A Terra Santa! Cristo dormiu por aqui... Maomé e Moisés também. E nós? TAMBÉM!!! Não podemos rivalizar com os locais onde deuses e profetas descansaram e também não temos a pretensão de que os locais onde dormimos se tornem lugares de peregrinação religiosa mas... quem sabe terá algum interesse!!!
Depois de percorrer os cerca de 40 km que separam Amã de Jerusalém num tempo record - 5 horas(!) - eis-nos chegados à capital da discórdia entre o mundo muçulmano e mundo judeu - Jerusalém. Nesta cidade adoptamos o Citadel Hostel como "repouso oficial dos guerreiros". Percorremos aqui vários tipo de "alojamentos". Experimentamos dois quartos duplos óptimos mas pequeninos e sem wc. No entanto, permitiram-nos uma certa privacidade nos dias em que estávamos mais cansados.
Experimentamos também o maravilhoso terraço. Dormimos nos colchões estendidos voltados para o céu. Rodeava-nos um "cenário" maravilhoso e carregado de simbolismo. Dum lado a cúpula da Igreja do Santo Sepulcro, do outro a cúpula dourada do Domo da Rocha e à nossa volta as ruelas da cidade de Jerusalém. Levantarmo-nos bem cedo de manhã e assistir ao nascer do sol a bater no Domo da Rocha ou a ser reflectido nas torres das igrejas cristãs é um privilégio.Por outro lado, adormecer com a cidade de Jerusalém iluminada à nossa volta faz-nos transportar no tempo e sentir relaxados.
Ou não!!! A meio da noite, com uma lua cheiissima por cima das nossas cabeças o Rui pergunta-me ensonado: "Onde se apaga aquela luz?". Mesmo parcialmente a dormir conseguimos partir-nos a rir!!!
O Citadel Hostel é perfeito para o viajante independente. Localizado mesmo no centro da cidade antiga alia a boa disposição e amabilidade da maioria dos seus funcionários com o facto de organizar vários "percursos" turísticos em Israel e Cisjordânia. Apesar de não termos feito nenhum tour a partir daqui, já que visitamos tudo de forma independente, é bastante cómodo para quem está limitado no tempo. O hostel tem também duas cozinhas devidamente equipadas que nos permitiram cozinhar todas as noites e poupar algum dinheiro.
Israel é um país caro para os viajantes. Uma simples Swarma nas ruas custa, no mínimo, 20 NIS (mais de 4€). Sendo assim, tínhamos que comer sandes ou pizza à hora do almoço e cozinhar ao jantar as massinhas instantâneas do Minipreço transportadas nas nossas mochilas durante dois meses. As facilidades do hostel atraem muitos viajantes independentes e é um óptimo local para conhecer pessoas. Passamos óptimas noites na conversa com outros viajantes partilhando experiências, pedindo e dando sugestões de viagem, etc. Conhecemos várias pessoas interessantes como um casal portoriquenho que viaja por Israel, uma Eslovena que se encontra de férias sozinha em Jerusalém, uma polaca que se veste de forma completamente árabe e estuda línguas (inclusive português) ou um escocês que viaja por Israel e que nós convencemos a ir no dia seguinte a Petra. Foi com ele que dividimos o táxi na manhã seguinte, bem cedo, a caminho da estação de autocarro. Nós vamos para Tiberiades e o escocês para Eilat.
Em Jerusalém interrompemos a nossa estada. Deixamos as mochilas guardadas no Citadel Hostel e rumamos à Cisjordânia. Apanhamos um autocarro local na estação muçulmana para Ramallah. Atravessamos o muro para lá sem qualquer tipo de problema ou paragem, para cá já fortemente vigiados pelo exército israelita (como explicamos no post sobre Ramallah). Com uma mochila pequenina visitamos a parte norte da Cisjordânia e voltamos a Jerusalém, onde apanhamos outro autocarro para a parte sul da Cisjordânia. A troca de autocarros acontece em estações praticamente contíguas na parte islâmica da cidade de Jerusalém fora das muralhas. A parte norte da Cisjordânia já não está ligada à parte sul. Os colonatos separam-na e a cidade de Jerusalém (controlada por Israel) constituem barreiras fronteiriças. De autocarro fomos para Belém, outra das cidades palestinianas rodeadas pelo "Muro da Vergonha" (como explicamos no post Reflexão sobre a situação da Palestina). Depois de visitar Belém durante o dia caminhamos em direcção a Beit Sahour, uma aldeia palestiniana a sul de Belém. Depois de interagir (muuuitas vezes) com a simpática e acolhedora população local lá chegamos ao local onde iríamos passar a noite. Chama-se Arabic Woman Union e é uma Casa de Hóspedes criada por mulheres cristãs e muçulmanas que gerem um pequeno museu etnográfico em Belém. As mulheres produzem artesanato local típico da Palestina e desenvolvem programas de alfabetização destinados a jovens palestinianas e alguns jovens com deficiências mentais. A Casa de Hóspedes é uma forma de adquirir fundos que financiarão os seus projectos. A senhora que nos recebeu era um doce e de uma simpatia ímpar. Tratou-nos SUPER BEM e sempre preocupada em que bebêssemos do seu chá na sua sala de convívio. Deixou-nos utilizar a sua cozinha ao jantar e utilizar o frigorífico da casa para conservar as comidas e gelar água. Era tão simpática que nos sentimos mesmo em casa no tempo que lá passamos. O quarto também era muito bom, grande, com Wc e camas com roupa bem lavada.
Foi com saudade que nos despedimos e saímos de Beit Sahour numa manhã cedo de Setembro. Caminhamos em direcção ao centro da povoação e apanhamos um táxi partilhado para Herodium, a cidade de Heródes, e depois para o Campo de Refugiados em Belém (vale a pena ler o post Reflexão sobre a situação da Palestina). Depois destas visitas apanhamos um autocarro muçulmano para Hebron onde tivemos a nossa verdadeira experiência num cenário de guerra (Post sobre Hebron). Por ali não dormimos. Não era aconselhado e nós também não nos sentimos muito à vontade. Tentamos apanhar um transporte directo para Jerusalém mas não há ligação entre estas duas cidades. Sendo assim, apanhamos uma carrinha partilhada de Hebron para Belém, aí cruzamos a fronteira apertada entre a Cisjordânia e Israel e depois de termos sido revistados lá conseguimos atravessar o muro e apanhar um autocarro para Jerusalém.
Em Tiberiades, na margem do Mar da Galileia, optamos por ficar alojados no Tiberias Hostel, um clássico nesta cidade balnear israelita. Escolhemos um dormitório porque em Israel os preços são proibitivos para o viajante "budget". O hostel é bom, com quartos limpos, com Wc e Tv. Apesar de não ter bicicletas disponíveis para alugar, o dono recomendou-nos um local onde o fizemos. Pudemos também utilizar a cozinha, o que mais uma vez nos permitiu poupar algum dinheiro já que cozinhamos aqui o jantar nos dois dias que aqui passamos. Foi um local prático onde ficamos e permitiu-nos arranjar boas ligações de autocarro para visitar Tzafat, as Colinas de Golãn e o Mar da Galileia.
De Tiberiades apanhamos outro autocarro para Nazaré, onde passamos apenas uma manhã. Aí novo autocarro em direcção à costa mediterrânea de Israel. Em Acre (ou Akko) alojamo-nos no Walied's Akko Gate Hostel. O hostel fica dentro das muralhas da cidade dos cruzados e é um óptimo local graças à sua localização apesar dos quartos serem mais do que espartanos e caros. Foi, no entanto, o local certo já que tínhamos apenas um dia para visitar a cidade.
No dia seguinte apanhamos o comboio para Cesareia, onde passamos algum tempo, e voltamos a apanhar outro comboio para Tel'Aviv. Aí, no meio de uma imensidão de hostels, escolhemos o Momo's Hostel, bem no centro da cidade e a 50 m da praia. Num quarto duplo sem Wc desfrutamos do frenezim desta urbe numa sexta-feira e da sua tranquilidade durante o Shabah.Isto permitiu-nos aproveitar a praia (durante o dia e durante a noite) e inclusive visitar a pé Jaffa, o porto islâmico a sul de Tel'Aviv. Em Tel'Aviv conseguimos por fim descansar, no último dia antes de regressarmos a Portugal.
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