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Nós em Éfeso |
Depois de algumas (mas poucas) horas de sono (de notar que quando chegamos já passava da meia noite e ainda fomos comer uma pequena ceia deixada no quarto), tivemos de acordar às 6 horas da manhã (e olhem que na Turquia o fuso horário é de mais duas horas que em Portugal continental, ou seja acordamos às quatro). Após o bom pequeno-almoço no hotel, fizemos uma visita panorâmica de autocarro pela cidade de Izmir, com as suas mesquitas bonitas e uma estátua enorme de
Ataturk (deste senhor, falarei no
post de Ankara, a capital do país).
A nossa primeira paragem foi na casa da Virgem Maria, que segundo (e de acordo com descrições feitas no Novo Testamento) se diz, terá fugido e refugiado aqui durante os últimos anos da sua vida, após a crucificação de Jesus, seu filho. A actual capela foi construída sob os restos da casa onde vivia a Virgem, tendo sido reconstruída depois nos séculos seguintes (a última vez foi em 1951). Aqui, tive a oportunidade de provar a água da fonte natural (sabe mal) e ver o mural de preces ou desejos pedidos pelos visitantes, que aqui vêm (e que aliás são mesmo muitos).
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Fila para entrar na casa da Virgem |
A viagem prosseguiu para a visita às esplêndidas ruínas de Éfeso, a cidade onde as civilizações Grega e Romana se fundiram numa só. Ficou célebre por ter uma das 7 maravilhas da antiguidade: o Templo de Ártemis (550 a.C), local de culto à deusa Grega (da lua e da caça) com esse nome, tendo sido destruída em 401 d.C e do qual resta apenas (e infelizmente) uma única coluna de pé . As restantes colunas foram destruídas ou levadas para a construção da Basílica de Santa Sofia (
Haghia Sophia), em Constantinopla (actual, Istambul). Éfeso foi, durante o período Romano, a segunda maior cidade do Império Romano e do mundo (a primeira era obviamente Roma) com 250 000 habitantes no século I a.C!
A visita começou na parte alta da cidade, no local onde existiam os edifícios administrativos tais como o Ágora (o centro comercial da zona), o Odeon (anfiteatro, que funcionava como parlamento para 1200 cidadãos), a fonte de Trajano (construído em honra ao imperador Trajano, nascido na Peninsula Ibérica), o templo de Adriano (é de notar os belos frisos do pórtico e a cabeça da medusa, representada para afugentar os espíritos maléficos) e o teatro, um dos maiores da época, com capacidade para 25000 espectadores.
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Fonte de Trajano |
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Pórtico do Templo de Adriano |
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Medusa (Templo de Adriano) |
Mas o que achei mesmo fabuloso, no local, foi a biblioteca de Celso, construída no século II pelos filhos de Celso (governador Romano importante da região) e que albergou 12000 rolos de papiro, tendo sido uma das maiores e mais importantes bibliotecas da antiguidade. As suas colunas com 10 metros de altura estão bem preservadas e existem lá quatro estátuas, representativas da sabedoria, da inteligência, da virtude e do conhecimento.
Vimos ainda uma série de outras ruínas espalhadas ao longo de quilometros (e continuam muitos delas ainda a ser descobertas e reconstruídas, actualmente) e até várias ruas pavimentadas. Uma delas, a Rua dos Pedestres continua coberta de mosaicos e era um local onde viviam familias abastadas. Junto a esta também vimos uma zona comum (e bem curiosa) de latrinas, onde os homens podiam fazer as suas necessidades, todos juntos, sem qualquer privacidade!
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Rua dos Pedestres |
Mais uma vez, haviam verdadeiras multidões para verem as ruínas, vindas dos barcos de cruzeiros desembarcados em Izmir, num dia que cada vez estava a tornar-se mais quente (tanto que não vos aconselho a virem cá no Verão).
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Uma das entradas das Ruínas de Éfeso |