No fim-de-semana passado fomos passear na zona centro do país, em particular: Batalha, Alcobaça e Nazaré. Tivemos também a oportunidade de passear um pouco em Leiria e em Porto de Mós, visitar a Gruta da Moeda (uma das 4 grutas visitáveis na região), ir à aldeia da Pia do Urso e parar na praia de S. Martinho do Porto.
Batalha é uma simpática vila do distrito de Leiria com mais de 500 anos de história. Fundada por D. João I (1358-1433), a vila foi fundada juntamente com o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também denominado por Mosteiro da Batalha, para agradecer o auxilio divino na vitória da batalha de Aljubarrota (1385). Em 1500 foi criada a vila de Batalha, como sede de concelho, por D. Manuel I (1469-1481).
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Porta principal da igreja |
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Pormenor da porta principal |
Na Batalha de Aljubarrota houve o confronto entre tropas Portuguesas e aliados Ingleses, comandados por D. João I e D. Nuno Álvares Pereira, contra o exército Castelhano e seus aliados, a sul da Batalha, donde resultou a derrota definitiva dos Castelhanos e a aclamação de João I como rei, o primeiro da dinastia de Avis. A paz com Castela foi estabelecida posteriormente e em 1411.
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Estátua de D. Nuno Álvares Pereira |
O Mosteiro da Batalha, de enorme grandiosidade, considerado desde 1983 património mundial da Unesco e uma das maravilhas de Portugal, começou a ser construído no século XIV, prolongando-se até às primeiras duas décadas do século XVI, no reinado de D. Manuel I, no qual se fecharam as janelas das galerias do claustro e se retomaram as obras das capelas imperfeitas, com milhares de esculturas de grande beleza (embora as capelas nunca tenham sido terminadas, daí o seu nome).
O mosteiro é lindissimo e a nave central da igreja da Batalha é uma das maiores, com 32,5 m de altura, das igrejas Portuguesas.
A capela do Fundador foi pensada por D. João I para servir de panteão ou mausoléu (local para guardar os restos mortais de alguém famoso e/ou notável).
O tecto parece um dossel por cima do túmulo de D. João I e D. Filipa de Lencastre, de grande beleza, tendo sido o primeiro túmulo conjugal feito em Portugal.
O claustro de D. João I é um dos claustros mais belos, dotado de grande harmonia e elegância.
A sala do Capítulo era um local representativo da vida monástica. Foi construído pelo 1º arquitecto do mosteiro: Afonso Domingues e concluido por Huguet, entre 1402 e 1438.
A grande janela deste local apresenta um dos conjuntos mais bem conservados de vitrais, datado de 1514.
O Claustro Afonsino foi construído no reinado de D. Afonso V (1432-1481) e foi o primeiro claustro a ser erguido em dois andares, de grande simplicidade.
As capelas imperfeitas foram pensadas por D. Duarte (1391-1438), filho de D.João I, para servir de panteão e aqui se encontram os seus restos mortais assim como os da sua esposa: D. Leonor de Aragão. Contudo, a morte prematura do rei D. Duarte (devido à peste negra) e do próprio Huguet fez com que as capelas nunca fossem finalizadas. O balcão, única construção da época renascentista (1533) foi a última tentativa, do rei D. João III (1502-1557), na finalização destas capelas.
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Túmulos do rei D. Duarte e D. Leonor |
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Balcão das capelas imperfeitas |
Ficamos hospedados no Hotel Casa do Outeiro. Ficou mais barato reservar no próprio site do hotel do que no site da Booking (que é o site que eu mais gosto para reservar hotéis). Assim, um quarto duplo com um bom pequeno-almoço e com uma vista soberba (a melhor que vi onde fiquei até hoje) custou 51€ (uma noite).
Esta casa foi construída em 1980. Como havia muito pouca oferta hoteleira na região, os donos da casa tiveram a ideia de alugar dois quartos a turistas, em 1984. Em 1992 foi remodelada para 4 quartos, em 1996 para 8 quartos, tendo actualmente 15 quartos, todos com varanda. Para mais informações e fotos sobre o hotel consultar: http://www.casadoouteiro.com/
A vila é bastante pacata, uma vez que existem apenas algumas lojas de produtos regionais, restaurantes, uma igreja, um museu (inaugurado nesse dia) e habitações, tudo concentrado ao pé do mosteiro. O preço da entrada do mosteiro é de 6€, à excepção de Domingo de manhã que é gratuito!
O final do dia de sábado foi passado a compartilhar uma pizza e a beber um vinho rosé, deliciosamente leve, da região no Restaurante Pap'Oliva. E no outro dia acordar com esta vista do quarto foi simplesmente: MARAVILHOSO!!!
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