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Vista parcial de Vittoriosa e das duas cidades (a partir de Valetta) |
Mas que bonita cidade:
Vittoriosa!
Esta é uma das três cidades vizinhas, interligadas, no outro lado da baía da capital (
Valetta), com as cidades de
Bormla (ou
Cospicua) e
Senglea (ou
Invicta).
Il-Birgu desenvolveu-se à volta do forte
St. Angelo, uma esplendorosa fortaleza que "resistiu" ao grande cerco dos turcos otomanos, em 1565, e às bombas alemãs, durante a segunda guerra mundial.
Mas o que tem
Il-Birgu a ver com
Vittoriosa? Tudo. Na realidade, ambos os nomes correspondem à mesma cidade.
Contudo, recuemos no tempo e voltemos uns séculos atrás...
Durante o domínio espanhol (entre os séculos XIII a XVI), o imperador Carlos V doou as ilhas de Malta, em 1530, aos cavaleiros de S. João de Jerusalém, mais tarde conhecida como a ordem da cruz de Malta. Esta ordem foi fundada em Jerusalém no século XI e é a mais antiga, ainda hoje existente (embora esteja sediada, atualmente, em Itália).
Estes construíram inúmeros edifícios e numerosas e forte fortificações, tendo-se fixado na orla costeira, particularmente na zona de
Il-Birgu, em detrimento da antiga capital, a cidade interior de
Medina.
Depois de ter sido construída a esplêndida fortificação de
St. Angelo, os cavaleiros defenderam daqui a ilha, durante quatro meses, dos otomanos. Apesar disso, quase que voltou outra vez para as mãos destes últimos, senão fosse a preciosa ajuda exterior e a chefia do grão-mestre
Jean Parisot de la Valette (o grão-mestre é o chefe máximo da ordem).
Após isso, a cidade de
Il-Birgu foi apelidada como a cidade da vitória, daí o seu nome!
Depois de termos deixado o carro, num estacionamento, antes da porta principal da entrada desta cidade fizemos o resto a pé (e valeu bem a pena já que grande parte de
Vittoriosa é constituída por um emaranhado de ruelas e vielas).
Num dos lados do forte, está situada a marina com navios e iates de "fazer cair o queixo", onde almoçamos...
Não sem, antes, vermos os históricos e gastos edifícios, como os do
collachio, uma ruela estreita onde os cavaleiros construíram os seus albergues, quando aqui chegaram no século XVI.
Vimos, também, o palácio do inquisidor, bastante baleado, que para além de ter sido residência serviu de tribunal e até prisão. No final do século XVI, o papa preocupado com os boatos sobre o estilo leviano e frívolo dos cavaleiros enviou um inquisidor para refrear os ímpetos da ordem, tendo sido esta propriedade a escolhida como o centro da inquisição, durante dois séculos.
Depois observamos muitas das antigas igrejas, aqui edificadas, reconstruidas após os bombardeamentos alemães. Adorei ver as suas enormes e avermelhadas cúpulas que sobressaem da pedra amarelada exterior, qual cartão postal!
As bonitas esculturas, os prédios decrépitos e algumas obras fizeram parte do nosso passeio por esta cidade e pelas duas cidades adjacentes, mais pobrinhas e bem menos charmosas.
Mas como se costuma dizer que uma imagem vale por mil palavras, deixo-vos, aqui, agora algumas das fotos!
Depois partimos em direção à capital, onde passamos o final da tarde e soube imediatamente que tínhamos de lá voltar. Afinal não é à toa que é a capital, a cidade gloriosa da pedra dourada: a extraordinária
Valetta, que realmente ficou para o último dia da viagem (não dizem mesmo que o melhor fica no fim?)!