Quem diria que um retiro de caça se pudesse tornar no maior castelo de todos e de todos os exageros!
Senão vejamos: 156 metros de comprimento, 56 metros de altura, 77 escadas, 282 chaminés e 426 divisões constituem Chambord e tornam-no no maior castelo existente no vale do Loire!
Em 1519, o jovem rei Francisco I iniciou a construção do enorme estaleiro deste castelo como local de refúgio e fortemente influenciado pela arquitetura Italiana. Com a aparência de uma fortaleza medieval (um torreão central cercado por 4 grandes torres e uma muralha) e os elementos inovadores da arquitetura renascentista (varandas cobertas, terraços e pilares fundidos nas paredes), Chambord, feita de tufo calcário (pedra macia e frágil), prima e seduz pelo seu equilíbrio e gracioso aspeto.
Contudo, o rei Francisco I viveu em Chambord apenas durante 72 dias em 32 anos de reinado e não chegou a ver a sua obra terminada. Na altura, apenas se encontravam terminados o torreão e a ala real.
Seu filho, Henrique II e o rei Luís XIV, também, apaixonados pelo prazer da caça conferiram ao castelo o aspeto que ele tem atualmente.
Começamos o percurso do castelo com um curto filme sobre a construção de Chambord. Depois estivemos a ver os aposentos dos vários andares, recheados com alguns móveis antigos, quadros e outras artes decorativas.
No centro do torreão encontra-se uma escadaria dupla que serve os três pisos do castelo, formada pelo entrançado de duas escadas de caracol à volta do núcleo oco central e permitem assim que duas pessoas possam-se ver através das aberturas do núcleo mas nunca se encontrarem. Pensa-se que esta inovação engenhosa tenha sido originária de Leonardo da Vinci, que veio para França a pedido do rei Francisco I, em 1516.
Inicialmente, os aposentos de Francisco I eram no torreão mas depois foram transferidas para a ala este e é composta por um quarto, dois gabinetes, um oratório e uma grande sala.
As esculturas dos salões do 2º piso associam o monograma de Francisco I ("F") com o seu emblema (a salamandra), o animal mítico capaz de viver nas chamas.
A construção da capela iniciada por Francisco I só foi terminada no reinado de Luís XIV e é a maior divisão do castelo.
Os aposentos da rainha situam-se na torre adjacente aos aposentos do rei e foram ocupados pelas duas esposas sucessivas de Luís XIV: Marie Thérèse de Áustria e Madame de Maintenon. São compostos por uma sala de guarda, duas antecâmaras (uma delas foi transformada em sala de refeições no século XIX), o quarto e divisões privadas.
Apesar de colossal, o castelo nunca foi tão habitado durante tanto tempo (12 anos) como no século XVIII. Mas, para isso, teve de se conseguir fazer o aquecimento suficiente das habitações e como tal diminuiu-se o seu tamanho com a criação de compartimentos, baixando os tetos e dentro das grandes chaminés do século XVI foram construídas outras chaminés mais pequenas.
Na sala de carruagens existem veículos, nunca utilizados, realizados em 1871, para o Conde de Chambord.
No quarto do conde de Chambord podem-se ver a bateria de canhões em miniaturas, recordação de infância.
O segundo piso de Chambord é dedicado à temática da caça: os diferentes tipos de caça e algumas colecções de tapeçarias e quadros dedicados ao tema.
Os terraços do castelo oferecem boas vistas sobre a propriedade e sobre os lindos telhados.
Existe um muro a toda à volta com 32 km de comprimento, aberto por seis portas, que constitui o maior parque florestal fechado da Europa. Reserva nacional de caça alberga uma grande variedade de fauna e está inscrito na lista do património mundial da UNESCO.
Sinceramente, embora tenha achado que este château fosse colossal, o maior de todos no Val do Loire, o seu interior ficou aquém das expetativas (achei-o meio desprovido de decoração em muitos aposentos).
Mas no próximo post, não perca...o mais bonito interior (ou um dos mais bonitos) de um château no Loire!
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