2007 foi o ano em que nos iniciamos as nossas aventuras fora do continente europeu, e foi também nesse ano que foram votadas as 7 novas Maravilhas do Mundo. Nunca foi uma prioridade nossa visitar esses monumentos, mas, começando com a viagem à Índia e Nepal e a visita obrigatória ao Taj Mahal, em Agra, a verdade é que todas as nossas viagens de verão desde então incluíram uma dessas Maravilhas do Mundo, com a excepção da do ano passado, em que no nosso périplo pelo sudeste asiático passamos pelo extraordinário complexo de Angkor Wat (que, na nossa opinião, deveria ter um lugar nas 7 escolhidas!).
Por ordem cronológica, a seguir ao Taj Mahal, visitamos Machu Pichu (2008), a Grande Muralha da China (2009), o Coliseu de Roma (2010), e Petra (2010). Todas estas obras do mundo antigo nos impressionaram imenso, pela sua beleza e grandeza, mas também pelo facto de todas elas únicas, isto é, não há nada no planeta que seja parecido, ou sequer se aproxime as suas características.
Este ano, na nossa Rota dos Maias 2012, era inevitável uma passagem por Chichen Itza, uma das antigas cidades maias com ruínas melhor preservadas. No entanto, é clara e notória a grande diferença entre esta e as outras Maravilhas do Mundo: Chichen Itza não é única, de um ponto de vista geral; existem, muitas outras ruínas de cidades maias espalhadas pela Mesoamérica, com a mesma dimensão e importância arqueológica, tais como Palenque e Calakmul (Mexico), Caracol (Belize), Tikal (Guatemala) e Copan (Honduras).
Mesmo pondo de parte a questão do método de votação (os países mais populosos tinham vantagem a partida...) poderá perguntar-se porquê esta escolha para a lista das 21 finalistas. A resposta é clara: Chichen Itza foi escolhida pois é a que se situa mais perto da zona turística mais desenvolvida da América Central, a pouco mais de 2 horas de autocarro de Cancun. A esmagadora maioria dos turistas que passam férias nesta zona, e que visitam apenas 1 grande local arqueológico, irão aquele que esta a uma distancia que permite uma tour de 1 só dia.
Milhares de turistas desembarcam assim todos os dias dos autocarros em Chichen Itza, para uma visita que muitas vezes ronda 1 hora, acompanhados de um guia local bem remunerado. O bilhete de entrada ronda os 12 euros. As receitas provenientes deste fluxo de turistas são enormes, a escala local.
Com a eleição como Maravilha do Mundo (e o consequente aumento do número de visitantes), as obras de restauro e reconstrução ganham novo fôlego. E como toda a moeda tem duas faces, todos os principais edifícios estão agora isolados por corda, sendo proibido o acesso as suas proximidades e interior. Ora, para quem visita outras ruínas, não se pode deixar de sentir uma desilusão em Chichen Itza. Não se pode subir a grande pirâmide, El Castillo (cujos 9 patamares e 4 escadarias estão a ser reconstruidos), muito menos aceder ao seu interior (que contem outras pirâmides e templos). Não se pode entrar no observatório astronómico "El Caracol", nem sequer aceder a sua plataforma. Não se pode deambular pelo Templo das Colunas, nem subir as suas escadas para admirar de perto a famosa escultura de "chacmool" (ainda que seja uma réplica). Tudo tem de ser visto de longe, ou de lado, ou de baixo. Não satisfaz um turista interessado...
Restam como principais atracções o enorme campo de jogo de bola (com livre acesso), as plataformas adjacentes dos "Craneos" e a dos "Jaguares e Aguias" (que se podem ver de perto), que se pensa que serviriam de locais cerimoniais, e o cenote sagrado, cavidade no calcário com 60 m de diâmetro e 35 m de profundidade, acessível através de 300 m de uma sacbe (estrada maia), mas com acesso vedado a água (este mais compreensível).
Por esta altura, os nossos leitores devem estar a perguntar-se se valera a pena visitar Chichen Itza... Claro que sim! A cidade tem uma história fabulosa, tendo sido uma das principais cidades do período pós-clássico, com uma grande variedade arquitectónica, que ilustra as diferentes influencias que sofreu. Centro comercial, religioso e militar da região nos séculos XI a XII, foi perdendo importância para outras cidades, como Mayapan, tendo sido abandonada no século XIV.
Hoje, com o estatuto de nova Maravilha do Mundo, tornou-se o símbolo da civilização maia e volta a ser um centro de peregrinação. Se, com a sua projecção internacional, Chichen Itza puder contribuir para um maior estudo e compreensão pelos peritos desta civilização e um aumento do conhecimento do público geral, então terá valido a pena.
Se visitarem Chichen Itza, terão sempre muito a ganhar, mas o nosso conselho é que não deixem de passar por outras maravilhas do mundo que por aqui perto podem encontrar!
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