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Direito das Mulheres e Religião
O assunto é polêmico. Acredito que cada um tem o direito de escolher e de viver a religião que quiser, mas sou contra os abusos que vemos por aí, mundo afora, principalmente no que diz respeito aos Direitos das Mulheres.
Por exemplo, na Arábia Saudita, as mulheres são proibidas de dirigir ou andar de bicicleta na rua, assim como praticar esportes em público. Igualmente, não podem trabalhar no mesmo local que os homens, não podem se sentar na parte externa de um café, tomar banho de piscina ou de mar. E pior de tudo, não podem viajar sem a autorização de um homem da familha (um tutor) nem sair na rua sem a longa roupa preta (abbaya). E é o tal tutor que vai autorizar ou não a trabalhar e tudo o mais na sua vida.
O poder político, representado pelo rei, quer liberar os modos e costumes, mas encontra fortes barreiras na religião.
A mairoria das mulheres do país não conhecem seus direitos e por consequência são muito conservadoras, enquanto os homens ficam entre a religião e a tradição, muitas vezes por ignorância mesmo.
E quando em outros países, como no Marrocos, o estuprador tem como alternativa casar com a vítima para evitar a pena, e a mesma não tem o direito de recusar. Lembramos o caso da menina Amina Filali, de 16 anos, obrigada a se casar com o seu estuprador. Ela se suicidou em 2012. Vocês têm idéia do que é isso? Para mim, uma aberração total. Parece que recentemente foi incluída uma cláusula para evitar esse tipo de coisa, espero mesmo que seja verdade e que esteja funcionando na prática.
Ou como no Afeganistão. Um exemplo atualmente conhecido é o da jovem Sahar Gul, que foi vendida (para casar) aos 12 anos pelo irmão. Na família do "marido", queriam prostituí-la e diante de sua recusa, foi acorrentada no banheiro, eletrocutada e arrancaram suas unhas, dentre outras atrocidades. Casamentos precoces, forçados e violências sexuais são muito comuns nesses países radicais.
Na Palestina, meninas podem se casar aos 15 anos, e se o marido morrer elas podem ser forçadas a casar com o cunhado... E se após muita luta conseguem divorciar, não são bem aceitas na sociedade.
E quantas mulheres são ainda apedrejadas ou mesmo condenadas a estupros coletivos por infidelidade? Acontece muito no Iran e no Sudão, para citar apenas dois países.
Si a jornalista americana Lara Logan abriu os nossos olhos para uma triste realidade no Egito, quem vive diariamente essa situação são as egipcias.
No Egito, onde os estupros coletivos não são raros, os estupradores preferem muitas vezes penetrar a mulher com os dedos, uma barra de ferro, uma lâmpada ou outro objeto, pois se não houver penetração com pênis, a lei considera um simples "assédio sexual" e raramente passível de pena. Mesmo se em muitos casos a vítima, com as roupas rasgadas, é arrastada pelas ruas enquanto pode chegar a centenas o número de homens que a tocam.
Estive há alguns meses no país e confesso que os olhares dos homens chega a dar medo! Não sou do tipo medrosa, mas não teria coragem de viajar sozinha ao Egito e andar sozinha no meio da população a 5 metros dos locais turísticos.
Sei que muitas mulheres levam para o lado da brincadeira e mesmo se sentem lisongeadas com olhares e "cantadas" dos egípcios. Levei para o lado da brincadeira a cada vez, mas as "brincadeiras" podiam ser pesadas, e eu preferia cortar de vez.
Sinto muito, mas me choca. Considero uma falta de respeito e humilhação para com as mulheres.
Há poucos anos a França, um país laico, proibe que as mulheres cubram o rosto (burka e assemelhados) no espaço público. Muitas pessoas discordam, falam da liberdade de cada um de se vestir como quiser. Mas onde está a liberdade quando uma menina cresce condicionada em uma família (ou cultura), sob a autoridade de um pai ou irmãos radicais que não dão escolha? Podemos falar realmente de escolha? E muito engraçado que muitas meninas que nunca cobriram a cabeça por aqui, começam a fazê-lo por um homem...
Sinto muito, mas um homem que ama de verdade não vai pedir (ou mesmo obrigar) uma mulher a se esconder da sociedade.
Para não perdermos a esperança, a Tunísia aprovou recentemente a sua constituição que diz que "homens e mulheres são iguais perante a lei". Trata-se da primeira vez que isso acontece em um país árabe e muçulmano. Vale lembrar que a Tunísia foi o berço da Revolução Arabe que foi contagiando toda a região na primavera de 2011.
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