Viagens
Curitiba pelo ônibus turístico
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A estufa do Jardim Botânico de Curitiba |
Curitiba é uma das capitais brasileiras que mais me agradam. Uma das razões é que a considero uma das localidades mais organizadas para o turismo. A cidade oferece duas facilidades comuns na Europa que são uma mão na roda para o visitante e que deveriam existir em toda cidade grande com fluxo turístico considerável.
A primeira é o ônibus executivo que interliga o aeroporto ao centro da cidade, onde se situa a maioria dos hotéis da capital paranaense. Por R$12,00 e com intervalo de no máximo 20 minutos entre os ônibus, o visitante dispõe de um serviço eficiente, com parada em pontos estratégicos do centro. Se não houver engarrafamento, a viagem demora de 30 a 40 minutos, dependendo do ponto onde se desce.
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O ônibus turístico no seu ponto inicial na Praça Tiradentes |
A segunda facilidade é o objeto deste post, o ônibus turístico. Este ônibus de dois andares interliga praticamente todos os pontos turísticos de Curitiba, fazendo um roteiro em formato aproximado do número 8 e passando duas vezes pelo centro da cidade. Por R$ 29,00 o visitante pode saltar e pegar o ônibus novamente por mais quatro vezes além do embarque inicial. Para isso recebemos uma cartela com partes destacáveis correspondendo aos quatro embarques adicionais.
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Rua das Flores, primeira parada para os turistas subirem a bordo |
Usei este ônibus nas duas últimas vezes que estive em Curitiba, parando em pontos distintos do trajeto. Algumas observações:
- O ponto inicial/final é na Praça Tiradentes, em frente à Catedral.
- O primeiro ônibus sai às 9 horas e o último às 17:30; não há serviço às segundas.
- O ônibus passa a cada meia hora (é, o intervalo poderia ser um pouco menor, pelo menos no fim de semana).
- O circuito possui 25 paradas, num trajeto total de cerca de 2h30min - se o trânsito não pregar nenhuma peça, claro.
- A vista do deque superior, ao ar livre, é bem melhor, como é costumeiro neste tipo de ônibus. Porém, quando estive em Curitiba no último fim de semana de novembro, o dia começou bastante nublado e ventando. Apesar de o andar superior do ônibus contar com uma cobertura removível que estava estendida, o frio ali era quase insuportável quando o ônibus estava em movimento (e olha que eu estava de casaco). Resultado: os poucos lugares embaixo, com visão bem mais limitada, estavam lotados. Algumas pessoas preferiram viajar em pé no primeiro andar a permanecer no segundo.
A seguir destaco alguns dos pontos turísticos onde o ônibus pára, em ordem do circuito:
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A aleia principal do Jardim Botânico, com os arranha-céus do Centro ao fundo |
- o Jardim Botânico, na zona sul, é o cartão postal mais famoso de Curitiba e sua atração imperdível - foi o local onde permaneci por mais tempo em todo o circuito. Quase todo mundo desce do ônibus lá. Relativamente recente, foi inaugurado em 1991 e ocupa uma área de 278.000 m². A estufa principal pelo qual é conhecido é feita de estrutura metálica e vidro, possuindo três abóbadas brancas em estilo art nouveau (saiba mais sobre este estilo arquitetônico no post sobre Riga, Letônia). Seu desenho foi inspirado no Palácio de Cristal de Londres, que era uma das maiores atrações do Hyde Park até ser devastado por um incêndio em 1936. A estufa climatizada é um ponto excelente para se apreciar a vastidão e beleza dos jardins em estilo francês que a cercam.
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O Paço da Liberdade |
- o Paço da Liberdade, no centro, era sede da Prefeitura. Outro exemplo magnífico de art nouveau, foi inaugurado em 1916. Restaurado em 2009, abriga hoje um centro cultural do SESC. A praça em frente eventualmente abriga shows ao ar livre. Se você está hospedado no centro, não gaste uma das paradas do roteiro aqui, venha a pé. Apesar de ser a nona parada do trajeto, o Paço está a somente uma quadra da Praça Tiradentes, o ponto inicial do circuito.
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O Passeio Público |
- o Passeio Público, um oásis verde junto à parte mais popular do centro. Foi o primeiro parque público da cidade e abriga um lago onde se pode passear de barco e um minizoológico com animais de pequeno porte, incluindo répteis, macacos e algumas araras que fazem a alegria das crianças. Como curiosidade, os portões de entrada são réplicas dos portões de um cemitério de cães de Paris. Já que o Passeio também fica no centro, vale a mesma observação registrada para o Paço.
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O "olho" do Museu Niemeyer, com o prédio das exposições ao fundo |
- o Museu Oscar Niemeyer, um dos maiores e mais novos museus brasileiros, tem 11 anos de atividade. O prédio das exposições, mais antigo, foi projetado pelo arquiteto há mais tempo. A torre em formato de olho data de 2002 e apresenta o estilo inconfundível de Niemeyer. As áreas de exposições são duas: a maior parte do prédio abriga mostras temporárias - em novembro apresentava uma exposição de pintura moderna de artistas latino-americanos. Numa outra área, os principais projetos de Niemeyer são apresentados por desenhos e maquetes, com destaque para suas obras mais famosas em Brasília, Belo Horizonte e Niterói, além do próprio museu curitibano. A entrada inteira custa R$ 6,00 e o museu abre de terça a domingo das 10 às 18 h.
- A Ópera de Arame infelizmente estava fechada para reformas nesta minha última visita, informação pregada no ponto inicial do ônibus turístico. A estrutura rivaliza com a estufa do Jardim Botânico e o Olho do MON quando lembramos dos ícones modernos de Curitiba. Inaugurada em 1992, foi feita em estrutura tubular com teto transparente e tem capacidade para 2400 pessoas. De dentro do ônibus, deu para notar que a Ópera apresenta um belo contraste com a mata nativa que a envolve.
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A parte superior do Parque Tanguá...
| ... e a descida ao nível inferior |
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- o Parque Tanguá ocupa há 17 anos o espaço antes pertencente a pedreiras. O parque foge do lugar comum e ocupa dois níveis, contando com lagos e até um túnel e uma cascata no seu nível inferior. A parada do ônibus se situa junto à entrada do parque no platô superior, no topo do morro, de onde se descortina uma vista legal do conjunto abaixo.
- Santa Felicidade, o bairro gastronômico de Curitiba. Aqui o ônibus faz um desvio de rota para circular por alguns quilômetros da Avenida Manuel Ribas, onde se situam diversos restaurantes, a maioria especializados em culinária italiana. O ônibus pára na frente do mais famoso deles, o Madalosso.
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Vista do centro de Curitiba a partir da Torre das Mercês |
- A Torre das Mercês, uma torre telefônica com uma vista espetacular da cidade no seu topo. A torre, erguida em 1991 pela Telepar, tem uma altura de 103 m. O mirante fica a 95 m e permite uma visão de 360 ° da cidade. Como sou fissurado em vistas aéreas urbanas, achei bem legal.
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A feira dominical no Setor Histórico |
- Já de volta ao centro, a última parada antes de retornar à Praça Tiradentes é o Setor Histórico, uma área de casas antigas bem conservadas em volta do Largo da Ordem. Aqui acontece nas manhãs de domingo uma grande feira de artesanato, que conta também com barracas com quitutes saborosos.
Fazendo o passeio nos surpreendemos com a capacidade de Curitiba de se reinventar nas últimas décadas. Podemos observar que as principais atrações foram concebidas nos últimos 20 anos. Isto me fez lembrar que na minha infância Curitiba era um mero dormitório para fazermos excursões fora da cidade, como a descida de trem pela Serra do Mar e o passeio a Vila Velha. Hoje a cidade possui um rol considerável de boas atrações que leva um número cada vez maior de pessoas a visitá-la, com infraestrutura de apoio sólida. Um exemplo a ser admirado e imitado.
=> Os preços e informações aqui apresentados são de novembro de 2013, data da minha visita.
Publicado por Marcelo Schor em 22.01.2014
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