No castelo de Palmela...

Mais um castelo se avista no horizonte! Estamos agora em Palmela e passam pouco das dez da manhã de domingo de carnaval. Acordamos cedo,  porque queremos ainda almoçar na casa dos meus pais, já no Algarve, e mais tarde ir ao hospital de Faro visitar a minha melhor amiga que teve o seu filhote (o meu afilhado) precocemente, na noite anterior.

A vila está sossegada e parece ainda dormir, resultante, talvez, dos últimos preparativos e efeitos carnavalescos prévios. Os visitantes são poucos e o castelo está quase todo por nossa conta!




A partir da igreja matriz de S. Pedro fizemos um pequeno passeio íngreme até ao castelo, como senão bastassem as valentes subidas ao poço iniciático (Quinta da Regaleira) e ao castelo dos mouros (Sintra) ou então a corrida louca à procura de uma estação de metro aberta, em Lisboa (já passava bem da meia noite, quando saímos do teatro Maria Victoria para vermos a revista "Humor com humor se paga"), tudo no dia anterior.


As vistas são lindas, não só para Palmela como para seus arredores!

Este castelo de origem árabe, presumivelmente do século IX, foi conquistado por D. Afonso Henriques, em 1147. Depois de perdido foi reconquistado definitivamente pelo seu filho, mais de quatro décadas posteriores, que o doou à ordem de Santiago. No reinado de D. João I foi iniciado o convento da referida ordem. Tendo ficando seriamente afetado pelo terramoto de 1755, este castelo, foi recuperado séculos depois.




No seu interior vimos o pequeno museu municipal das transmissões militares, cujo papel evidência o posicionamento geográfico estratégico deste local, importante há séculos. Por exemplo, no século XIV  teve uma importante função no cerco de Lisboa, quando foram acesos fachos na torre de menagem do castelo para avisar o mestre de Avis que haviam reforços militares a caminho. Também no século XIX foi aqui instalado um heliógrafo (instrumento que produz sinais pela reflexão dos raios solares) ao serviço militar Português.

Esta interessante exposição fala um pouco das comunicações desde os seus primórdios até à tecnologia atual (bem...mais do século passado) passando pelo aparelhos de código Morse, telefones antigos, telégrafos, foguetes de sinalização e até mesmo pombos correios.

Aparelhos de código Morse

Além da pousada de Palmela vimos ainda a igreja de Santiago. Do século XV, este templo apresenta três naves e o túmulo de D.  Jorge, último mestre desta ordem. No seu interior podemos ainda apreciar algumas pinturas sacras e  rica decoração azulejar.