espanha (1701-1715) e as invasões Francesas (1807-1811), entre outras.
Começamos a visita na sua cisterna, um dos maiores reservatórios de água de um castelo português com 10 metros de altura e 46 de comprimento, estritamente essencial em caso de cerco (que aguentava até meio ano). Vimos depois a casa da guarda e o pátio de armas, entramos nas guaritas e fomos até ao cimo da torre de Menagem, a mais alta, com apenas uma sala e sem grandes janelas (a não ser as seteiras), numa subida bastante íngreme, onde nos deslumbramos com o "mundo" (como diria José Saramago, prémio Nobel Português).
Antes ainda vimos o "Calvário" (XIX), o "chafurdão", a igreja de Santiago, a Câmara Velha, a Casa do Governador, a igreja do Espírito Santo, a antiga igreja matriz- o museu municipal- um bonito jardim e uma lojinha típica com produtos da região.
Acabamos a noite com este fantástico (e frio!) por de sol, depois da pior sardinhada e churrasco de frango que comi até hoje (e vá, não perguntem o nome do restaurante, pois estava a cargo de uma associação da terra).
O sino da igreja "conta" as horas e apetecia-me ficar ali uma semana inteira...mas não! É hora de continuar o passeio e regressar, mas antes disso fomos visitar as ruínas de
Ammaia, assunto do próximo
post!