5º dia de trek: Nunataaq - Silissit
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5º dia de trek: Nunataaq - Silissit



Caminhar na Gronelândia pode ser um verdadeiro deleite para a vista, mas não é para qualquer um. Hoje, depois de tomarmos o pequeno-almoço e desmontarmos a tenda, iniciamos o trek do dia. Tinhamos como objectivo a quinta de Silissit, nas margens do fiorde oposto, Eriksfjord. Começamos a caminhar às 9.00h e à partida sabíamos que o dia não ia ser fácil.


O trilho não está marcado e, além disso, não é fácil oreintarmo-nos pela carta já que vamos atravessar um terreno cheio de lagos glaciares, sendo estes às dezenas, com formas e tamanhos muito variados. Começamos o trek com uma subida, fazendo nas primeiras centenas de metros cerca de 300 m de desnível. O tempo esteve quase sempre encoberto, e mesmo assim, no final da subida tinha a roupa toda molhada e sentia o suor a pingar-me do cabelo.


Sabíamos que na zona dos lagos não podíamos baixar a cota que tínhamos atingido, já que se descessemos para os lagos o percurso seria muito mais duro. Tentamos manter a cota e contornamos os vales, sempre a cerca de 300 m, mas a determinada altura enganamo-nos no local onde estávamos. Os lagos são às dezenas e alguns são muito semelhantes e chegamos a pensar que estávamos mais perto de Silissit do que na realidade estávamos.


Aqui descemos de cota e começamos a progredir em terreno de turfeira, alagado e com escorrência hipodérmica (a água escorre por baixo de uma fina camada de solo e ervas gramíneas). Este terreno estava cheio de buracos e volta e meia um pé resvalava-nos. Isto desmotivou-nos um bocado porque parecia que nunca mais interceptávamos uma estrada de tractor que estava representada no nosso mapa. Entretanto já tínhamos desistido de identificar os lagos que pássavamos pois as suass formas já não correspondiam a nenhuma das que apareciam no mapa.


Paramos para almoçar. Eram 13h e o percurso tinha sido duro, com apenas ovelhas como companhia. Já mais animados e de barriguita composta, regressamos ao caminho e voltamos a encontrar uns trilhos de ovelhas e resolvemos segui-los até um ponto alto onde pudéssemos controlar o local onde estávamos. Mais ou menos orientados, começamos a descer em direcção a uma linha de água e um dos lagos que conseguimos identificar.


Estávamos no trilho certo e aí conseguimos cruzar um rio (com água o suficiente para nos molhar as botas) e encontrar a estrada de tractor. Estávamos no sítio certo e a poucos quilómetros de Silissit. Mas encontrar o povoado também não é fácil.


Silissit é na realidade uma quinta, com 4 casas, uma das quais um armazém agrícola. Uma das outras é o hostel onde ficaremos esta noite, enquanto a primeira casa que passamos pertence aos donos da quinta e do hostel. Estes lugares da Gronelândia são curiosos, tão pequenos que se nos distrairmos nem os vemos.


Chegamos ao hostel às 15h. O dia acabou por correr bastante bem e chegamos cedo. Pousamos as nossas mochilas no alpendre e estivemos à conversa com um casal dinamarquês que vive em Nuuk. Sabe bem descansar e relaxar ao fim de 7h de caminhada!


Passado algum tempo, chegou a Edna, a dona do hostel, uma inuit muito simpática e que nos recebeu muito bem. Aproveitamos o wc com duche quente, a cozinha, a sala aquecida e um quarto só para nós para nos mimarmos um pouco. Sabe muito bem chegar a um lugar quente ao fim de vários dias de trek e noites dormidas na tenda ao lado de icebergs. Sim, nós às vezes também precisamos de um bocadinho de conforto!




 




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