Na levada do caldeirão verde!
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Na levada do caldeirão verde!


"Cuidado com a cabeça! Cuidado com o precipício! Cuidado com a levada!"

Para alguns uma atividade bem porca (eu!), para outros, nem assim tanto! De qualquer forma, para esta pequena aventura recomendo-vos a utilização das vossas melhores (e mais velhas) sapatilhas (ou botas) de caminhada com sola anti-derrapante, um bom casaco com capuz impermeável, uma lanterna (que funcione, preferencialmente com pilhas novas) e um pequeno lanche, incluindo água potável.

Além destes ingredientes é também necessário levar uma boa dose de calma (nada de vertigens) quando se passa pelos "estreitamentos" do trilho, algumas sem proteção e nos túneis. Ah! E se for no verão também podem levar o vosso fato de banho. E uns óculos de sol, bem velhos, por favor!




Desta vez, quando fui para a ilha da Madeira já estava ciente de que iria querer fazer uma levada!

Para quem não sabe, esta é um canal de irrigação destinado a levar água de um local onde é abundante para outros locais onde não é, normalmente das montanhas a norte da ilha para as terras solarengas, férteis e cultivadas do sul!




As levadas remontam ao século XVI e são escavadas nas rochas ou improvisadas em calhas de madeira. Devido à vegetação e rochas que possam obstruir os canais, impedindo assim a circulação de água, foram construídos caminhos ao longo dos mesmos, para permitir que o vigilante os patrulhe constantemente. Aproveitando isso, fornecem extensões de longos caminhos com vistas soberbas para os milhares de turistas que as fazem, como nós, que fizemos a levada do caldeirão verde, segundo alguns a mais bonita de toda a ilha.

No total, são mais de 2000 quilómetros divididos por muitos trilhos de levadas e caminhadas deslumbrantes.

Mas antes convém ver a sua acessibilidade pelo site: http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/resultados-de-pesquisa/madeira/atividades/percursos-pedonais-recomendados!




Com inicio no parque florestal das Queimadas desenrola-se à altitude de 980 metros de altitude, no concelho de Santana. Construída há três séculos atrás, a levada atravessa as abruptas escarpas e transporta água vinda das montanhas para os terrenos da freguesia do Faial. Iniciamos o passeio, por conta própria (mas também existem visitas guiadas), no parque e depois passamos pela casa abrigo com telhado de colmo, típica, da zona (onde é possível abrigar-se para descansar e/ou fazer um piquenique)!




O passeio começa bem! O tempo está agradável, sem pluviosidade e nem demasiado solarengo devido às muitas árvores que nos rodeiam, deste largo trilho!



Continuamos. O caminho estreita e as vistas são cada vez mais deslumbrantes! A vegetação protege-nos do sol e das vertigens e até um passarinho nos dá as boas vindas (na ida e no regresso). Passamos ao pé de várias cascatas que nos molham, por cima das pedras dos ribeiros e depois vemos aquelas íngremes ravinas a pique. Medo!












A paisagem natural é verdadeiramente surpreendente com as suas imponentes e seculares árvores, musgos fantasmagóricos e trilhos cada vez mais estreitos passando nesta floresta quase virgem (de laurissilva, património natural mundial da UNESCO, desde 1999)  com densa arborização e mais outras e impressionantes cascatas que irrompem das montanhas.


A passagem pelo primeiro túnel foi difícil (prá começar bati logo com a cabeça e risquei os óculos de sol)!


Mas, mais difícil foi ainda o segundo (dos quatro túneis), na qual a lanterna deixou de funcionar (malditas pilhas!). Felizmente havia um casal de estrangeiros que nos ajudaram. Contudo, bem no final do túnel acabei por escorregar com o meu pé direito no trilho. O resultado?


Finalmente, chegamos à cascata do caldeirão verde! À esquerda da levada, bastou subir alguns metros pelo leito da ribeira até à cascata, projetada verticalmente a 100 metros de altura. Aproveitamos, então, para descansar e ver toda aquela beleza, que paisagem! Mais uns quilómetros e chegaríamos ao caldeirão do inferno (mas não, já nos bastaram aqueles seis quilómetros e meio e para voltar novamente ao parque das Queimadas, foram quase mais duas horas de caminhada!). 








Depois completamente esfomeados almoçamos em Santana, onde vimos as suas casinhas com telhados cobertos de colmo (pensa-se que as primeiras casas seriam cobertas de colmo de palha de trigo, um dos cereais mais abundantes da região), o símbolo do cartão postal ilustrado da ilha; onde existem teares de lã e de linho, bordados (incentivados no século XIX pela Inglesa E. Phelps), barretes de tricot e outro artesanato, além do posto de informação turística da terra, atualmente.




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