Foi graças ao Hamid que nós conseguimos o visto para entrar no Irão, pois a meio da noite respondeu ao telefone às perguntas do serviço de fronteiras. Foi ele que nos recebeu em sua casa às seis da manhã e nos indicou o quarto onde poderíamos descansar um pouco, e foi ele que, passadas algumas horas, nos ofereceu o pequeno almoço e nos apresentou a sua mulher, Nasrin, e a sua pequena filha, Pasmir. É assim a hospitalidade iraniana.
No Irão ainda decorriam as festividades do Nowruz, o Ano Novo persa. Durante esta altura a capital iraniana vê muitos dos seus habitantes deslocarem-se para as suas terras-natal, o bazar fecha e o famigerado tráfego automóvel da cidade fica a meio gás. Decidimos seguir as multidões e visitar o Palácio de Sad' Habad, uma das atracções da cidade.
Outrora longe do burgo e localizado num contexto rural encostado às montanhas cobertas de neve que circundam a cidade, a expansão das últimas décadas fez com que a malha urbana ocupe agora toda a área até ao sopé das montanhas. As distâncias são enormes, e para chegarmos à estação de metro mais próxima foi preciso apanharmos um táxi partilhado, que seguiu em frente por uma das auto-estradas que serpenteiam pelo meio da metrópole. O tempo estava cinzento e a chuva ameaçava aparecer. Quando por fim chegamos ao palácio, depois da viagem de metro e de cerca de vinte minutos a pé, optamos por visitar primeiro o Palácio Verde, o edifício mais bonito e o que atrai mais visitantes. A fila para entrar crescia a olhos vistos e começou a chover com alguma intensidade. Antiga residência da família real, o seu interior requintado é alvo da curiosidade dos muitos iranianos que pacientemente esperam à chuva para poder entrar e apreciar como viviam os seus governantes.
A seguir, visitamos o museu, onde pudemos apreciar algumas pinturas de autores ocidentais e iranianos e onde pudemos aquecer um bocadinho e secar as nossas roupas!
No caminho de regresso, resolvemos fazer um pequeno desvio, atraídos pela visão de uma cúpula azul que pensámos pertencer a uma mesquita. Na realidade, era um mausoléu, mas com uma igual (ou maior!) afluência de fiéis. Por um guarda, soube que a foto que estava exposta no pátio pertencia ao cientista nuclear iraniano, morto pelos "sionistas". Sinais dos tempos...
Depois de termos andado a ver as "montras" numa zona comercial e de termos comprado um cartão de telemóvel iraniano, começava a anoitecer, e resolvemos regressar a "nossa" casa. Quando lá chegamos, os nossos anfitriões estavam acompanhados da família mais chegada, e foi com eles que jantámos e passamos o serão.
No 2º dia, e como teríamos de apanhar um comboio ao fim do dia em direcção a Esfahan (com bilhete comprado on-line pelo nosso anfitrião!), despedimo-nos do Hamid e fomos deixar as mochilas na estação.
Seguimos para o Museu Nacional, um museu com um acervo considerável e onde pudemos apreciar, entre outras maravilhas, um mural proveniente de Persépolis.
Depois, atravessamos o Parque Shahr, com um ambiente florido e tranquilo, no qual aproveitamos para descansar um pouco.
O bazar, já sabíamos, estava fechado, mas mesmo assim resolvemos explorá-lo um pouco e apreciá-lo de uma forma que raramente é possível. A Mesquita no seu interior estava tão tranquila como as ruas que a circundam...
Seguimos então para o Palácio Golestan, onde mais uma vez nos juntámos aos muitos iranianos que resolveram visitar a atracção. Na realidade, um complexo de edifícios, o palácio é verdadeiramente impressionante pela exuberância da decoração interior de alguns salões e pela diversidade de estilos arquitectónicos.
Estava na hora de regressar à estação de comboios, de onde partiríamos para o nosso próximo destino por terras persas, e em relação ao qual tínhamos muitas expectativas. A aventura começava...
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1º Dia: Voo para TeerãoVoar para Irão. Dormir em Teerão. 2º Dia: Explorar TeerãoVisitar Teerão durante o dia. Dormir em Teerão. 3º Dia: Explorar TeerãoVisitar Teerão durante o dia. Ao final do dia apanhar o comboio para Esfahan....
- Good? Good?- Very good.- No. No good. Women are no good! Era esta a conversa que se repetia a cada 5 minutos em casa de Parisa, a nossa anfitriã em Shiraz. Depois de 6 horas de autocarro entre Yazd e Shiraz (que custou 75 000 IR), chegamos ao terminal...
Depois do relaxe do último dia de Nowruz, era tempo de voltar ao "trabalho". E, para nós, isso implicava voltar aos dias intensos de férias, calcorreando o Irão central e tentando ver o máximo possível, tendo em conta as restrições temporais....
"Viajar no Irão durante o Nowruz pode ser um pesadelo", era assim que o nosso guia de viagem descrevia a época do ano que escolhemos para visitar este país. O Nowruz é o ano novo persa e tem início no Equinócio da Primavera, que este ano se celebrou...
Desde que chegamos a Istambul, sabíamos que voltaríamos. Porque a cidade tem imenso para ver e visitar e porque a Turquia é um destino incontornável a que teremos de voltar, mais cedo ou mais tarde. Sendo assim, e tendo em conta o pouco tempo que...