Parece um daqueles postais que vemos por aí, não é? Mas não...fui eu quem a tirou. E só vos posso dizer que a acho magnífica e uma das maiores e mais belas lagoas Açorianas. Apresento-vos a: "Lagoa das Sete Cidades"!
Qual aguarela viva, predominam duas tonalidades diferentes (um lado azulado e outro mais pequeno, esverdeado) nesta lagoa que mais parecem duas, separadas por um túnel de descarga, desde 1937, sendo o maior reservatório natural existente de água doce dos Açores.
E como não fiquei satisfeita por apenas a visitar uma vez, a presença da neblina foi a desculpa perfeita para voltarmos uma segunda vez (na realidade, esta lagoa foi uma das razões principais para eu querer fazer uma visita aos Açores, principalmente esta ilha). Em 2010, foi eleita como uma das sete maravilhas de Portugal, na categoria "Zonas Aquáticas Não Marinhas".
Os 482 hectares de área da paisagem protegida das Sete Cidades situam-se no extremo oeste da ilha, dominado pelo vulcão desse mesmo nome, constituído por vários cones vulcânicos. Contrariamente às lendas existentes, sabe-se que a existência das lagoas existentes nessa área devem-se ao facto de ter existido o abatimento do interior desses cones, que posteriormente se encheram de água e formaram as várias lagoas, entre as quais se inclui a Lagoa das Sete Cidades. Mas existem mais...
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Lagoa de Santiago |
Nessa paisagem protegida, tivemos a oportunidade de ver na área circundante, a verdejante "Lagoa de Santiago" e, após um breve passeio, a recolhida "Lagoa do Canário".
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Lagoa do Canário |
Rica em flora endémica (originária da zona), esta área é também importante zona de passagem de aves migratórias e muitas aves residentes, como o "priolo", uma ave extinta na restante Europa. Na lagoa foram introduzidas, pelo homem, várias espécies piscícolas tais como carpas, ruivos, percas e lúcios, entre outros (embora a pesca só seja permitida com licença).
A freguesia das Sete Cidade está localizada na margem oriental da lagoa, a 251 metros de altitude e conta com menos de 800 habitantes (segundo dados de 2011).
E apesar de achar a lagoa lindíssima, não achei lá grande piada ao "vilarejo", sem grandes atrações arquitetónicas a não ser a igreja de S. Nicolau, de estilo neogótico e do século XIX, ladeada de altas criptomérias (árvores não indígenas dos Açores, mas sim do Japão que se desenvolveram muito bem nesta ilha).
No dia seguinte, fomos bem de manhãzinha visitar a lagoa preferida do meu marido: a Lagoa do Fogo, que fica na zona geológica mais antiga da ilha, bem no centro de S. Miguel. E aí, então, aconteceu algo de mágico (e um dos melhores momentos das nossas férias)!
A neblina envolta à volta desta lagoa mais alta, de cor azulada, começou a dissipar-se bem no meio dos nossos olhos e então vimos a magnificência desta lagoa que é a segunda maior da ilha e ocupa a grande caldeira do vulcão do Fogo, adormecido há séculos. Esta área é reserva natural desde 1974.
E, a quase mil metros de altitude, conseguimos ver fantasticamente os dois lados da ilha: o norte e o sul (eu bem sei que são pouco menos de vinte quilometros, mas mesmo assim foi fantástico ver toda aquela paisagem luminosa verdejante junto ao azul do céu e do mar, em cada extremo)!
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Lado "norte" da ilha (Ribeira Grande) |
A última lagoa vista por nós foi a das Furnas, numa região particularmente encantadora e peculiar, relacionada com a formação vulcânica da zona (posteriormente, farei um
post pormenorizado sobre esta região). Depois de uma tarde bem passada, recheada de conversas e iguarias (como o famoso cozido das Furnas) subimos até ao miradouro "Salto do Cavalo" onde vimos a sua bonita vegetação natural e, ao fundo, a pequena mas bonita lagoa.
Mais? Veja nos próximos
posts...