Este título não é meu mas sim da revista "Visão" que na penúltima semana do mês de Agosto publicou um artigo, capa de revista, na qual a capital Portuguesa é visitada por cinco milhões de turistas por ano e 90% dos mesmos ficam com o desejo de regressar (eu, com certeza, sou uma delas). Devo confessar que sempre achei Lisboa uma das cidades mais calorosas e bonitas de Portugal assim como uma das mais luminosas capitais Europeias!
Como fizemos bons passeios a Lisboa nos últimos meses (e alguns verdadeiramente
da solo no mês de Agosto), vamos agora explorar alguns dos bairros de Lisboa e passear pelas zonas adjacentes da mesma.
Lisboa, aí vamos nós...não perca e siga-me nesta viagem!
A começar num dos seus bairros mais antigos:
Alfama, outrora o melhor bairro da cidade.
Nos tempos dos mouros, a cidade estava confinada em redor do castelo e era próspera...
|
Vista do miradouro Sophia Mello Andersen |
Mas em plena idade média, esta zona caiu em decadência, por causa dos vários terramotos. Aristocratas e residentes ricos Lisboetas mudaram-se para o oeste e deixaram este bairro para os pescadores, pessoas mais simples e sem posses.
Apesarem de alguns edificios terem resistido ao tenebroso terramoto de 1755 (quem me manda a mim escrever estas coisas...), as casas árabes deram lugar às pequenas lojas de comércio local (tabernas, por exemplo) e pouco restou delas.
O imponente castelo de S. Jorge serviu de fortaleza e palácio real até ao século XVI.
Neste bairro podem ainda ser vistos a Sé, a Igreja São Vicente de Fora e o Panteão Nacional com as suas brancas fachadas.
A bonita
Igreja de S. Vicente de Fora (também designado como
Mosteiro de S. Vicente) foi concluida no século XVII, no lugar de um antigo templo, mandado construir por D. Afonso Henriques (o primeiro rei Português), dedicado ao padroeiro da cidade de Lisboa (S. Vicente).
O
Panteão Nacional ou antiga
Igreja de Santa Engrácia faz parte da imagem da cidade, com a sua bela cúpula no horizonte e é considerado um dos mais belos exemplares do barroco Português.
Apesar desta obra ter sido iniciada no século XVII só foi terminada no século XX, que originou a expressão popular "obras de Santa Engrácia" como algo difícil ou de improvável conclusão.
Como panteão nacional estão, aqui sepultadas, algumas das mais importantes personalidades da história Portuguesa contemporânea (Almeida Garrett, João de Deus, Aquilino Ribeiro, Humberto Delgado, Guerra Junqueiro e a grande fadista Amália Rodrigues, entre outros).
Com entrada paga, no seu interior, podemos ver os vários túmulos e subir os inúmeros degraus que nos levam até ao terraço, de onde temos uma vista única sobre a cidade e o rio (como era sábado tivemos ainda a oportunidade de espreitar a Feira da Ladra).
|
Vista do interior (tecto) do Panteão |
|
Feira da Ladra |
Após, algumas centenas de metros, encontramos o atual
miradouro de Sophia Mello Andersen (as vistas, aqui, também são fantásticas) onde existe a
Igreja da Graça, situada no antigo local onde D. Afonso Henriques provavelmente terá acampado as suas tropas, no cerco aos mouros durante a tomada de Lisboa, no século XII. Apesar de ter sido quase completamente destruída durante o terramoto de 1755, assim como a maioria das igrejas (a Sé, o Panteão e a Igreja de S. Vicente) e outros edifícios, estes foram posteriormente reconstruídos.
|
Fachada (em cima) , interior (centro) e tecto da Igreja da Graça (em baixo) |
A sul, o recente
Museu do Fado abriu as suas portas em 1998 e celebra o valor do fado como símbolo da cidade de Lisboa e papel importante na tradição e história Portuguesa (por acaso, faz hoje um ano que o fado foi reconhecido como património imaterial da humanidade da UNESCO).
Aqui podem ser observados os espólios de muitos profissionais do fado, saber a história deste antigo e importante veículo de comunicação desde os seus primórdios (século XIX), ver a evolução tecnológica da guitarra portuguesa, visitar o ambiente das casas de fado (que eu estou louquinha por conhecer na vida real) e conhecer o percurso biográfico e artístico de inúmeras personalidades dedicadas a esta arte.
|
"O Fado" (José Malhoa, 1910) |
|
Exemplares da guitarra Portuguesa |
Com o bom sistema de guia audio disponível tivemos ainda a oportunidade de desfrutar e apreciar o som de inúmeros fadistas, tais como Carminho, Mariza, Ana Moura, Carlos do Carmo, Camané e seguramente Amália Rodrigues.