Enquanto estava a fazer o último
post sobre o norte (Porto) me dei conta que ainda faltava falar de um local no norte de Portugal, que fomos há tempos atrás:
Vila Nova de Foz Côa, onde existem vestígios de arte rupestre. Afinal, arte é arte e nada como conciliar arte com história, nem que seja arte com mais de vinte mil anos de história!
Verdade seja dita, pensei várias vezes se fazia ou não este
post, porque não vi as gravuras propriamente ditas ao "vivo e às cores" no local mas sim o
museu Foz Côa, uma espécie de centro interpretativo com réplicas e desenhos das gravuras, num edifício (que mais parece um mausoleu) de forma retangular barrento com uma impressionante (e que impressionante!) vista sobre o rio Douro!
Mas a história deste local prende-se inicialmente pela construção de uma barragem há duas décadas atrás, interrompida "graças" à descoberta das centenas de gravuras nas rochas de xisto, em ambas as margens do
rio Côa (afluente do Douro), testemunhos da arte desde os tempos paleolíticos quando antigos povos aqui viviam, pescavam e caçavam contrariando o antigo e oposto mito de que viviam apenas em cavernas.
Classificado como património da humanidade, no
vale do Côa é possível visitar três diferentes trilhos de gravuras, marcadas antecipadamente por telefone (+351 279 768 260) e feitas num todo o terreno durante determinados períodos do dia: Canada do Inferno, Penascosa e Ribeira de Piscos mas também existe a possibilidade de serem efetuadas visitas noturnas.
Apesar da preservação muitas das gravuras foram destruídas, outras dispersas ou inacessíveis à visita pelo que este museu é extremamente importante. E apesar do frio (0ºC) as vistas eram extasiantes!
Pra falar a verdade, na generalidade, achei-o um pouco incompleto, pois acho que lhe falta ainda alguma informação. Mas gostei! Gostei das várias réplicas das gravuras e dos seus textos explicativos, de nos termos divertido no corredor dos raios ultravioleta e até de ter feito o meu próprio desenho pré- histórico (enviado para o mail, na primeira foto), numa hora de diversão que cativa muitos poucos [ironicamente o meu marido até afirmou que para este museu ter maior número de visitantes deveria ter sido construído ao pé de um centro comercial!].
Como despedida, fomos até a um dos locais onde começam as visitas às gravuras de Penascosa: Castelo Melhor e aí a deceção foi maior quando vimos as ruínas do castelo, este completamente abandonado, degradado e com gado à volta (ironicamente devia estar melhor, ai isso, devia).