Vilnius
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Os leitores mais atentos do nosso blogue de viagens já devem estar a pensar: "E Vilnius? A crónica nunca mais sai?!". Podem dormir mais descansados, tardou mas chegou!
Vilnius, capital da (Estónia, Letónia, ...) Lituânia, foi a última paragem neste nosso périplo pelo Báltico. Uma vez que nos deslocamos sempre para Sul, quando aqui chegamos a temperatura já parecia amena! Pronto, talvez não tanto... mais suportável, pelo menos!
A neve e o gelo, esses, continuavam omnipresentes.
A Lituânia tem uma história de conquistas bastante extensa, mas ao mesmo tempo uma reputação de ser um país difícil de vergar! Para se ter uma ideia, podemos apenas referir que foi o último país da Europa a ser cristianizado (pagãos!) e só no século XX passou pelas mãos dos Polacos, Alemães e Soviéticos (até se tornar independente na década de 90).
Uma das actividades comerciais que são específicas desta região e que sempre atraiu os forasteiros é a extracção de âmbar. Na cidade, podem comprar-se peças feitas deste bonito material, com preços para todas as carteiras!

Na nossa volta pelo centro histórico da cidade, uma das coisas mais interessantes que fizemos foi visitar uma ou duas igrejas. Porquê? Interiores sumptuosos, decorados com obras de arte? Ambiente sereno e inspirador? Nada disso! Vilnius tem ainda algumas igrejas completamente destruídas por dentro, tal e qual como foram deixadas há algumas centenas de anos. Por exemplo, Napoleão gostou tanto da igreja na foto que terá dito que a queria levar, tijolo por tijolo, para Paris... Como não dava muito jeito, entregou-a ao exército, que a utilizou como estábulo e caserna, o que assegurou a sua destruição quase completa. E porque menciono isto? Porque admirar uma igreja destas destruída por dentro é respirar História, é sentir-mo-nos transportados a esses tempos, sem a maquilhagem dos restauros e a falsificação das reconstruções. Apesar de ser triste, não deixa de ser uma grande lição de História.

Outro ponto alto, foi a visita a um ícone religioso ortodoxo, venerado por inúmeros devotos de vários países (tal como a forte presença de turistas russos o comprova!) Mais uma vez, é engraçado reflectir na história recente deste país, amordaçado durante décadas pelo regime "ateu" soviético, com as igrejas proibidas ao culto e transformadas em museus ou galerias de arte. A crença das pessoas não esmoreceu e o ícone voltou hoje aos seus tempos de glória.





Ora enquanto andávamos (e é mesmo andar, pois fizemos tudo a pé!) pela cidade, era necessário, além de suportar o frio, fazer um exercício de equilibrismo frequente por causa do gelo nas estradas e passeios. E foi aqui, exactamente aqui, que eu caí pela primeira e única vez nestas férias. Com um certo aparato... Claro que a Carla, em vez de me ajudar, agarrou-se logo à máquina fotográfica!




Pelo caminho de regresso a casa, ainda tivemos tempo de passar pela Universidade, que já foi uma das mais importantes da Europa e que tem um conjunto arquitectónico muito interessante.

Em casa da nossa simpática anfitriã, de seu nome Raminta, tínhamos também a companhia de uma neozelandesa a trabalhar como professora em Lisboa, e pudemos todos juntos disfrutar de um belo jantar confeccionado pelo único "chef" da casa!
No dia seguinte, antes da Raminta nos levar de carro ao aeroporto (tal como já nos tinha ido buscar à estação de autocarros à nossa chegada!), só tínhamos tempo para visitar 2 museus especializados no genocídio (estes lituanos não tiveram uma vida fácil...), o da ocupação nazi, e o da soviética. Infelizmente (ao contrário do que o nosso guia dizia), o segundo estava fechada e só podemos ver o a Museu do Holocausto na Lituânia. Em instalações muito modestas, tem no entanto uma colecção bastante considerável de documentos, fotografias e testemunhos relativos à história negra da ocupação nazi deste país. Antes da solução final para Judeus (e outros) ter sido pensada, já os esquadrões da morte das SS batiam o Báltico, executando com calculismo e frieza milhares de pessoas, sendo possível ver alguns dos registos da época anotados pelos alemães: ... de Outubro, floresta de ..., 5246 homens, 1254 mulheres, 874 crianças... Por mais que leia, por mais sítios que visite, os factos históricos não deixam de me tocar mas, ao mesmo tempo, os porquês não deixam de me fascinar.



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