O Fado, um dos maiores símbolos da identidade e da tradição de Lisboa, acaba de ser distinguido Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
A candidatura do Fado foi idealizada em 2006 e a sua apresentação obteve êxito, resultando no reconhecimento pelo exemplo de boas práticas, anunciado na 6ª reunião do Comitê Intergovernamental da UNESCO, ocorrida em Bali, na Indonésia.
Muitos fadistas e personalidades ligadas ao gênero, como, por exemplo, Ricardo Ribeiro, Tiago Torres da Silva e Maria de Lourdes de Carvalho, reconheceram o valor da distinção recebida pela famosa música portuguesa, fato que contribuirá ainda mais para a promoção, a projeção internacional e a continuidade de um dos principais ícones da cultura de Portugal.
O Fado é consagrado e reconhecido internacionalmente como a cantiga de Lisboa, que se expandiu para o país e agora para toda a humanidade. Sua sonoridade apresenta um ritmo dotado de uma característica única e marcante, que ilustra em suas letras e interpretações, muitos capítulos do cotidiano e da vida de seus compositores.
No que diz respeito à preservação desta rica tradição musical portuguesa, destaca-se o Museu do Fado, localizado em Lisboa, que além de fazer parte da comissão da candidatura do gênero à distinção de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, é responsável pelo plano de salvaguarda do Fado, que contribuirá para a manutenção, a recuperação e a catalogação da discografia histórica original, além de manter parcerias com várias instituições munidas de acervos relevantes sobre o Fado.
O museu já havia evidenciado a cultura do Fado recentemente, com a exposição “Ecos do Fado na Arte Portuguesa”, ocorrida entre julho e setembro deste ano, na Sala do Risco, no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço. A exposição abordou a influência do Fado como inspiração aos artistas plásticos portugueses, do século XIX até os dias atuais.