No primeiro sábado do mês de Março rumamos em direcção à zona barlavento do Algarve, mais concretamente a Aljezur para conhecer esta vila e as suas bonitas praias circundantes, num concelho com pouco menos de 6000 habitantes mas considerada a melhor região na produção de batata doce.
Descobertas arqueológicas comprovam a ocupação do local na Idade do Ferro embora a fundação da povoação tenha sido só atribuída, no século X, aos Árabes.
Um dos símbolos da sua existência é o castelo, esse elemento dominante sob a pequena e bonita Aljezur.
E apesar de ser desconhecido dos roteiros turísticos de quem visita o Algarve, sabia que este castelo constitui um dos sete castelos figurados nas sete quinas do brasão da bandeira Portuguesa?
Na época muçulmana, Aljezur era um importante porto fluvial devido ao seu curso de água facilmente navegável (e que o foi até ao século XVI, actualmente está assoreado).
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Ribeira de Aljezur |
Nos séculos XII-XIII, o castelo foi reconstruído com muralhas robustas, com um metro e meio de espessura e maciças torres de vigia com nove metros de altura.
A cisterna coberta por uma abóbada (impermeabilizada por argamassa) era o reservatório de água e os silos escavados nas rochas, contentores de armazenamento de alimentos (através das escavações arqueológicas descobriu-se que a dieta alimentar consistia em animais como veados, peixes e mariscos), ambos extremamente importantes na sobrevivência dos habitantes do castelo, durante semanas de permanência perante o cerco das forças cristãs.
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Interior da Cisterna |
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Aspecto dos silos e muralhas do castelo |
Conquistado em 1249, sob o comando de D. Paio Peres Correia, no reinado de D. Afonso III foi a última fortificação Árabe a ser conquistada. Sob a ordem de Santiago de Espada, o castelo foi reparado tendo aí sido construída uma guarnição militar.
A falta de entendimento entre D. Afonso X de Castela e D. Afonso III levou à partilha deste e outros castelos algarvios, em 1267, pelo tratado de Badajoz, tendo D. Afonso X doado os territórios algarvios ao seu neto D. Dinis, que em 1280 concedeu foral aos povoadores de Aljezur. No final do século XV, a região estava restabelecida a paz e o castelo abandonado.
Com o posterior aumento da população, a encosta do castelo foi ocupada até ao rio e constituiu o único porto de abrigo entre a navegação da escarpada entre Alcácer do Sal e Sagres. Ao porto de Aljezur chegavam muitos barcos vindos da Flandres, Lisboa, Tavira e Castela e transaccionavam-se muitos produtos tais como tecidos, frutos, legumes, frutos secos, mel, azeite, especiarias e plantas medicinais. As taxas cobradas pelas entradas e saídas dos produtos, feitas por mar ou terra, revertiam para o hospital da vila.
Os seus recursos naturais foram extremamente importantes não só para as populações locais como também para a expansão marítima, devido à abundância de árvores de fruto, cereais e vinhas, criação de animais, curtumes, apicultura, caça, abundância de peixe e moluscos. Muitos dos cereais móidos pelas azenhas (devido à acção da força da corrente) originaram farinha exportada para África e biscoitos, uma espécie de pão duro, resistente às intempéries, que servia para alimentar as tripulações das naus.
Hoje em dia, é possível fazer a visita ao castelo (com entrada livre) onde se pode ver a sua planta poligonal, uma torre maciça retangular, a cisterna, vestígios dos silos e da guarnição militar além de se ter uma bonita vista sobre a vila.
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Vista frontal da igreja Matriz (do castelo) |
A parte litoral de Aljezur faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Depois do breve passeio junto à ribeira e à bonita praia de Odeceixe, a praia mais setentrional do Algarve, fomos admirar a praia do Monte Clérigo, um dos poucos locais onde se podem observar lontras (infelizmente não vimos nenhuma a não ser nós próprios...hahaha) e a praia de Arrifana, com uma fortaleza (do século XVII, ficou bem arranjada no ano passado) e uma enorme rocha conhecida como "Pedra Angular". Ambas têm largos areais e são consideradas praias muito boas para a prática de surf.
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Praia de Odeceixe |
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Ribeira de Seixe |
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Vista da Fortaleza de Arrifana |
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Praia de Arrifana |
E claro que, no final do dia, não podiamos perder a oportunidade de provar as iguarias (pizza de enchidos, pastéis de batata doce, pão de torresmos) na feira de enchidos, próximo de Aljezur, em Monchique, depois de termos este visto este bonito por de sol!
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