Reykjavik, a capital do Atlântico norte
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Reykjavik, a capital do Atlântico norte


Quando pensamos numa capital europeia todos imaginamos edifícios monumentais, prédios elevados, lojas cheias de gente e estradas congestionadas de trânsito. Pois, Reykjavik é realmente uma capital mas não é o retrato clássico de uma cidade europeia. A capital do Islândia parece uma aldeia. Basta dizer que o edifício mais alto da cidade é a igreja Hallgrímskirkja, uma igreja construída à semelhança de um vulcão apenas com uma luz vermelha no seu topo, criando um efeito de iluminação nocturna semelhante ao escoar das lavas. Reykjavik é o exemplo da simbiose entre o Homem e a natureza.


Reykjavik não tem o trânsito congestionado nas ruas, não há prédios e as lojas das cadeias multinacionais são raríssimas, predominando as pequenas lojas locais. As pessoas passeiam-se na rua de forma descontraída, sorrindo e cumprimentando-se a cada cruzamento. Estes são os ingredientes fundamentais para eu me apaixonar por um lugar. A minha paixão ficou oficializada quando descobri que por aqui não existe MacDonalds ou Burguer King. Isto sim, são sinais de desenvolvimento.


Passear em Reykjavik é um deleite para os sentidos; O cheiro da maresia, o som das ondas do mar, as cores fortes das habitações, a rugosidade dos passeios e os seus saborosos doces conquistam-me num ápice.   


Apesar da capital islandesa ter mais de 120 000 habitantes o modo de vida faz lembrar as aldeias do nordeste transmontano português. Toda a gente se parece conhecer e confiam uns nos outros. Não é estranho ver vários carrinhos de bebé estacionados nas entradas dos cafés, bares e restaurantes enquanto os progenitores desfrutam tranquilamente dum ambiente indoor. E, ao contrário dos países por onde habitualmente viajamos, os polícias não se vêem nas ruas. Isto é, garantidamente, um bom sinal. É por isto que a Islândia é considerada o país mais seguro do mundo.


A zona da baía faz-nos lembrar que estamos numa ilha e a escultura do barco viking - Sólfar - lembra a história de coragem de um povo que nunca baixou os braços aos condicionalismos naturais e se lançou na conquista dos territórios.


Mas, esta segurança, beleza, organização e tranquilidade tem um preço. Sim, tudo tem um preço e o preço da Islândia não é definitivamente para a bolsa dos portugueses. A comida é demasiado cara (mesmo nos supermercados), os restaurantes são a preços proibitivos e o alojamento tem que ser bem escolhido. Mas, é claramente um preço que compensa pagar.


Quando a noite cai em Reykjavik (coisa para três ou quatro horas nesta altura do ano), os habitantes locais saem para a principal rua da cidade - Laugavegur - e desfrutam do Rúntur, aquilo que vulgarmente chamamos de "sair à noite ao fim de semana" e deambulam de bar em bar. Com a liberalização das bebidas alcoólicas nos últimos 25 anos estes hábitos nocturnos generalizaram-se e o consumo de álcool é cada vez maior e mais problemático. Dizem os islandeses que a origem deste ritual está associada há necessidade de passar as longas noites de inverno em convívio com os seus pares.



Reykjavik pode ser a capital mais a meridional do mundo mas as temperaturas não são tão baixas quanto se possam imaginar. Mas, ainda que o vento possa ser gélido, são as paisagens que paralisam o nosso olhar. Ainda não saímos da maior cidade da Islândia. O que nos reservará o resto do país?





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