Augsburg, uma cidade milenar na Rota Romântica
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Augsburg, uma cidade milenar na Rota Romântica



A rua principal de Augsburg, a Maxiliamstraße, com a Igreja de St. Ulrich ao fundo
           Augsburg impressiona pela bagagem histórica - e haja bagagem! Uma das cidades mais antigas da Alemanha, foi fundada como um forte romano na época do imperador Augusto, que aliás lhe empresta o nome. Durante a Idade Média, foi um centro financeiro importante e entreposto comercial movimentado, graças à sua  posição estratégica na rota para Verona, na Itália. A Confissão de Augsburg, um dos documentos mais importantes da Reforma Luterana, foi assinada na cidade em 1530 (apesar disso, a religião hoje predominante é a católica). Cidade imperial livre, Augsburg só se integrou à Baviera em 1806.

          Hoje é uma cidade de 270.000 habitantes, a terceira em população da Baviera, sendo capital da região da Suábia (uma parte pequena da antiga Suábia, mencionada no post sobre o sudoeste alemão).  Conhecida pela arquitetura renascentista dos seus prédios, erguidos durante o auge nos séculos XV e XVI, Augsburg está a 35 minutos de trem de Munique. Além do mais, faz parte da Rota Romântica, no trecho entre Füssen e Nördlingen.
    
A Fonte de Hércules e o Palácio Schaezler
          Sua principal atração são os enormes casarões da época da Renascença, que pertenciam aos abastados mercadores locais. A maioria foi erigida ao longo da Maximilianstraße, a larga rua principal que evoluiu do caminho original romano para a Itália. A rua conta ainda com três fontes, das quais a mais chamativa é a de Hércules, datada de 1602. À sua frente se localiza o Palácio Schaezler, construído em 1765 como residência de um barão. Atualmente o Palácio sedia a Galeria Barroca Alemã, com pinturas de mestres como Rubens e Tiepolo, e de quebra possui um salão de baile em rococó de cair o queixo, usado no verão para concertos - a falta de aquecimento impede o uso no inverno.

Outra das fontes da Maximilianstraße, a de Mercúrio, deus do comércio, com a Casa dos Tecelões
          Descendo a Maximilianstraße, outra mansão de interesse é a imensa Fuggerhäuser, construída pela  família mais rica e influente do século XVI, os Fugger. Um outro casarão que certamente chama a atenção é o da Associação de Tecelões (Weberhaus), pintado em vermelho e incluindo pinturas em sua fachada realizadas em 1605.

A Rathausplatz, com a Torre Perlach e a Prefeitura à direita

            A rua desemboca na  Rathausplatz, onde se sobressai a imponente Prefeitura, um prédio singular erigido em 1620 e reconstruído após ser arrasado na Segunda Guerra, que foge ao padrão habitual das sedes municipais alemãs. A torre Perlach, sua vizinha, oferece uma vista abrangente a partir do seu topo.

            Perto dali se situa a casa onde nasceu o dramaturgo Bertolt Brecht, transformada em museu. Uma outra família local famosa é a de Mozart, cujo pai nasceu em Augsburg. Durante as duas últimas  semanas de agosto acontece o Festival de Verão de Mozart, dedicado às obras do compositor, com apresentações no Palácio Schaezler.
 
Pátio interno do Fuggerei
            Para encerrar a estadia em Augsburg, um programa diferente é visitar o Fuggerei, a algumas quadras a leste da Prefeitura. Trata-se do projeto social mais antigo da Europa ainda em operação. A família Fugger mandou construir em 1516 uma série de casas com a finalidade de abrigar a população carente. As casas foram distribuídas por várias ruelas com um único portão de entrada com administração centralizada, como num condomínio nos dias de hoje. O seu morador mais conhecido foi um pedreiro que veio a ser bisavô de Mozart. Os inquilinos atuais pagam um aluguel de menos de um euro anual, desde que rezem três vezes ao dia pelo bem-estar dos seus benfeitores. É interessante notar que o aluguel, congelado há centenas de anos (originalmente no valor de um guilder) é mais de quatro vezes menor que o ingresso para visita dos turistas, que custa €4. Dentro do complexo, muito bem cuidado, um dos 147 apartamentos de cerca de 55 metros quadrados está aberto à visitação como um pequeno museu.
   
Quadro nos jardins do Fuggerei mostrando o complexo destruído após bombardeio na Segunda Guerra Mundial

  Postado por  Marcelo Schor  em 13.06.2012  

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