O nosso fim de semana passado começou na Sexta feira à noite quando rumamos em direcção a Almeirim, onde passamos a noite na casa de um amigo (obrigada Carlos)!
No dia seguinte, a primeira paragem foi neste belissimo castelo. O seu interior, muito pequeno, contrasta com a grandiosidade do seu exterior, situado numa pequena ilhota rochosa, em pleno Rio Tejo, com 300 metros de comprimento, 75 metros de largura e 18 metros de altura. O termo
Almourol deriva do Árabe:
Almorolan, que significa pedra alta.
A entrada é gratuita, contudo só é possível ir para a ilha (pelo menos nesta altura do ano ou então com muita ginástica para atravessar os pedregulhos) de barco, pelo que se tem de pagar 1,5€ por pessoa, para efectuar a travessia.
Este tipo de castelo é único em Portugal (embora não o seja na restante Europa). Apesar de não se ter a certeza em relação à sua origem, existem evidências de que terá sido um povoado, em II a.C, conquistado pelos Romanos, depois pelos Árabes e finalmente por D. Afonso Henriques, que o terá doado a Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários. Encarregue na defesa da zona do Tejo e restaurado várias vezes, até 1311 esteve na posse dos Templários e foi vital a nível comercial na ligação do norte e do Alentejo com a capital.
Mas, afinal, quem foram os Templários? Estes foram uma famosa ordem militar de cavalaria (e não só), também designada como Ordem do Templo, fundada no século XI, cujo objectivo era a protecção dos cristãos que peregrinavam a Jerusalém, após a sua conquista. A ordem ganhou isenções e privilégios mas quando a Terra Santa (ocupada hoje por Israel, Cisjordânia e partes da Jordânia) foi perdida, o Rei Filipe IV de França, completamente endividado com a ordem começou a pressionar o Papa Clemente V a dissolver a ordem, o que veio a acontecer em 1312. Muitos dos membros foram detidos e queimados. Sempre associados a lendas e mistérios, os Templários foram representados em livros, séries e filmes e num deles até existe ligação entre eles e a famosa sociedade secreta (actualmente, muito em voga) Maçonaria.
As altas muralhas, os grossos torreões e a alta torre de menagem, neste castelo, estão bem evidentes.
A subida é feita, facilmente, por escadas de madeira à excepção do último lance de escadas, bem íngremes, na torre de menagem mas compensadora pela bonita vista da povoação próxima de Tancos.
Mais tarde, com a extinção da ordem dos Templários (substituída pela Ordem de Cristo) este castelo continuou com a função principal da defesa do Tejo. Apesar do declínio do século XIX, o castelo foi conservado e declarado monumento nacional em 1910, sendo até utilizado por Salazar como sala de visitas e recepções, após ter sido restaurado e electrificado (1955).
Este castelo é uma das construções portuguesas mais românticas de sempre. Apesar do dia azulado (que nós tivemos), este castelo se estivesse rodeado de neblina matinal ou de um denso nevoeiros nocturno seria certamente o cenário perfeito e mágico para um filme, um filme cheio de contos medievais com lendas de mouros e cavaleiros cristãos.