Como Mykonos e Santorini fazem parte das Cíclades, no Mar Egeu, decidimos escolher uma ilha que fizesse parte de outro grupo de ilhas, pois cada grupo têm suas particularidades e semelhanças, então queríamos algo diferente. Estávamos em dúvida entre Rodes (Dodecaneso) e Creta, até que a Carolina, sem querer, viu a foto abaixo na internet, descobriu que era na Grécia e "bateu o pé" que queria ir para lá, portanto, assim, Zakynthos (Ilhas Jônicas - Mar Jônico) foi a terceira ilha escolhida. |
Foto famosa de Zakynthos: praia de Navaggio Beach ou Shipwreck |
O problema é que, em 2011, tinham poucas informações sobre Zakynthos na internet e as poucas que tinham estavam em Inglês, então a saída foi ir pessoalmente até o Consulado Grego em São Paulo. Assim, eu, Dani, fui até o Consulado, que até hoje fica no Conjunto Nacional ( Av. Paulista, 2073 - Conj. Nacional HORSA II, 23. andar, Cj.2303, CEP 01311-940 São Paulo-SP). Chegando lá, fui muito bem tratada, me acalmaram, disseram que Zakynthos era linda, saí de lá com vários livros e folders sobre as Ilhas Jônicas e Grécia. Ah, também me informaram como comprar o tickets dos barcos para as ilhas. Escolhidas as três ilhas, precisávamos escolher a época para ir, pesquisando na internet e no Guia Folha, descobrimos que muitas ilhas ficam quase que desertas no inverno, sendo a melhor época primavera ou verão, óbvio! Não queríamos em julho, que é alta temporada, Europa lotada, então decidimos começo de junho, época que já está calor e as ilhas "bombando". Ótima escolha: durante o dia muito calor, a noite uma brisa, que nos obrigava a usar uma blusinha apenas.
Saímos de São Paulo, dia 13/06/11, até Madrid e de Madrid a Atenas, chegamos lá dia 14/06/11, por volta da meia-noite. O voo era para ser Ibéria, mas aí foi todo aquele rolo de cancelamento de voo (vide post Atenas), e fomos de Tam, sem pagar nada a mais por isto. Há metrô do aeroporto até o centro de Atenas (linha azul), mas só funciona até 23:30, chegamos à meia-noite e o metrô já estava fechado, mesmo que chegássemos antes não poderíamos pegá-lo, pois chegamos no início do dia da greve geral e nada público estava funcionando, portanto, só nos restou táxi (vide post Atenas).
Em Atenas ficamos do dia 14 ao dia 17/06. Regra em toda viagem: ter, pelo menos, dois dias inteiros em cada lugar, menos que isto nunca (só para lugares que paramos no meio de um trajeto e outro). Dois inteiros é o suficiente para conhecer o lugar; dois dias inteiros significam: chegar no 1. dia, passar o 2. e 3. inteiros na cidade, e ir embora no 4. dia; portanto, 03 diárias de hotel.
Ficamos no Plaka Hotel, em Atenas, ótimo, super bem localizado, café da manhã muito muito bom e uma vista linda da Acrópole (no final deste post, coloco nosso roteiro com todos os dados).
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No terraço do nosso hotel - Plaka Hotel: ao fundo a Acrópole |
Gostamos de viajar com tudo comprado, hotéis, passeios, passagens, pois assim não perdermos tempo nos lugares para procurar.
Para ir às Ilhas Gregas, que escolhemos, poderíamos ir de barco ou avião. Optamos em ir de barco à Mykonos e Santorini, pois fazem parte do mesmo grupo de Ilhas e os portos de chegada e saída ficam nos arredores de Atenas; o preço do barco e avião são parecidos, então fomos pelo método tradicional e bem mais legal. Já para Zakynthos, o porto era longe de Atenas, então escolhemos o avião.
Optamos pelos barcos rápidos, que são um pouco mais caros (uns 20 euros a mais), mas compensam pelo tempo, uma economia, de pelo menos, umas 2:00h de viagem. A maioria dos barcos rápidos saem de Rafina, enquanto os ferries normais saem de Pireus, cidades estas situadas aos redores de Atenas. Os ferries normais (barcos lentos) são maiores, porque levam até carros. Os barcos rápidos levam somente pessoas, mas têm toda a estrutura, local para malas, banheiros e até lanchonete, chamamos de barco, mas são grandes, parecem os ferries só que menores, totalmente seguros, todo coberto, com assentos individuais; ele são bem rápidos, você o sente quase que "voando sobre o mar", e ninguém enjoou. Compramos os tickets pelo site www.danae.gr, totalmente seguro; tem opção de entrega: no escritório da Danae em Atenas, no aeroporto (06h às 22:00h), serviços de courier, ou entrega no hotel; pegamos diretamente no escritório, porque chegamos depois das 22h no aeroporto de Atenas. O escritório da Danae era perto do nosso hotel, mas fica em uma sala dentro de um edifício, meio escondido, porém não tivemos problemas em achá-lo. Abaixo segue simulação do preço, tempo e barcos disponíveis para a data de 17/06/16, para se ter uma noção de custo/benefício.
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Simulação no site Danae: horário e preço dos ferries |
Rafina, cidade que possui o 2. maior porto de Atenas, de onde saem os barcos rápidos, se encontra na costa do Mar Egeo, e está situada a uns 30 km de Atenas e a uns 10 km do aeroporto.
Como chegar a Rafina: de táxi, leva por volta de 1:15h, e custa uns 50 euros (durante o dia) e 65 euros (das 0:00h às 5:00h); de ônibus (KTEL) leva uns 70 min, os ônibus saem, de hora em hora, do Pedion Areos (centro de Atenas), custam uns 3 euros; para ir ao Pedion Areos, pegue a linha verde do metrô, desça na estação Victoria e vá a pé até Heiden street, cheque os horários dos ônibus no site http://m.ferriesingreece.com/ferries-ports-athens.htm.
Nós optamos pelo ônibus, mas não foi uma boa ideia, pois como já dissemos no post de Atenas, algumas estações de metrô fecham quando acham vestígios arqueológicos e foi o que aconteceu conosco. Do nosso hotel, teoricamente, seria apenas uma estação até a Victoria, só que alguns trechos estavam fechados, e o que seria apenas uma estação, se transformou em umas 3 baldeações, trocas de plataformas, na hora do rush, tudo lotado, nós com nossas "pequenas grandes" malas, e os gregos nos xingando porque nossas malas os estavam atrapalhando (esta foi a única vez que os gregos foram mal-educados, em todas as outras vezes fomos muito bem tratadas na Grécia), chegamos em Victoria, cansadas e estressadas, e ainda tivemos que andar uns 200m até a estação do ônibus, não era longe, mas após toda esta via sacra não aguentávamos mais andar; no nosso caso, o táxi teria sido a melhor opção. No hotel, eles já sabem quais estações do metrô estão interditadas, se alguma que tiver que ir, opte pelo táxi.
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Porto de Rafina: Pati esperando o barco rápido |
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Na entrada do barco rápido |
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Nós, o barco e nossas pequenas malas |
De Rafina até Mykonos foram um pouco mais de 2h, super tranquila a viagem. Chegamos em Mykonos em um porto pequeno, parece mais "ponto de ônibus" no meio do nada, e os táxis são disputadíssimos, muita gente para pouco táxi. Após algum tempo, conseguimos pegar um táxi e acreditem, nossas malas nos deram problema de novo rsrsrs: eram grandes e não cabiam no carro, sem pestanejar, o motorista as amarrou no porta-malas e no capô kkkkkkkkkkk. Descobrimos depois que, os hotéis das ilhas, disponibilizam transfer de graça porto - hotel - porto. Na volta, informamos o horário de nosso barco e o hotel, na hora combinada, nos levou de van, gratuitamente, até o porto para embarcarmos para Santorini. |
Nosso hotel em Mykonos - K'Group: com a arquitetura típica das ilhas Cíclades |
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A piscina do nosso hotel e, ao fundo, uma típica igrejinha de Mykonos |
De Mykonos a Santorini fomos, também, de barco rápido e levou pouco mais de 2h. No porto de Santorini, como já sabíamos, havia um ônibus esperando para nos levar até o hotel, são vários ônibus, então você precisa perguntar qual o ônibus te leva para seu hotel, cada ônibus leva hóspedes de vários hotéis diferentes.
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Carol e Pati no barco |
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Indo para Santorini: Carol e Pati dentro do barco rápido |
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Vista da janela do nosso quarto de hotel: arquitetura típica das ilhas Cíclades |
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Nosso hotel em Santorini - Blues Suites Hotel |
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Nosso hotel em Santorini - Blues Suites Hotel |
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Eu, Dani, em nosso hotel em Santorini - Blues Suites Hotel |
De Santorini voltamos a Atenas para pegar o avião até Zakynthos. O porto de Santorini para os barcos rápidos é bem melhor que o de Mykonos, parece o porto de Santos, só que menor. O barco, que nos levaria até Atenas, atrasou por volta de 1h, e aí ele compensou o tempo correndo muito, realmente "voou" pelo mar, mas, super seguro, ninguém enjoou e ele chegou quase que na hora marcada no porto de Pireus. A viagem, de barco rápido, demorou 4:30h ( barco normal leva quase o dobro do tempo), aproveitamos para descansar.
Para nós, seria melhor o porto de Rafina, que fica próximo ao aeroporto; o porto de Pireus fica do outro lado de Atenas, mas, sem opção, tivemos que descer em Pireus.
Pireus é um município vizinho a Atenas e situado em sua zona urbana a uns 10 km, no qual se localiza o porto o principal porto da Grécia. É acessível pelo metrô de Atenas.
Como chegar a Pireus - Atenas ou Atenas - Pireus: de táxi, leva aproximadamente uns 30 minutos, custa 20 euros (durante o dia) e 25 euros (das 0:00h às 5:00h); de metrô, a linha verde, que começa na estação Kifissia e termina em Pireus, a estação fica logo a direita na frente do porto, funciona das 5:30h às 0:00h (às sextas-feiras e sábados até às 2:00h), leva uns 25 minutos, custa uns 3 euros, a linha verde conecta à linha vermelha e linha azul, que vai até o aeroporto; de ônibus (n. 049 de Omonia/Atenas até Pireus, das 6:30h às 22:00, ou n. 040 de Syntagma/ Atenas até Pireus, 24 horas), leva uns 15-20 minutos, custa uns 2 euros, o ônibus pára em Kotzia Square (Piraeus centro) e você tem que andar uns 10 minutos até o porto.Chegamos no Porto de Pireus por volta da 23:30, portanto o metrô já estava fechado. Decidimos ir de ônibus, pois sabíamos que tinha uma linha direta Pireus - Aeroporto, só não sabíamos onde era o ponto. Quase meia-noite e nós andando pela cidade, procurando por alguém para perguntar onde era o ponto de ônibus #nóstotalmentesemnoção. Foi neste dia que descobrimos que "Deus protege as crianças, os bêbados" e os turistas: encontramos um moço, que não só nos ensinou o caminho, mas também nos acompanhou até o ponto, que ficava uns 3 quarteirões do Porto. Após aproximadamente 1h, e por uns 3 euros, chegamos salvas no aeroporto, tudo super tranquilo, sem problemas. O ônibus é X96, que funciona 24 horas.
Zakynthos só tinha 2 voos por dia: um as 5:40h e outro a noite, então optamos pelo da "madrugada". Chegamos no aeroporto por volta da 1:30h, então ficamos por lá, esperando nosso avião até 5:40h, já que não compensava pagar hotel. O aeroporto de Atenas é bem legal, por coincidência, encontramos nosso amigo Cris, que conhecemos em Santorini, conversamos um pouco e depois fomos todos, inclusive o Cris, "tirar um cochilo" no Mc Donalds, rsrsrs, normal, todo mundo fazia isto lá. Vida de turista não é fácil, mas é muito boa!!!
Às 5:40h voamos em um avião pequeno da Olympic Air para Zakynthos, pagamos uns 100 euros pela passagem Atenas - Zakynthos - Atenas, compramos direto no site da companhia aérea (http://www.olympicair.com/). O voo leva apenas uma horinha.
Chegamos em Zakynthos quase 7:00 da manhã. O aeroporto estava lotado, pois Zakynthos é o local preferido dos ingleses, alemães e italianos para as férias, principalmente para os jovens: chegam aviões fretados de jovens que vão passar férias lá. Digamos que Laganás (praia de Zakynthos) é uma mini Las Vegas para adolescentes e jovens na faculdade.
Em Zakynthos foi o primeiro, e talvez o único, lugar da Europa que pegamos a sesta na hora do almoço, tudo tudo fechado, uma cidade deserta, quase surtei porque odeio lugar deserto. As 16-17h tudo volta ao normal e fica aberto até às 21-22h. Ah, em todos os lugares da Europa, que alugamos carro, apresentamos a carteira de motorista brasileira e nunca tivemos problemas, em Zakynthos foi o único lugar que nos pediram a carteira internacional de motorista, foi difícil achar um lugar que aceitava a CNH brasileira, mas achamos, ufa, porque uma praia é longe da outra.
A ilha é grande, então para não errar, resolvemos pegar um hotel no centro da ilha (downtown), e não nos arrependemos. A arquitetura de Zakynthos é bem diferente das ilhas Cíclades, é uma arquitetura mais veneziana, já que Zakynthos fica próxima a Itália.
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Colina Stráni-vista de Zakynhos Town |
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Zakynthos Town-Igreja São Dionísio |
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Zákynthos Town-estátua do poeta Salomós : praça principal |
Pegamos um hotel familiar e fomos muito bem tratadas. O filho do dono até nos convidou para um happy hour na casa de uma amiga, para conhecermos um pouco do dia-a-dia grego, segundo ele, os gregos se reúnem todo domingo à noite na casa de alguém para conversar, comer e beber, para variar, fomos muito bem recebidas, algo super tranquilo. Nós aceitamos o convite, porque era perto do hotel e fomos a pé, mesmo sabendo que Deus protege os turistas, não teríamos ido se não fosse perto do hotel e se não tivéssemos conhecido toda a família dona do hotel, até os fofíssimos cachorros.
Reserve um dia inteiro para fazer o passeio de barco ao redor da ilha. IMPERDÍVEL!!! O barco sai às 9:00h e retorna às 17:00, há restaurante nele. Compramos o passeio no dia anterior em uma das agências de turismo da cidade. O barco pára em vários pontos para mergulho e na praia de Navagio Beach ou Shipwreck (a da foto que a Carolina viu, veja acima), que só é acessível por meio de barco; de carro você só consegue vê-la por cima, não tem como descer, nem a pé.
O barco também passa pelas grutas famosas, esculpidas pelas águas, e por formações rochosas lindas no meio do mar. Durante o passeio de barco, vimos golfinhos, foi emocionante. Esperávamos também ver as famosas tartarugas marinhas de Zakynthos (caretta caretta), mas não conseguimos.
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Passeio de barco ao redor Zakynthos: Navagio Beach ou Shipwreck, nosso barco
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Passeio de barco ao redor Zakynthos: Navagio Beach ou Shipwreck, nosso barco |
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Passeio de barco ao redor Zakynthos- mergulho nos arredores de Vassilikos Beach |
No dia seguinte íamos fazer um passeio de barco especial para ver as tartarugas, mas o tempo estava fechado e tinha somente um barco fazendo o passeio, todos os outros cancelaram os serviços, daí decidimos não abusar da sorte, e não fomos.
Em Zakynthos, brasileiro era "coisa" rara, todos nos tratavam muito bem quando falávamos que éramos brasileiras. O comandante do barco (passeio ao redor da ilha) fez questão de vir falar conosco.
Percebemos, em Zakynthos, que eles achavam os brasileiros ricos, porque todos ficavam boquiabertos quando dizíamos que estávamos viajando há mais de 15 dias. Na hora que fomos embora do happy hour na casa da amiga do dono do nosso hotel, nos despedimos dizendo que todos seriam bem-vindos ao Brasil, ao que nos responderam: "não temos condições, a Grécia não é tão rica como o Brasil", eu lhes respondi que tudo melhoraria lá, sem saber que tudo pioraria aqui. Bons tempos aqueles em que o Brasil era visto como um país em grande crescimento.
Voltamos de avião para Atenas e do aeroporto já embarcamos para Roma (ver post Roma).
Os gregos são muito simpáticos, falam um inglês com um sotaque muito engraçado (tree = tri), mas dá para entender, além deles fazerem um esforço tremendo para nos entender e se fazerem entender. Em geral, fumam muito, em qualquer lugar, até no café da manhã, mas a simpatia deles nos faz relevar este defeito.
A Grécia era um país relativamente barato quando comparada com outros países da Europa. É linda, maravilhosa: o lugar mais lindo e diferente de tudo o que já vimos. Valeu cada segundo, cada euro, cada "pedala"!!!! O lugar mais lindo do mundo!
Beijos, Dani-R.