Viagem organizada ou por conta própria ?
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Viagem organizada ou por conta própria ?


Geralmente é a primeira questão que as pessoas fazem antes de viajar, e por já ter feito as duas, posso dizer que ambas possuem vantagens e desvantagens. O importante é analisar cada qponto importante antes de tomar uma decisão. Tudo vai depender do que esperamos dessa viagem, do quanto queremos investir em planejamento e tempo…

Viagem organizada :

Falo de um «pacote» incluindo passagens, transfer, transporte interno, hospedagem, visitas e mesmo refeições e um guia disponível durante toda a estadia!
Esse tipo de viagem geralmente satisfaz quem não tem tempo ou não gosta de pensar em todos os detalhes, já que a agência se encarrega de tudo. Acreditem, economiza muito tempo e energia! Inclusive é uma ótima oportunidade para quem não fala a língua local nem se vira em inglês.
Também é avantajoso quando a localidade em questão não possui transportes de qualidade ou vive um momento político delicado. 
E se você tiver sorte, pode fazer novas amizades! Tivemos a sorte de conhecer pessoas incríveis durante as nossas viagens, amizades que duram até hoje.

Eh mais caro? 
Existem «pacotes» de todos os preços, mas pode ser avantajoso pois as agências conseguem negociar bons hotéis por preços mais em conta assim que passagens, restaurantes, e as vezes com o mesmo preço a qualidade dos serviços é superior do que viajando sozinho e pagando cada despesa separadamente.
Com planejamento próprio provavelmente não teríamos acomodações tão boas pelo preço que pagamos.

Mas existem desvantagens, é claro :
Necessidade de seguir o cronograma estipulado, que geralmente é bem engessado e não deixa espaço para mudanças. Se você adorar uma cidade e quiser ficar um dia a mais não será possível. Assim como se adorar uma visita ou museu, terá que se contentar em seguir o guia (e o grupo) e não terá tempo para se aventurar pelos cantos menos « turísticos » .
O contato com a população local é mínima, geralmente se resumindo às pessoas que trabalham com o turismo. Não podemos dizer que conhecemos os turcos, franceses ou tailandeses quando o único contato que tivemos foi com os funcionários dos hotéis ou com os vendedores das feiras onde o guia nos levou ! 
Por exemplo, tive uma experiência maravilhosa durante toda a minha viagem à China inclusive dos chineses que o tempo inteiro foram adoráveis conosco e nos ajudavam sempre que precisávamos, mas amigos que logo após fizeram uma viagem «organizada» para lá não gostaram dos chineses com os quais tiveram contato. Nesse tipo de viagem você não vai fazer parte do «povão» nem irá aos lugares em que os locais vão, não vai se sentar para comer em um restaurante «dos locais», então provavelmente não vai ter contato com «gente como a gente», mas somente com quem trabalha com turistas e ganha dinheiro com isso!

Viagem por conta própria :

Na maioria dos casos é a minha preferida, pois meu interesse principal é «me misturar» aos locais e ver como as pessoas do mundo inteiro vivem. Esse tipo de viagem me dá total liberdade de escolher um restaurante qualquer para comer onde só tem local, por exemplo, ao invés de comer com outros estrangeiros e ainda por cima uma comida adaptada ao gosto dos turistas que já não tem mais muita coisa de autêntica.
Por exemplo, na Tailândia, que mesmo sendo um país extremamente turístico, preferi andar de ônibus em Bangkok, o que quase nenhum turista faz pois tudo é indicado em caracteres tailandeses e o motorista e cobrador dificilmente falam inglês. Mas ao invés de ver a cidade através dos vidros fechados de um taxi bem refrigerado ou ser enrolada por um tuk-tuk desonesto, preferi a lerdeza de um ônibus convencional para estar mais próxima do tailandês que leva uma vida normal e ainda não foi completamente contaminado pelo turismo em massa.



Da mesma forma, na China andei de trem na categoria mais barata em que praticamente só viajam chineses (não encontramos nenhum turista nessa categoria durante nossa estadia), não por economia, mas porque os vagões leito, de melhor qualidade e mais caros são pegos de assalto pelas agências para o deslocamento dos turistas. Também passamos longe de hotéis de categoria internacional, ficamos em hotéis em que os clientes eram geralmente asiáticos.

Passagem de trem. Será que estou mesmo indo para o lugar certo?
Mas é isso que me motiva, justamente o desafio!

Geralmente é uma viagem mais « lenta » e mais cansativa, pois cabe ao viajante pensar em cada detalhe, cada próxima etapa, tem que se virar para comprar passagem, pesquisar e encontrar os locais que quer visitar, reservar hotéis… Em caso de imprevisto, não têm agência por trás para nos ajudar, temos que resolver sozinhos os problemas que podem ocorrer em uma viagem.

Muitas pessoas vê com olhos negativos quando falamos "mochileiros". Não me considero especialmente "mochileira", mas é mais fácil nesse tipo de viagem levar uma mochila. 
Mas assim que chegamos a um local, ela vai para o hotel (hotelzinho, pensão ou guesthouse) e a gente sai para passear como qualquer outro turista!
Desvantagens:
Eh bem trabalhoso planejar uma viagem, algumas pessoas como eu adoram, outras vão odiar. Exige muita pesquisa: quantas vezes vi gente frustrada pois planejou visitar o Louvre em uma terça ou Versailles segunda-feira e deu com a cara na porta? Para mim é automático me informar antes sobre os horários de abertura dos locais que desejo visitar, os transportes, tempo de deslocamento e escolher meu roteiro de acordo com isso. 
Nem tudo vai dar certo, e vai ser necessário improvisar. 
Pode sair mais caro, já que o preço pago é o preço "normal" para tudo, e podemos ter tendência a querer visitar tudo, comprar tudo (meu marido) ou comer de tudo (eu)!

Planejamento nesse tipo de viagem é tudo: quando cheguei na Malásia com muitas horas de atraso e sem a bagagem, eu que sou estressada e sem paciência era a pessoa mais tranquila do avião, a única que não reclamou! Eu estava muito tranquila pois tinha uma muda de roupa e artigos básicos de sobrevivência na minha mochila de cabine, enquanto outros passageiros estavam desesperados pois não tinham NADA de útil na bagagem de cabine e muitos tinham perdido um ouro vôo que tinham comprado por conta própria para outro destino. Temos que ter em mente que atrasos acontecem e que se você comprar uma passagem SEPARADA, de outra companhia, para seguir viagem, você não tem direito algum, chegou atrasado e pronto, independente das razões. Tem que prever uma BOA margem. E que a bagagem muitas vezes não chega no mesmo avião que você! Principalmente quando a conexão é muito apertada, você até consegue CORRER (como literalmente fizemos a 1h da manhã no novo aeroporto do Qatar), mas a bagagem não tem essa mesma capacidade… E aí você está sozinho na Malásia, se não se vira em inglês ou na língua local vai ser difícil dar conta de toda a burocracia…

P.S.: Existem fórmulas de "pacotes" individualizados, mas normalmente exige um orçamento mais alto, assim como a possibilidade de comprar a passagem e contratar serviços especializados no local, mas isso não é para quem quer, mas para quem pode!



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