Após poucas (mesmo poucas) horas de sono, o nosso dia começou, ainda, noite cerrada por um passeio de balão, naquele cenário surreal e mágico que mais parece ser próprio de uma série de ficção científica. Adjectivos à parte, a verdade é que nunca irei esquecer aquele sublime passeio de balão (verdadeiramente espectácular) mas apesar do seu preço elevado (150€ por pessoa) valeu cada centavo!
Entre uma fatia de bolo e uma bebida quente, no frio da madrugada, o balão começou a ser cheio e depois de pronto, subimos para dentro dele e suavemente começamos a flutuar e a assistir ao raiar do dia... foi simplesmente: lindo!
E no meio desta paisagem inóspita, passamos rentes às casas, essas estranhas habitações com chaminés em forma cónica, pombais, mesquitas e hotéis escavados em grutas, resultante da erupção dos vulcões e moldada pela erosão natural das chuvas e ventos, na presença de mais de 70 balões no ar.
Depois de estarmos uma hora nos céus da Capadócia, descemos à terra e celebramos o nosso passeio com um copo de espumante (e também recebemos um diploma de certificação de balonismo...hahaha)!
Depois do pequeno almoço, fomos ver estranhas formas de esculturas (inclusivé até em forma de animais) e pequenas lojas de comércio locais.
Almoçamos, bem, num caranvasai. O meu marido até bebeu cerveja Turca, a um preço proibitivo (nos restaurantes de beira de estrada é proibido vender bebidas alcoolicas e nos outros restaurantes o imposto sobre bebidas alcoolicas é superior a 50% da União Europeia, trata-se de um país muçulmano, lembram-se?).
Visitamos uma loja de tapetes e o respectivo método de produção, inclusivé a dos lindissimos tapetes de seda. Foi interessante ver a quantidade de senhoras a produzirem os seus tapetes no local, apesar de grande parte do fabrico dos tapetes ser efectuado em casas particulares. Os preços são tanto maiores quanto maior for o número de nós e o material utilizado nos mesmos.
Depois fomos visitar o Parque Natural de Göreme, um museu ao ar livre, património mundial da Unesco, desde 1985.
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Vista parcial do vale Göreme |
Aí visitamos algumas das primeiras igrejas cristãs (existiam quase duzentas), escondidas em galerias de autênticas cidades do mundo subterrâneo. Foram os primeiros mosteiros do mundo, com desenhos e pinturas nas paredes, pois muitos não sabiam ler e/ou escrever, numa época em que os cristãos eram perseguidos. Estas pequenas igrejas (dos séculos V-XII) são muito simples e as suas frágeis pinturas impediram-nos de tirar quaisquer fotografias do seu interior.
Na foto seguinte está a entrada da
Sakli Kilise (em Português: "igreja escondida"), escavada numa colina que domina o vale de Zemi e escondida e os seus frescos preservados, durante séculos, devido à erosão que lhe bloqueou a entrada (daí o seu nome).
No final da tarde fomos ainda a uma joalharia, antes de voltarmos ao hotel Perissia, onde ficamos pela segunda noite consecutiva, não antes do meu marido se ter lesionado num dos pés mas prontamente assistido por um médico de outro grupo, no local.