Rumando ao Peru, a terra dos Incas
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Rumando ao Peru, a terra dos Incas


A inigualável Machu Picchu

         Finalmente em novembro pude concretizar um sonho que acalentava há algum tempo: conhecer Cusco e Machu Picchu. Após alguns estudos decidi optar por um pacote, uma solução intermediária entre ir por conta própria e entrar numa excursão. Em um pacote todos os passeios, hospedagens e traslados estão incluídos, mas cada dia funciona como uma excursão diferente – o guia e os colegas de passeio podem variar. Escolhi o pacote porque não desejava ficar pesquisando os passeios na hora nem gastar tempo regateando o preço a cada vez, já que a arte de negociar e pechinchar faz parte do cotidiano peruano. Certamente paguei mais caro que se comprasse os passeios na hora, mas saí do Brasil já com as atividades todas demarcadas e sem preocupações. 

A Catedral embelezando a Plaza Mayor limenha

      Quando pesquisei os pacotes, procurei adquirir um que tivesse o maior número de passeios possíveis nas ruínas incas, de preferência incluindo os diversos sítios históricos do Vale Sagrado, como Pisac, Ollantaytambo e Moray (esta última era rara de se encontrar nos roteiros). Queria também pernoitar em Aguas Calientes, para que pudesse conhecer Machu Picchu na manhã seguinte, sem disputar espaço com a multidão de turistas que a visitam em bate-volta desde Cusco. Apesar de não ser o meu objetivo principal, desejava também passear pela capital peruana, Lima. Fiquei namorando a ideia de incluir Arequipa, cidade histórica situada mais ao sul que parece ser bem interessante, mas acabei desistindo. 

     No final reservei um pacote com o seguinte roteiro:
     - 2 noites em Lima
     - 2 noites em Cusco
     - 1 noite no Vale Sagrado
     - 1 noite em Águas Calientes
     - Mais 1 noite em Cusco
     Total: 7 noites

O Parque do Amor na orla de Miraflores em Lima

         O roteiro previsto tinha um senão ao qual não dei muita atenção e que me custou caro: o city tour em Cusco foi agendado para a tarde da chegada à cidade, com pouco tempo de descanso. Não deu outra: no final do city tour tive um ataque forte de soroche (o mal da altitude), que me deixou de cama até o dia seguinte. Este foi o único grande senão; durante toda a estadia no Peru as atividades ficaram a cargo da Viajes Pacífico, uma grande companhia de turismo peruana associada à Gray Line. Todos os programas prometidos foram cumpridos. Houve alguma alteração de horários em relação ao que constava do roteiro original, mas sem impacto no que eu pretendia fazer. Com relação aos colegas de passeio, havia brasileiros, mexicanos, chilenos e até suíços. A tendência era encontrar algumas pessoas já conhecidas de passeios anteriores. Até ficava divertido; por exemplo, encontrava no city tour de Cusco um grupo de brasileiros que tinha conhecido e visto pela última vez no city tour de Lima dois dias antes e a pergunta era inevitável: “Como foram os passeios de ontem? Gostaram?”

As ruínas da fortaleza inca sobre a cidade de Ollantaytambo

       Todos dizem que o melhor período para se conhecer Cusco vai de maio ao início de outubro. Originalmente tinha planejado minha viagem para outubro, mas compromissos no trabalho me forçaram a remarcá-la para a segunda quinzena de novembro. Novembro é o mês em que começam as chuvas, que se intensificam entre dezembro e fevereiro – as cenas televisionadas da enxurrada do verão de 2010 que provocou um estrago geral na região ainda estavam na minha memória. Confesso que estava receoso que a chuva atrapalhasse os passeios, ainda mais depois de a previsão na maioria dos sites meteorológicos apontar chuva em todos os dias da minha estadia em Cusco e Aguas Calientes. Pois bem, as previsões estavam erradas. Só choveu (bastante) no dia em que estava no hotel me recuperando do mal da altitude. Nos dias restantes o sol deu as caras, para meu deleite. Com relação à temperatura, novembro é uma época excelente, em plena primavera, com pouco frio à noite e temperaturas agradáveis durante o dia.

Um pequeno nativo de Cusco no mirante onde se descortina a vista da cidade e da Plaza de Armas

           Viajei pela Taca, companhia aérea pertencente à Avianca, membro da Star Alliance. Aliás, exceto pelo logotipo pintado no avião, todo o resto é Avianca – desde a revista de bordo à tripulação. O voo era direto do Rio para Lima. Ponto positivo, bastante prático, com pouco mais de cinco horas de duração. O chato foi levantar de madrugada, afinal o voo saía às 6:40 da manhã (fora do horário de verão ainda é pior, sai uma hora antes). Uma esquisitice a bordo foi a ausência da bolsa pregada no assento da frente, onde costumo colocar o livro para leitura durante o voo e a necessaire com escova de dentes e outros apetrechos. Quanto ao serviço a bordo, foi correto.

          A volta, no voo Cusco-Rio com conexão de quatro horas no Aeroporto de Lima também transcorreu sem incidentes (paguei mais pela conexão em tempo menor, já que o preço promocional previa uma conexão de quase oito horas, mortal se antecede um voo noturno como era o caso). Na realidade o voo de Cusco a Lima atrasou em uma hora, mas como tinha tempo de sobra na conexão, não houve nenhum problema. 

Alpacas em Awana Kancha, perto de Cusco

         Aliás, a primeira surpresa positiva no Peru foi o aeroporto de Lima, moderno e organizado. O traslado ao hotel já estava incluído no pacote, e aqui  aconteceu um incidente – tivemos que esperar por mais de meia hora uma passageira que nunca apareceu no desembarque. Para quem não tem o traslado incluído, uma opção é solicitá-lo ao hotel ou negociar com os taxistas do aeroporto. Para azar dos turistas, nenhum táxi no Peru possui taxímetro. Tem-se que combinar o preço com o taxista antes de a corrida se iniciar, e jamais aceitar o preço que o motorista oferece, pechinchando até chegar a um preço justo. Há pessoas que adoram fazer esta negociação, mas não é o meu caso.

Músicos com a indumentária típica andina nos entretiveram durante almoço no Vale Sagrado

        Logo no primeiro dia já pude verificar uma característica que salta aos olhos: a simpatia e amabilidade do povo peruano. Sempre prestativos e com um sorriso no rosto. Achei a pronúncia do espanhol clara. A gentileza provocou um efeito colateral; nos hotéis e locais turísticos, assim que identificavam pelo meu sotaque que era brasileiro, imediatamente vertiam a conversa para o português - devido à enxurrada de brasileiros que visitam atualmente o Peru, muitos empregados de hotéis dominam nosso idioma. Com isso não pude praticar o castelhano tanto quanto gostaria. Outra constatação: todos os hotéis em que me hospedei (exceto o do Vale Sagrado) tinham a Globo Internacional no rol de canais a cabo disponíveis no quarto. Aqui cabe um lembrete, não perca o papel da imigração fornecido na entrada no país - ele é exigido a cada hospedagem e sem ele os preços de acomodação sobem enormemente.

As salineras de Maras no Vale Sagrado

 Acompanhe os posts publicados na série:
  • Lima, o legado da Cidade dos Reis
  • Miraflores, a beira-mar de Lima
  • Cusco, a Cidade Imperial inca
  • Vale Sagrado Inca: Pisac e Awana Kancha
  • Vale Sagrado Inca: Moray e Maras
  • Ollantaytambo, embarque para Aguas Calientes
  • A inigualável Machu Picchu


 Postado por  Marcelo Schor  em 12.03.2014 



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