Nest
post irei falar de duas cidades, as duas mais populosas da região, nossos pontos de paragem obrigatória enquanto estivemos no vale do Loire.
No primeiro dia, depois da visita a Chenonceau, fomos passar o final do dia e jantar em Amboise, que dista 18 km.
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Château de Amboise |
Esta cidade está localizada na margem esquerda do rio Loire, local importante desde os primórdios pré-históricos, chegou a ser o lar da corte real francesa. No amplo castelo, dominante sobre a cidade, viveu o rei Carlos VII depois de Luís Amboise, seu antigo proprietário ter sido acusado e executado de traição, contra seu filho Luís XI, em pleno século XV.
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Ponte sobre o rio Loire |
Antes de jantarmos uns deliciosos
moules à mariniére (mexilhões estufados) com batatas fritas deambulamos um pouco pela cidade, vimos a église St Denis, as ruas estreitas com casinhas tradicionais de madeira e as traseiras da mansão Clós Lucé, a última morada de Leonardo da Vinci onde existem ainda algumas das suas invenções (infelizmente, devido à hora tardia já estava tudo fechado).
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Église St. Denis |
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Fachadas de alguns edificios |
E, no final do dia, assistimos a este belíssimo por do sol sobre o vinhedo do alojamento onde ficamos, em St. Georges Sur Cher.
No dia seguinte, depois da visita aos castelos de Chambord e Cheverny fizemos uma pequena paragem em Tours (antes de pernoitarmos em Nantes), não sem antes termos captado uma foto do
château de Chaumont Sur Loire, encontrado por acaso no meio da viagem (o castelo trocado por Chenonceau entre Diane de Poitiers e Catherine de Medicis, lembram-se?).
Tours situa-se nas margens dos rios Loire e Cher e é a capital da região de Indre-et-Loire. Apelidada como "jardim da França" pelos seus imensos espaços verdejantes espalhados pela cidade, esta foi fundada no século I com o nome de
Caesarodunum.
Recheada de batalhas durante os séculos seguintes, como por exemplo a guerra dos 100 anos (a cidade foi palco da batalha de Poitiers, em 1356, contra a Inglaterra), Tours foi reconstruída posteriormente e tornada a capital do reino (durante os séculos XV-XVI) e cidade real da região (o
château, construído no século XI serviu de casa real). Pintores, artesãos, comerciantes e mestres ilustres reuniram-se aqui, à volta da corte até que o rei Francisco I restituiu a Paris a sua situação de capital.
Atualmente, no
château, são apresentadas coleções de pintura e fotografia.
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Château de Tours |
A antiga basílica St. Martin, de estilo neobizantino, foi inaugurada em 1014 e alvo de remodelações, até ao século XIX. Após a descoberta do túmulo de Martin de Tours, foi construído no seu lugar um enorme edificio cuja basílica foi inaugurada em 1890, para albergar os restos mortais deste santo.
Mas se pensam que nunca ouviram falar neste santo, desenganem-se (
ou não): Saint Martin ou São Martinho, nasceu em 316 na atual Hungria, foi obrigado a ingressar no exército Romano que rapidamente abandonou e continuou a abraçar a fé católica e oferecer caridade a todos os que precisassem. Famoso pelo seguinte episódio: depois de ter encontrado um mendigo cheio de frio, Martinho cortou metade do seu manto e ofereceu-o ao mendigo, minimizando o seu desconforto; rapidamente tornou-se um exemplo a ser seguido, numa época conturbada e particularmente difícil.
Tornado monge, foi aclamado bispo de Tours, adorado e amado por toda a população da Europa medieval, razão pela qual ainda hoje se comemora o dia 11 de Novembro: o dia de São Martinho, data que assinala o enterro deste santo não mártir da igreja católica em Tours, dessassete séculos depois!
A grandiosa catedral de Saint Gatien, de estilo gótico, levou quase quatro séculos a ser concluida, pois só foi terminada no século XVI.
Cidade natal do Honoré Balzac (um escritor Francês do século XIX), Tours está classificada como património mundial da UNESCO e é ponto de partida (especialmente para quem vem de Paris) para explorar a região do vale do Loire. E com pena nossa tivemos de sair dessa lindissima região e partir para as próximas...