Os trenós de cães são um dos modos de transporte mais comuns no Árctico. Desde a Gronelândia, passando pelo Canadá, Lapónia, Alasca e Svalbard, esta forma de locomoção é amplamente usada, quer pela população local, quer para passeios turísticos. Os cães fazem parte da cultura do Árctico.
Ao contrário do que se passa na maioria dos países europeus, os cães do Árctico não são encarados como animais domésticos mas sim como animais de trabalho, auxiliares e amigos para enfrentar as agruras e dificuldades de habitar um dos lugares mais inóspitos da Terra.
Nas Svalbard, os cães não são permitidos dentro das habitações, pelo que têm obrigatoriamente que viver em canis comunitários nas imediações da cidade de Longyearbyen. No verão, passam os dias deitados ao sol, relaxando e aguardando a queda de neve para começarem a correr pelos vales. Quando chega o Inverno, as primeiras quedas de neve lembra-os que são muito mais do que animais bonitos. Os cães do Árctico são animais dóceis e exímios para percorrer os vales gelados da ilha. O Inverno é sinónimo de longas corridas na neve, espaços abertos, novos desafios e liberdades.
A Green Dog Svalbard é uma agência turística em Longyearbyen que efectua percursos turísticos em trenós puxados a cães pelos vales da ilha Spitsbergen, alguns de várias horas, outros de vários dias. Não tínhamos muito tempo por isso resolvemos fazer um percurso de quatro horas para testemunharmos esta vertente da cultura do Árctico.
A Greendog tem o seu próprio canil, onde os cães estão deitados relaxadamente sobre as casotas ou sobre a neve gelada. Quando chegamos, fomos apresentados à equipa de caninos que nos ia acompanhar. Os cães são surpreendemente carinhosos e mimados. Depois de distribuirmos vários mimos, prendemos os cães ao trenó e ouvimos a explicação do nosso guia: Timon Brüggemann.
Guiar um trenó de cães tem algumas regras de ouro:
1ª regra: ter sempre, pelo menos, uma mão no trenó;
2ª regra: ter sempre um pé preparado para carregar no travão;
3ª regra: dar um pequeno empurrão ao início e deixar os cães fazerem o resto.
Porque estes meninos gostam é de correr na neve, não há muito mais a fazer a não ser desfrutar da natureza e da experiência. E que magnífica experiência!