Exposição Caillebotte
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Exposição Caillebotte


Ontem estive no Museu Jacquemart-André, em Paris, para assistir a exposição "Dans l'intimité des frères Caillebotte, Peintre et photographe".

Trata-se dos dois irmãos Gustave (pintor) e Martial (fotógrafo) Caillebotte. Gustave é o mais conhecido, não apenas pela sua pintura, mas pelo seu papel de mecenas para com seus amigos impressionistas. Amigo de Monet e de Renoir, ele frequentava os artistas da época e podemos igualmente qualificar sua obra como impressionista.

Oriundos de uma família rica, os irmãos não tinham preocupações com dinheiro e puderam se dedicar ao que lhes dava prazer: a arte. Eles moraram juntos mesmo após a morte dos pais (em um apartamento parisiense), até o casamento de Martial. Mas mesmo após os dois irmãos contunuaram próximos.
Muitas das obras de Gustave Caillebotte foram realizadas nesse apartamento do Boulevard Haussmann (esquina com a rua Gluck) ou da sacada do mesmo (como esse acima). Ele adorava observar as pessoas e o que se passava "lá fora" e representar todo esse quotidioano urbano em seus quadros. A maioria dos quadros de Gustave provém de coleções particulares, e muitas das obras ali expostas são exibidas ao público pela primeira vez.

Gostei muito dessa obra, com uma luminosidade perfeita. também gostei do personagem praticando um esporte "bem físico", mas vestido de forma impecável. Ele representava como ninguém essas facetas da
sociedade parisiense do final do século XIX.

Porém a novidade da exposição é essa confrontação da obra de Gustavo com as fotografias de seu irmão Martial (igualmente compositor e pianista, de uma sensibilidade incrível). Ele imortalizou uma Paris em transformação arquitetônica com os novos dispositivos do barão Haussman, as grandes exposições universais, mas principalmente uma vida familiar feliz em todo esse contexto.

Aqui ele fotografou seu irmão Gustave e sua cachorra, na praça do Carrousel du Louvre.
Prestem atenção no efeito da foto, praticamente uma pintura impressionista.

Com a morte de Gustave (que nunca se casou e que não deixou herdeiros), seu irmão e o pintor Augusto renoir (amigo) iniciaram uma longa batalha para que o estado aceitasse o legado de Gustavo: uma grande coleção de obras impressionistas de artistas até então pouco apreciados, como Degas, Monet, Renoir e Pissarro. Hoje boa parte dessa coleção é propriedade do Musée d'Orsay.

Esse é um dos quadros mais conhecidos de Gustave Caillebotte, que pode ser visto no Musée d'Orsay. Ele fez escândalo na época pois pela primeira vez trabalhadores da "cidade grande" eram representados em pleno trabalho, com essa riqueza de detalhes. O quadro é extremamente realista (diríamos uma foto).

A exposição percorre o seguinte percurso:
1. Paris em perspectivas: como falei no início, mostrando a vida parisiense;

2. Na intimidade dos Caillebotte: a vida familiar, reuniões familiares e com amigos;

3. Os prazeres do jardim: na propriedade da família a Yerres (que pode ser visitada), Gustavo gostava de viver ao ar livre e pintar essa paisagem de jardim e de flores, influenciado por seu amigo Monet.

4. A paisagem moderna: a representação de uma Paris (principalmente) urbanizada com os novos conceitos de transportes, pontes...


5. Agua: apaixonado pelos esportes de água, como a vela, a canoa, foi um outro tema de suas obras.


Exposição mais do que indicada! Mas atenção, ficamos mais de 1h30 na fila para entrar, então melhor ou ir cedo ou comprar ingresso com antecedência pelas bilheterias autorizadas, como Fnac. Nós tivemos sorte pois estávamos acompanhados de amigos muito divertidos, então para mim o tempo passou rápido e nem senti. Para quem vai visitar no domindo, vale lembrar que praticamente todos os restaurantes do bairro não abrem domingo, então aconselho almoçar em outro bairro antes ou depois de visitar o museu.
O museu Jacquemart-André também é lindo, um hôtel particulier magnifico do século XIX, todo decorado com móveis e objetos raros de época, além de uma linda coleção de arte, incluindo 2 obras de Botticelli. O casal formado por Edouard André e Nélie Jacquemart, apaixonado por arte, passou anos e anos colecionando obras obras de arte. Com a morte de seu marido, a esposa foi mesmo até o oriente para enriquecer a sua coleção, e deixou tudo para ser transformado em museu, que abriu de fato suas portas em 1913.

Quando: até o dia 11 de julho.
Quando: 10 euros
Onde: 158, bd Haussmann, 75008 Paris
Acesso: Metro Mirosmenil



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