1. Buenos Aires
A capital da Argentina é a face do tango no mundo. Envolta em carisma, a cidade tem alguns lugares de grande interesse. Apesar de ser um local relativamente perigoso, o bairro de La Boca é a imagem da cidade. Se quiser sentir-se mais seguro visite-o num tour organizado a partir de qualquer hostel do centro. Se se sentir confortável faça-o sozinho. De qualquer das formas tenha atenção aos seus pertences. E, já agora, não perca o estádio do Boca Júnior, mesmo ao lado do “Caminito”. Outro local imperdível é o bairro de San Telmo, especialmente ao fim-de-semana, quando é invadido por um mercado de rua e bailarinos de tango. No micro-centro também há alguns lugares interessantes como a catedral, a calle Florida, o café Tortoni, etc. Se tiver tempo, explore o cemitério da Recoleta, onde descobrirá um museu a céu aberto.
2. Mendoza
Capital vinícola do país, Mendoza é considerada o oásis argentino. O clima ameno e os sistemas de irrigação permitem uma grande produção de vinha e variadíssimos frutos. Há opções extremamente interessantes para conhecer a região, sendo uma delas de bicicleta. Não perca o Parque San Martin para um bonito passeio matinal. Para além disso, a proximidade dos Andes faz de Mendoza uma base extraordinária para explorar o Cerro Aconcágua, a maior montanha do mundo fora dos Himalaias (ver trekking no Aconcágua). É possível fazer um tour de um dia ao Parque Provincial do Aconcágua, a partir de Mendoza.
3. Trekking no Aconcágua
A cidade de Mendoza é a melhor base para explorar o Parque Provincial do Aconcágua e programar aí um trekking. Antes de se dirigir para a montanha tem que visitar a sede do parque na rua San Martin, em Mendoza, e tirar uma permissão. Os preços são relativamente elevados mas não se deixe dissuadir. Em 2011, para 21 dias na montanha o preço da permissão era 600 USD, para 7 dias 160 USD e para 3 dias cerca de 80 USD. Três dias são suficientes para ascender até ao primeiro campo base do Aconcágua, designado Confluência. Deverá acampar aí e explorar o Glaciar Horcones Inferior até Plaza Francia, na base da face sul do Cerro Aconcágua, no segundo dia. No último dia desça da montanha até Puente del Inca e explore esta pequena localidade. O trekking de 7 dias permite, para além de Plaza Francia, subir a Plaza de Mulas, o segundo acampamento base, nas proximidades do Glaciar Horcones Superior. A permissão de 21 dias destina-se a todos aqueles que pretendam ascender ao cume do Cerro Aconcágua (6962 m). Neste último caso, informe-se bem sobre as condições atmosféricas, o seu estado físico e nunca subestime a montanha. Não se esqueça que está frente a uma montanha com quase 7000 m de altitude.
4. Salta
O norte da Argentina reserva um encanto próprio e Salta é uma cidade colonial cheia de carisma. Toda a região está repleta de encantos e argumentos para uma estadia mais ou menos prolongada. Na cidade, o Cerro San Sebastian é um bom local para iniciar a visita pois permite uma vista magnífica da área. O Convento de San Bernardo tem uma bela igreja e uma loja de doces conventuais deliciosos. Mas, o ex-libris de Salta é a colorida Igreja de San Francisco. Imperdível é o Museu Arqueológico de Alta Montanha (MAAM), provavelmente um dos museus mais interessantes do país. Aqui poderá ver múmias incas incrivelmente preservadas que foram encontradas nas montanhas da área. Salta é uma excelente opção para explorar a área, nomeadamente a Quebrada de Cafayate, Salinas Grandes, Quebrada de Humahuaca, Purmamarca, etc. Há várias agências e os preços dos tours são bastante compensadores.
5. Jujuy e Quebrada de Humahuaca
Jujuy é uma alternativa a Salta para explorar o norte da Argentina. Mais procurado pelos “viajantes alternativos”, Jujuy é uma localidade mais pequena mas mais próxima em termos geográficos de Purmamarca e Humahuaca. Se a cidade de Jujuy não tem grandes argumentos e não é tão bonita como Salta, Purmamarca é certamente um local imperdível e cheio de atitude. O Cerro das Sete Cores é a imagem de marca da povoação mas o mercado da praça é uma excelente oportunidade para comprar artesanato do norte da Argentina e da Bolívia (ali tão perto). A povoação de Humahuaca e Tilcara também merecem uma visita. São óptimos exemplos da ruralidade do norte do país. Em Tilcara visite as belas ruínas da cidade pré-colombiana Pucará.
6. Puerto Iguaçu
Considerada uma das maravilhas da natureza, as quedas de água do Iguazú são um dos pontos altos de qualquer viagem à Argentina. Puerto Iguaçu é acessível por autocarro a partir de qualquer cidade do norte e centro da Argentina ou de avião a partir de Buenos Aires. De Puerto Iguaçu até às quedas, o acesso é bastante fácil. Do terminal de bus saem autocarros a cada 20 minutos desde as 7.20h da manhã até ao final da tarde para a parte argentina. Também é possível apanhar autocarro para visitar a parte brasileira. Os autocarros param em frente à entrada do parque e recolhem os passageiros no mesmo local. Estes autocarros são menos frequentes e saem aproximadamente a cada 2 horas. Esta opção atravessa a fronteira com o Brasil mas os procedimentos alfandegários são mínimos, só necessitando o passaporte.
7. Rosário
No inicio do delta do Paraná, Rosário é uma cidade que tem visto o número de turistas aumentar face à proximidade de Buenos Aires. A localidade é muito acolhedora mas o principal motivo para visitar a cidade é explorar as pequenas ilhas do delta. Há pequenos ferries que cruzam o rio regularmente, no verão, e deixam as pessoas nas belas praias do delta. É também possível apanhar um cruzeiro ao final do dia para explorar o delta.
8. Posadas
A meio caminho entre Córdoba e Puerto Iguazú, Posadas merece uma paragem para explorar as ruínas jesuítas de San Ignácio de Miní, na província de Missiones. Fundada em 1632 pelos Jesuítas espanhóis, nas margens do rio Yaveviri, a actual San Ignácio Miní é um dos melhores exemplos da chamada arquitectura barroca Guaraní. Segundo muitos historiadores, é o exemplo mais espectacular das 30 missões construídas pelos jesuítas no território sul-americano (Argentina, Brasil e Paraguai). Em 1984, San Ignacio Miní foi decretado Património Mundial da UNESCO e foi construído um museu bastante interessante na entrada das ruínas. O bilhete de entrada custava 100 Ar (18 €), em 2011, e permite visitar, para além de San Ignácio de Mini, mais 3 ruínas nas imediações de Posadas.
9. Córdoba
A cidade universitária de Córdoba é um destino natural para os viajantes que exploram o norte da Argentina. Outrora uma das principais cidades criadas pelos colonizadores espanhóis, preservou o seu centro histórico e os edifícios que herdou desta época. O legado dos tempos coloniais inclui igrejas antigas, criptas, o Cabildo (casa do governo) e a belíssima Universidade Nacional de Córdoba. Esta é uma das principais atracções da cidade, herdada dos tempos dos jesuítas e cujos edifícios são Património Mundial da Humanidade. Córdoba é a capital da província das Sierras Centrais e a segunda maior cidade argentina. È uma excelente base para explorar as serras e povoações circundantes, nomeadamente Vila Garcia, onde existe a casa-museu Che Guevara.
10. Puerto Madryn
A cidade de Puerto Madryn é a porta de entrada para explorar a Península de Valdés e as reservas faunísticas circundantes. Tenha muita atenção, está num dos melhores sítios do mundo para observação da vida selvagem. Com uma superfície superior a 4 mil quilómetros quadrados, a Península de Valdés penetra no Oceano Atlântico e está recortada por pequenos golfos e baías. Esta morfologia costeira permite uma abundância invulgar de aves e mamíferos marinhos que escolhem este local para reprodução. Para além da baleia austral, que é a grande atracção, este local concentra grandes colónias de pinguins de Magalhães, lobos-marinhos, elefantes-marinhos e orcas. Consulte o site Puerto Madryn para conhecer o calendário de avistamento dos animais de forma a preparar convenientemente a sua viagem. Os melhores meses são Novembro e Dezembro. Se visitar Puerto Madryn na temporada de avistamento das baleias austrais não perca a viagem de barco que sai de Puerto Piramides, na Península de Valdés.
11. El Calafate
Se há lugares mágicos no mundo, um deles será o Parque Nacional Los Glaciares. El Calafate é a base natural para explorar a parte sul deste parque, nomeadamente o glaciar Perito Moreno. Em El Calafate é possível apanhar um autocarro para visitar o glaciar Perito Moreno ou fazê-lo em tour. Uma vez no parque, existe a opção de fazer um passeio de barco para ver a parede do glaciar a poucos metros de distância. No entanto, a verdadeira dimensão do glaciar, em toda a sua magnificência, é tida das passarelas que percorrem a península em frente. Dedique um dia inteiro para visitar o glaciar. Outra opção possível é fazer trekking sobre o glaciar, uma opção popular mas bastante cara (700 Ar). Outra sugestão para conhecer verdadeiramente o Parque Nacional dos Glaciares é fazer um tour de barco designado “Todos os glaciares”. Este passeio permite ver vários glaciares espectaculares e desfrutar da beleza impar deste ambiente. A visita inclui a abordagem aos glaciares Upsala, Spegazzini e Seco, terminando na parede do glaciar Perito Moreno, no lago Argentino.
12. El Chaltén
A capital do trekking na Argentina está a crescer. El Chaltén é uma pequena povoação com pouco mais de mil habitantes. Durante os meses de verão chegam aqui centenas de trekkers para explorarem os belíssimos trilhos da parte norte do Parque Nacional Los Glaciares. O Cerro Torre e o Cerro Fitz Roy são os destinos escolhidos pela maioria dos caminhantes mas existem muitas outras opções. Há escaladores e trekkers que passam meses nesta área do país e El Chálten está a tirar protagonismo ao trekking das Torres del Paine, no Chile. Há percursos para um dia, que se devem começar cedo, ou percursos combinados de vários dias, onde é possível pernoitar em parques de campismo ou refúgios. A sede do Parque nacional Los Glaciares, à entrada da povoação, é o local ideal para recolher informação. Os guarda-parques são altamente informativos e simpáticos. Pode consultar também o site Los Grlaciares. Não perca o trekking no gelo no glaciar Viedma.
13. Bariloche
Bariloche é o destino turístico mais visitado na Argentina. Como tal, a cidade é igual a qualquer outro destino turístico com as mesmas lojas de roupa, souvenirs e chocolates que encontrará um pouco por todo o país. A única diferença é que tem mais lojas de chocolate! No entanto, ninguém vem a Bariloche para ficar na cidade. As montanhas que rodeiam o lago Nahuel Huapi são das mais bonitas do mundo e as actividades que se podem fazer na área são ímpares e inesquecíveis. A mais afamada é fazer o Circuito Chico de bicicleta, um percurso com cerca de 50km que bordeia o lago e penínsulas da zona. Há imensos teleféricos que permitem subir facilmente a alguns cerros e desfrutar de vistas fabulosas da região dos lagos, como o caso do Cerro Otto ou do Cerro Campanário. Os amantes do trekking dificilmente encontrarão trilhos mais gratificantes do que os do Cerro Tronador, Paso de las Nubes ou Cerro Catedral. E, no final de alguns dias na montanha, sabe muito bem regressar a uma cidade que nos pode oferecer restaurantes, bares, padarias, pastelarias e tudo aquilo que sentimos falta, ainda por cima com uma grande vista sobre o lago!
15. El Bólson
A cerca de 1 hora de Bariloche, El Bólson é uma opção mais económica e autêntica do que a capital do turismo argentino. Há trekkings fantásticos a partir da povoação para as montanhas circundantes. A feira artesanal atrai inúmeros turistas e reúne vários hippies que adoptaram El Bólson como o seu “paraíso perdido nos Andes”. Na feira não perca as comidas caseiras como empanadas, tartes, sumos de frutos silvestres, etc. A pequena vila é bastante acolhedora. Não perca, no entanto, o trek do glaciar Hielo Azur e o voo de avioneta sobre a área (40€ para 2 ou 3 pessoas) dinamizado pelo Aeroclub El Bólson.
16. Ushuaia
Existem cidades que, quando o seu nome é pronunciado, nos impressionam imediatamente, criando nas nossas mentes uma série de imagens a elas associadas, quer seja pelo seu significado histórico, cultural ou geográfico. Ushuaia é uma dessas cidades. A sua singular posição geográfica distingue-a das demais e, sendo a cidade mais austral do mundo, tem a si associada uma aura de inacessibilidade e de limite do mundo. Ushuaia é a base para os variadíssimos cruzeiros que nos meses de verão rumam à Antárctida. Mas, se uma viagem à Antárctida só é possível para as carteiras mais endinheiradas (cerca de 4000 €), Ushuaia é uma excelente base para explorar o magnífico Parque Nacional Tierra del Fuego, o glaciar Martial ou andar no Tren Fin del Mundo.
17. Sarmiento
Perdida na Patagónia, Sarmiento localiza-se a poucas horas de viagem de Comodoro Ribadavia. Rodeada de explorações petrolíferas, Sarmiento merece uma visita, não à indústria do petróleo mas ao Bosque Petrificado de Sarmiento. Não há uma indústria turística organizada na cidade, mas uma vez chegados ao terminal de bus é fácil arranjar um táxi que leve os viajantes ao bosque, aguarde cerca de uma hora e regresse a Sarmiento por cerca de 100 Ar.
18. Neuquén
Neuquén é uma das cidades menos visitadas na Patagónia Argentina, no entanto tem algo invulgar para oferecer aos visitantes. É uma base perfeita para visitar os inúmeros museus e centros paleontológicos com ossadas dos maiores e mais invulgares dinossauros do mundo. El Cholcón e Plaza Huincul são destinos obrigatórios e exibem o esqueleto do maior dinossauro descoberto até ao momento ou crias de dinossauros onde a pele ficou fossilizada. A partir de Neuquén há autocarros regulares para estas duas povoações.
19. Esquel
No centro da Patagónia, Esquel é o local onde se inicia o percurso do mítico “Expresso da Patagónia”. Designado “trochita”, o comboio turístico atrai alguns viajantes e permite fazer a viagem até El Maitén, em direcção a Bariloche. Nas proximidades de Esquel existe o magnífico Parque Nacional Los Alerces, um local onde é possível fazer alguns percursos pedestres, passeios de barco e acampar.
20. San Martin de los Andes
Entre Bariloche e San Martin de los Andes fica uma área extremamente bonita designada por Ruta de los 7 lagos. A viagem pode ser feita em autocarro local, que demora cerca de 5 horas, ou em tour. A primeira opção não permite parar nos diferentes miradouros mas é bastante mais económica e as vistas são fabulosas. A segunda permite usufruir da vantagem dos guias argentinos que são bastante informativos. No entanto, são bastante mais caras. San Martin de los Andes será o início ou o final desta rota. A meio do caminho, Vila La Angostura merece uma paragem. San Martin de los Andes pode ser também uma base interessante para explorar o magnífico Parque Nacional de Lanín.
loading...
Sim... tudo acaba onde começa! BUENOS AIRES... será sempre Buenos Aires. Cheguei a Buenos Aires em Novembro de 2010. Estava longe de saber o que este país me reservaria para o futuro. A principio estranhei a capital argentina. Era mais uma metrópole...
Uma formiga... é assim que me sinto quando olho o Glaciar Spegazzini, no Parque Nacional Los Glaciares. Sinto-me insignificante perante estas obras da mãe natureza. Se para o comum dos mortais a visão dum glaciar é um episódio inesquecível, para...
"Não é urgente chegar, o que é preciso é viver". É com esta música da Mafalda Veiga que contemplo o Lagoa Lacar, em San Martin de los Andes. Como cheguei aqui? Terei realmente vivido? O norte da Patagónia foi uma descoberta extraordinária. Ao...
Situada na margem do lago Nahuel Huapi, Bariloche é a primeira cidade da Patágónia para quem vem do norte. Assemelha-se a uma típica vila alpina rodeada por lagos esmeralda, montanhas e pinheiros silvestres. Divido o táxi com dois franceses que conheci...
Seis horas da manhã e toca o despertador. Olho-o com ar desconfiado e espreito ainda ensonada. Tenho a sensação de, por momentos, não saber onde estou. Localizo-me rapidamente. Estou no hostel em Mendoza. Apanho o autocarro que me vai levar ao Parque...