Qual é o local, qual é ele, com uma paisagem única e de rara beleza natural, onde existem caldeiras, pode-se cozinhar no chão e tomar uns belos banhos em piscinas naturais, com água a 40º C? Adivinharam?
Ah! E também onde se situa um dos vulcões, considerado para muitos, como um dos mais perigosos dos Açores.
Trata-se do vale das Furnas...um dos locais mais emblemáticos e apreciados pelos turistas, em S. Miguel. A começar por toda aquela paisagem natural a ladear o vilarejo das Furnas e a bonita lagoa, do mesmo nome, onde se podem fazer alegres passeios de barco ou a pé.
Aproveitamos uma parte da manhã para fazermos um pequeno percurso ao pé da Lagoa das Furnas, bem antes do almoço do saboroso "cozido" que também ali é cozinhado. Esses "cozidos" que, depois de colocados em tachos são enterrados em insólitos buracos (parecem grandes formigueiros) e ficam ali mais de 6 horas a adquirir o seu sabor característico ( não me pareceu nada que soubesse a enxofre, até pelo contrário, os temperos é que são mais fortes e eles ficam bem mais condimentados).
A retirada do "cozido" virou até atração local e os funcionários dos restaurantes fazem questão de parar e "posar" para as lentes das máquinas fotográficas dos turistas.
Devido à natureza vulcânica da ilha de S. Miguel, existem manifestações de água fervente a sair da terra e o cheiro caraterístico a enxofre. As primeiras que vi foram aí, junto à Lagoa das Furnas.
Mas existem mais (foto 1) no pitoresco vilarejo das Furnas que são fascinantes e ficam ainda mais misteriosas à noite, bem longe dos turistas (exatamente como me senti quando vi o santuário em Fátima ou o mosteiro da Batalha, à noite).
Estivemos ainda a experimentar as águas que saem das várias fontes, ricas em minerais, sendo-lhes atribuidas propriedades medicinais (na esquerda: como líquido, semelhante à água gaseificada é rica em ferro para combater anemias; na direita: colocada nos olhos, como forma de vencer as infecções).
Além das caldeiras e das fontes, existem também algumas igrejas nesta freguesia, com pouco mais de um milhar e meio de habitantes, que vivem na sua maioria da agricultura e turismo.
Mas o que realmente nos cativou foi o Parque Terra Nostra, o
ex libris, deste local encantador. Este belo jardim surgiu da construção de uma residência de verão, do século XVIII, por um cônsul dos E.U.A, que posteriormente foi remodelado e ampliado nos séculos seguintes.
Extremamente romântico e relaxante, este parque apresenta uma das maiores coleções de camélias e já foi até considerado como um dos mais bonitos jardins do mundo, com muitas plantas exóticas e árvores centenárias.
Mas o melhor...e mesmo o melhor foi a enorme piscina natural onde nos banhamos enquanto chovia: o contraste entre a temperatura quente da água da piscina com a água fria da chuva garantiu-nos excelentes sensações e até dizem que se rejuvenesce dez anos estar nesta piscina...não sei se será verdade, agora que foi entusiasmante... ai lá isso foi!
Para a próxima, não perca...ofereço-vos um chá!