Verdade! Segundo alguns, dizem ter sido um dos mais bonitos palácios alguma vez erguido, no mundo islâmico, com as suas paredes e tectos cheios de ouro, uma enorme piscina rodeada por quatro jardins e segundo a lenda terá levado mais de duas dezenas de anos até estar terminado...e tudo isto com muito ouro português, da famosa batalha de Alcácer Quibir!
De facto, o palácio Badii foi mandado erguer pelo sultão Ahmed el-Mansour, perto dos seus aposentos reais, cinco meses depois da batalha dos três reis, a 4 de Agosto de 1578! Numa tentativa de tirar o trono ao seu rei: Abdel Malek, Mohammed II aliou-se a D. Sebastião em Ksar El Kebir, cidade entre Tanger e Fez, mas acabaram os três mortos (o que indirectamente resultou no governo filipino- espanhol- em Portugal durante 6 décadas)!
Com a vitória e o resgaste dos cativos (a maioria da nobreza portuguesa), os Marroquinos obtiveram grandes riquezas, inclusivamente na construção deste (ex) maravilhoso palácio!
Com entrada paga (o equivalente a um euro), o palácio Badii (em árabe: "o incomparável", um dos 99 nomes de Alá) era um sumptuoso palácio com 360 salas recheadas de mármore italiano, granito irlandês, ónix indiano e paredes cobertas de folhas de ouro!
Hoje, pouco resta, uma vez que a maior parte deste enorme palácio foi demolido em 1683 e pilhado quando o sultão Mulai Ismail o mandou fazer e mandou retirar os materiais para decorar a sua própria cidade, a cidade de Meknès!
Além do pátio central, onde estão bem visíveis os tanques e jardins enterrados plantados com laranjeiras...
Existe, ainda, um terraço na única torre intacta de onde se obtêm boas vistas para este enorme complexo, desprotegido do sol, pelo que vos aconselho a fazerem esta visita, logo no inicio da manhã! E as saliências nas muralhas são utilizadas pelas cegonhas para fazerem os seus ninhos (segundo as crenças bérberes, as cegonhas são consideradas sagradas por se tratarem de "humanos transformados").
Existem, ainda, passagens subterrâneas para as antigas masmorras, estábulos e as ruínas ao redor do palácio são pilares que deviam ter sido casas de veraneio!
O
pavilhão Khaysuran, situado a norte do grande pátio central, era outrora o harém e actualmente alberga o centro de exposições de locais e estrangeiros residentes- o
MMP+ (museu de fotografias e artes visuais de Marraquexe)- onde vimos um vasto conjunto de fotos a preto e branco de
Daido Moriyama, uma fotógrafa Japonesa (com entrada gratuita)!
Pode ser ainda visto (com entrada paga) um
mimbar (o púlpito, datado do século XII, restaurado e trazido da mesquita
Koutoubia)!
Depois fomos andando...andando...andando [com um calor descomunal]...até aos
jardins agdal que datam do século XII (os mais antigos da cidade), com várias árvores de frutos: laranjeiras, limoeiros, oliveiras, pessegueiros, romãzeiras e figueiras!
Uma verdadeira seca à exceção do grande
lago (o maior lago artificial de Marraquexe) no final do trajecto (neste lago, o sultão
Mohammed IV afogou-se com o seu filho, em 1873). Bem que a Liliana e eu queriamos ter molhado lá os pezinhos mas os enormes peixes dissuadiaram-nos de imediato, não fossem serem verdadeiras piranhas e/ou estarem muitos esfomeados (hehe)!