Mas o sul não vive só de praias, lojas, bares e discotecas. Existem outras atracções como o parque de diversões aquáticas (dizem que o Siam Park é o maior parque aquático da Europa), passeios de camelo, espectáculos medievais...mas que infelizmente não conseguimos (e também não quisemos) ir, por falta de tempo.
Numa linda manhã, com céu azul, partimos em direcção a
Güímar (uma das mais antigas povoações da ilha) para visitar o Parque Etnográfico
Pirámides de Güímar onde se encontram várias construções em forma piramidal e cuja origem não é totalmente conhecida, apesar de existirem várias teorias para a sua existência.
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Na entrada do Parque |
Podem-se aqui saber os detalhes das construções das pirâmides, a orientação arqueoastronómica do complexo principal (apresenta alinhamento correspondente à trajetória do sol durante o solstício no Verão e no Inverno), as diversas escavações arqueológicas mundiais até ao momento assim como as teorias desenvolvidas pelo fundador do parque: o antropólogo, Norueguês,
Thor Heyerdahl.
Este senhor realizou várias expedições utilizando reconstruções das embarcações mais antigas, conhecidas até hoje, tendo demonstrado a possibilidade de cruzar oceanos com elas, entre as quais se destaca:
Kon-Tiki (1947), 8000 km em 101 dias desde o Perú até à Polinésia (Oceano Pacífico);
Ra II (1970), 6100 km em 57 dias desde Marrocos até Barbados (Oceano Atlântico) e
Tigris (1977/78), 6000 km em cinco meses pelo Rio Tigre e depois pelo Oceano Índico até à entrada do Mar Vermelho. Na seguinte foto vê-se bem a miniatura réplica da última embarcação citada.
Depois de termos visto o museu Casa Chacona, o auditório e uma sala de exposições, fomos conhecer as pirâmides e o seu amplo espaço exterior, uma verdadeira lição de história, não só das Canárias como do mundo, com grande valor cultural.
Enquanto, no interior, se pode admirar exemplares das várias embarcações utilizadas pelos descobridores nas viagens pelo mundo (na foto abaixo está uma miniatura réplica da caravela Santa Maria utilizada por
Cristobal Colon que esteve na ilha em 1492) ; aprender história sobre as populações indígenas da ilha (nas fotos abaixo estão objectos: de representação de sacrifícios humanos e antigos) e da conquista das ilhas das Canárias...
...no exterior, pode-se aprender sobre a fauna (é grande a variedade de lagartos, de diferentes tamanhos e cores) e a flora originária da ilha (exemplos: drago, papiro, pinheiro, cacto, cana comum), observadas nas fotos abaixo.
Também se encontra muita informação, em placards espalhados no jardim, sobre os factores de desenvolvimento nas ilhas das Canárias tais como:
- alimentação: o
gofio, um prato típico composto por cereais torrados (trigo, cevada, milho, cevada ou mistura) amassados com água e sal ou adicionando-lhe leite, mel e frutos secos;
- trajes tradicionais (na foto abaixo o traje típico de Tenerife, representava no passado o vestuário utilizado pelas distintas classes sociais, actualmente é utilizada como peça de foclore);
- desportos tradicionais (luta, arrasto de gado, salto do pastor e jogo do pau);
- produtos de exportação: bebidas alcoolicas (vinhos e licor de banana), cochonilha (corante vermelho utilizado em tintas, cosméticos e aditivo alimentar extraído de um insecto), alimentos: banana e tomate;
- artesanato (rico em bordados);
- pesca e agricultura (especialmente a bananeira, introduzida pelos marinheiros Portugueses no século XV).
Afinal, nesta ilha descobri emoções singulares como na magnífica e dificil subida ao Teide, na cultural cidade de Santa Cruz, na turística playa das Américas, no animado Loro Parque, na impressionante paisagem de Los Gigantes e no deleite das paisagens das montanhas de Anaga, aliadas a uma temperatura amena, da qual já sinto saudades!