Lausanne, Capital Olímpica
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Lausanne, Capital Olímpica


A Catedral de Lausanne


        Na série de relatos aqui publicados sobre a Suíça no ano passado faltou dar maior destaque à região de fala francesa, que já tinha abordado no post sobre Gruyères. Com exceção de uma tarde ensolarada em Lausanne, nossa estadia na Riviera Suíça foi marcada pelo mau tempo, que não combina em nada com a atmosfera do lugar e que fez com que precisássemos adaptar nosso roteiro para conhecer algumas atrações.

         Um dado curioso: a Riviera foi a área da Suíça onde melhor aproveitamos o nosso Swiss Pass em atividades extra-transporte, com vários museus e castelos aceitando o passe.

        Decidimos nos hospedar em Lausanne, a maior cidade da área, que possui boa infraestrutura hoteleira e conexões fáceis com as outras atrações da Riviera. Pernoitamos três noites em Lausanne.
Chegamos no meio da tarde vindos de Berna e aproveitamos o restante do dia para conhecer o centro histórico da cidade. Um dia foi reservado para visitarmos Gruyères e Friburgo e outro para a orla de Lausanne, além de Vevey e Montreux. Lausanne permite ainda acesso fácil a Genebra, que eu já havia conhecido numa ocasião anterior. O trem que liga as duas maiores cidades da Suíça Francesa  tem intervalos de dez minutos e chega até o aeroporto de Genebra, permitindo uma conexão fácil e imediata para quem aterrissa em voos internacionais.

         Lausanne  conta com 132.000 habitantes e é dividida em três platôs: a parte alta, onde se situam o centro e as atrações históricas, a parte média, com a estação ferroviária, e a parte baixa, de atmosfera mais relaxada, junto ao Lago Léman. Há opções de hospedagem em todas as três áreas. Como nosso intuito principal era utilizar Lausanne como base para visitar outras localidades da região, nos hospedamos perto da estação de trem, no bom hotel Mirabeau. As três áreas são interligadas por uma linha de metrô, que começa com um plano inclinado entre a orla e a estação ferroviária, mais antigo, e segue em trajeto subterrâneo atravessando o centro. Usamos bastante o metrô para conhecer a cidade. 


O Museu Cantonal de Belas Artes na Place de la Riponne

         Lausanne é uma cidade assentada sobre morros. Seu rio principal, o Flon, percorria o centro em um desfiladeiro, e por isso, o centro é cortado por viadutos enormes construídos no século XIX, que conferem um aspecto peculiar à cidade. Subir algumas ladeiras é inevitável para quem quer conhecer seus sítios históricos e Lausanne lembra bastante San Francisco neste aspecto. Outro ponto em comum com a cidade californiana  é a presença de jovens, maior que em outros centros urbanos suíços, graças à tradição no ensino superior e em pesquisa, além do apoio do governo da cidade à cultura.

        O centro histórico é cheio de ruelas tortuosas que de vez em quando desembocam em praças. A principal é a Place de Riponne, que se situa a menos de um quilômetro da estação ferroviária, mas que parece muito mais devido às ladeiras. Já sabendo dessa característica, fomos de metrô e voltamos a pé, utilizando o declive a nosso favor.  Na Place de Riponne fica situado o museu mais importante da cidade, o Museu Cantonal de Belas Artes, focado em arte suíça dos três últimos séculos, com entrada gratuita para os portadores do Swiss Pass. Subindo para o norte, chega-se ao Château St.Marie, construído no século XV por pedreiros italianos no topo da cidade e que hoje abriga a sede do governo do cantão de Vaud - Lausanne é a capital do cantão suíço mais populoso com fala francesa. Apesar de ser uma construção bonita, achei o castelo meio deslocado, apequenado pelas construções à sua volta.       

O Château St. Marie

           Para contrastar com o castelo, sem dúvida a construção mais imponente do centro histórico é a Catedral de Notre Dame, que alcançamos por uma escadaria. A figura da Catedral, a maior da Suíça,  domina a paisagem da cidade, podendo ser apreciada de diversos pontos.  A igreja em estilo gótico data do século XIII, tendo sido bem modificada ao longo dos séculos. Os destaques do seu bonito interior arqueado são os grandes vitrais circulares (o principal data da época da construção original da catedral) e o órgão de 6.700 tubos inaugurado há alguns anos. O  som do instrumento pode ser apreciado durante um dos concertos gratuitos oferecidos periodicamente. Uma das torres, alcançada por 225 degraus, oferece vista da cidade, do lago e dos Alpes Franceses na outra margem. 

Ouchy e seu castelo - fonte: wikipedia

        Já o charmoso bairro da orla, conhecido como Ouchy, era originalmente uma cidade separada de Lausanne. Foi aqui que os romanos fundaram o núcleo urbano, depois transferido para as colinas, mais protegidas dos ataques bárbaros. Ouchy conta com seu próprio castelo, transformado em hotel. Em dias ensolarados, a pedida é caminhar pela sua orla ou fazer passeios de barco, almoçando depois num dos muitos restaurantes do cais junto à estação terminal do metrô.

Posando na entrada do parque do Museu Olímpico

       Ouchy conta com o Museu Olímpico, instalado num parque com vista panorâmica para o lago e que conta com diversas estátuas criativas. Lausanne foi a cidade ideal para instalar o museu, já que desde 1915 é sede do COI, o Comitê Olímpico Internacional, detendo o codinome de "Capital Olímpica", dado pela organização. O museu possui um vasto acervo que relembra a história das Olimpíadas de verão e de inverno, incluindo jogos interativos, uma exibição de tochas e medalhas olímpicas e uma seção dedicada a Pierre de Coubertin, o introdutor das Olimpíadas Modernas.  Nosso ingresso foi gratuito, graças ao Swiss Pass. O museu é uma ótima pedida, ainda mais em uma ocasião chuvosa, como foi o nosso caso. O interesse aumenta com o advento das Olimpíadas que acontecerão no Rio de Janeiro no próximo ano.

Parte do parque do Museu Olímpico, junto ao Lago Léman

         No próximo post começo a contar como foi minha viagem mais recente feita em junho passado num cruzeiro à costa do Alasca. Até lá!

   
* Este é o décimo segundo post da série sobre a Suíça. Para visualizar os demais, acesse A saborosa Suíça.



 Postado por  Marcelo Schor  em 09.07.2015 



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