Se não tivessem lido o título deste
post aposto que alguns de vocês pensariam que eu devia estar a passar férias nalgum país do oriente....mas não... (infelizmente) não estou de férias e muito menos num desses destinos idílicos (mas que sonho, diariamente, acordada...hahaha).
Mas quem podia imaginar que existe um retiro budista em plena Serra do Caldeirão, no Algarve?
Numa tarde de um domingo primaveril, Domingo de Páscoa, após termos estado com a família fomos passear até perto de Salir, mais concretamente ao Malhão para observarmos o Centro Budista Tibetano. Este fica num sitio ermo, um espaço lindo com vista a 360º para o horizonte (de onde até se pode ver o mar), sendo o segundo local mais elevado do Algarve (o mais alto fica na Fóia, Serra de Monchique), com quase 600 metros de altitude.
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Vista para o litoral |
O Budismo rege-se por várias crenças baseadas nos ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama (designado, também, como Buda) e desenvolvidos no nordeste da India, nos séculos XV a. C e IV a.C. Difundido no Sri Lanka e sudeste Asiático, esta é a quinta maior religião do mundo, com 230 a 500 milhões de pessoas em todo o mundo.
Fundado em 1982, o centro Humkara Dzong é um centro de estudos e prática do budismo tibetano e pode ser visitado por qualquer pessoa, independentemente das suas crenças religiosas. Está aberto todos os dias do ano e a entrada é gratuita e livre, apesar de existirem algumas recomendações (existentes na entrada do mesmo, conforme foto abaixo). Apesar de não ser proibido, deve-se evitar a entrada de veículos motorizados. Também é estritamente proibido fumar, consumir alcool, drogas e colher plantas.
Neste local de paz só são permitidas visitas ao longo do caminho superior, na área circundante ao
Stupa e antigo moinho (torre branca), sem guia.
O
Stupa é o monumento religioso central, local de adoração e que contém relíquias sagradas. Considerado como o mais antigo monumento da religião Budista.
Sendo um elemento extremamente positivo, aconselha-se andar à volta dele, no sentido dos ponteiros do relógio formulando votos para a paz mundial, para o bem estar dos nossos entes queridos e o bem estar de todos os seres vivos em geral.
A base quadrada representa o elemento terra, a cúpula hemisférica a água, o pináculo cónico o fogo, o guarda sol de lótus e a lua crescente o ar, sendo que o sol e o ponto de dissolução representa o espaço.
Nesse local, fazem-se orações e colocam-se oferendas, tradicionais, resultantes de antigos costumes indianos quando se recebiam convidados especiais em casa. Estão dispostas, num pequeno altar, várias taças de água, alimentos e outros elementos, com a função representativa de afastar os obstáculos e adversidades de todos os seres vivos. Por exemplo, a lamparina representa a luz e a sua função consiste em afastar a escuridão da ignorância.
Uma das coisas que mais me despertou a atenção foram as várias bandeiras coloridas, já vistas em algumas fotografias do Tibete. Estas remontam ao século XI, no Tibete, quando o mestre Indiano Atisha ensinou aos seus discípulos como imprimir orações ou
mantras (poemas religiosos) sobre pedaços de tecidos, fixadas em mastros ou cosidas a cordas e esticadas, entre dois pontos, que ondulam livremente ao vento.
Antes de deixar o centro não pude deixar de admirar a bonita flora local (e claro que não resisti a deixar aqui uma foto de alfazema).
Para mais informações contactar:
Centro de Budismo Tibetano Ogyen Kunzang Chöling, Malhão (Algarve)
Humkara Dzong
Moinho do Malhão, Salir
8100 Loulé
Telefone: +351-289489062
E-mail: [email protected]
Site: http://www.okc-net.org
Coordenadas (GPS):
Latitude 37º18 '00.11''N
Longitude 8º06 '03.93''O
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