Deambulando pela cidade encontramos mais testemunhos do passado romano, como o templo de Diana, apesar destes aparecerem a cada rua e a cada canto (e senti-me como se tivesse sido teletransportada para Roma mas em pequena escala).
O templo de Diana, antigo edifício romano, é o único exemplar religioso em estado aceitável na cidade, talvez do século I a.C. Sob o pedestal de granito estão as suas enormes colunas e o palácio renascentista, do século XVI: o palácio dos condes de Los Corbos (e quem sabe se este não terá sido uma das razões para a sua preservação).
Este anfiteatro romano do século VIII a.C servia para assistir às lutas dos gladiadores, lutas entre animais ou entre homens e outros animais. Como esteve subterrado durante séculos, a parte superior encontra-se bastante degradada.
De forma oval está perfeitamente delimitada em várias áreas: a bancada compartimentada (tendo sido utilizada a inclinação natural do terreno), a arena (onde eram feitos os espetáculos) e duas compridas galerias que garantiam o acesso aos assentos e à entrada dos gladiadores na arena. Foi interessante ver as informações explicativas sobre os vários tipos de gladiadores mais populares da Hispania, numa dessas galerias. E não me foi difícil imaginar a excitação, a adrenalina e o medo dos espetadores e dos gladiadores naquele recinto (epá...acho que ando a ver demasiados episódios de Spartacus...hahaha).
O teatro romano construído em 16-15 a.C é um dos monumentos mais antigos que ainda hoje mantém a sua função original, uma vez que atualmente, aqui, é realizado o festival de teatro clássico (desde 1933). O seu diâmetro de mais de 90 metros garantiam (e garantem) a assistência para quase 6000 pessoas e o assento na bancada já era diferenciada pela escala social da época.
Mas a zona mais sensacional de todo o teatro, sem dúvida, é a "boca de cena". Entre as elevadas e várias colunas existem várias esculturas de retratos imperiais, embora réplicas não passam despercebidas (as originais estão no museu nacional romano) na paisagem.
A recuperação de uma casa de uma importante família romana, da antiguidade, pode ser vista na "Casa del Mitreo", onde foram encontrados vestígios relacionados ao culto de Mitra (daí o seu nome). Nesta bonita casa podem ser admirados os pátios rodeados de colunas e suas dependências, como os quartos que se apresentam decorados com mosaicos e pinturas murais de qualidade.
O bilhete conjunto para admirar as atrações anteriormente mencionadas (à exceção do templo de Diana e ponte romana que são livres) foram de 12€ por pessoa mas como os "nuestros hermanos" fazem a "siesta", grande parte das mesmas fecha durante 2 a 3 horas na hora do almoço (mas vantajosamente fecha bem mais tarde, ao restante dos outros países da europa) e curiosamente muitos dos painéis informativos e até o pequeno guia, "oferecido" na entrada de um dos monumentos, estava em português!
Infelizmente devido ao pouco tempo (e chuva que atrasou o nosso percurso) que tivemos não fomos (lamentavelmente) ao museu nacional de arte romana, que dizem ser um dos melhores da europa no género, embora existam muitos mais monumentos dignos de uma visita (circo, aqueduto, coleção de arte visigótica, entre outros).
Realmente, o que distingue bem esta pequena cidade, com quase 60.000 habitantes (2010), são as ruas estreitas e tranquilas com um sem número de monumentos (e vimos que muitos deles ainda continuam a ser achados e recuperados) que retratam bem os testemunhos do passado romano.
E como estávamos na semana santa foi bem interessante ver a decoração exterior das habitações, com tecidos púrpura e dourados das janelas engalanadas.
Mérida, desconhecida de muitos, uma cidade bem romana e aqui tão pertinho de nós!
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