Há duas cidades no mundo que claramente se destacam de todas as outras como estando localizadas num ambiente natural fora do comum e de beleza inquestionável: a Cidade do Cabo, na África do Sul, e o Rio de Janeiro, no Brasil. A busca da perspectiva perfeita, do melhor ângulo, da visão que nos ficará na memória é, para estas cidades, um objectivo dos viajantes que faz ainda mais sentido. No nosso périplo pela África Austral, o nosso ponto de partida foi precisamente a belíssima Cidade do Cabo.
Rodeada por promontórios rochosos e por uma floresta em alguns pontos luxuriante, a cidade presenteia os visitantes com inúmeros recantos e diversos pontos de interesse para quem pretende ter uma visão geral da cidade. Como tínhamos percorrido de carro a costa desde o ponto mais a sul do continente africano, o Cabo Agulhas, infelizmente não tínhamos muito tempo para dedicar à cidade do Cabo. Sabíamos que seria uma primeira introdução à cidade, e sabemos que um dia teremos de voltar de modo a desfrutar melhor e mais aprofundadamente de tudo o que esta metrópole tem para oferecer.
Sendo assim, tivemos de escolher muito bem o que faríamos, e fazer opções. No que diz respeito à visão global da cidade, tínhamos programado uma subida (em teleférico) à Table Mountain, uma montanha que faz parte do imaginário dos viajantes e que pertence a um conjunto de elevações interligadas (conhecidas como os Doze Apóstolos), e uma subida a pé à Lion's Head, uma elevação que se ergue isoladamente e que permite uma visão da cidade (e da própria Table Mountain) em 360 graus.
O dia amanheceu com um céu azul lindíssimo e esfregamos as mãos de contentes. No entanto, as previsões que tínhamos consultado no dia anterior confirmavam-se: a cidade estava sujeita a um vento incessante, com rajadas por vezes fortes (50 km/h), que teria tendência a piorar ao longo do dia. Rapidamente percebemos que o teleférico da Table Mountain não poderia funcionar nestas condições e decidimos tentar a subida à Lion's Head logo de manhã. Para isso equipamo-nos convenientemente com protector solar, chapéu e água, mas principalmente com os casacos Cumulus, com revestimento da Climashield®, extremamente leves mas perfeitos para um isolamento térmico e protecção contra o vento.
Apanhamos um táxi até ao sopé da montanha e início da subida. Logo aqui a vista vale bem a pena, com a Table Mountain à direita, e o centro da Cidade do Cabo (City Bowl) à esquerda, juntamente com a zona do porto e marina. Aqui sentia-se muito o vento e sabíamos que poderia não ser possível ir até mesmo ao topo, pois a subida torna-se bastante íngreme, inclusive tendo a ajuda de correntes e escadas presas na rocha. Mas faríamos o nosso melhor.
A subida começa suave, em caminho de terra batida, contornando a montanha. Gradualmente, o caminho vai-se estreitando, e o declive vai aumentando. Por esta hora da manhã, são ainda poucos os que se aventuram nesta subida, ainda para mais com estas condições de vento. No entanto, neste lado sul da montanha, estávamos abrigados e o vento não se fazia sentir tanto e progredíamos a um bom ritmo. Tínhamos já óptimas vistas sobre a Camps Bay, no lado oeste da Península do Cabo, os Doze Apóstolos, e, mais para sul, Llandudno e uma das pontas da península, encimada pela Sentinel (esta não visível deste ponto). Infelizmente a parte da península mais a sul, que corre até Cape Point, ou o nosso Cabo da Boa Esperança, não é visível daqui.
Circundando a montanha, começamos a virar para o lado noroeste e, aqui, temos mais uma visão magnífica da cidade, primeiro o bairro de Clifton, depois Sea Point, por baixo da Signal Hill, e novamente a zona do porto, mas agora também a ilha de Robben, bem visível ao fundo, na Table Bay, a uns 11 km da costa.
Estávamos agora no início da parte mais íngreme da subida. Aqui, expostos a nordeste, o vento fazia-se sentir muito forte e tínhamos de caminhar com muito cuidado. A primeira escada teve de ser bem agarrada e, em seguida, subimos um troço de rocha nua, com o auxílio de correntes e pregas de metal cravadas na rocha. Quando finalmente subimos ao final desta aresta, voltando ao lado sudeste da montanha, tivemos direito a uma perspectiva fenomenal da Table Mountain e novamente de Camps Bay.
Agora faltavam poucos minutos para o topo. Mas este troço final estava tão exposto, que o vento fazia-se notar com uma força que ainda não tínhamos sentido durante a subida. De tal forma que, para nos mantermos em segurança, tínhamos de nos sentar atrás de uma rocha, que servia de anteparo. Os 2 casais que estavam à nossa frente desistiram e começaram a descer. Esperamos ainda algum tempo a ver se o vento amainava. Ponderamos os riscos e analisamos o que faltava subir. Vimos uma escada completamente exposta ao vento de lado, assim como o topo propriamente dito. Decidimos que não valia a pena correr o risco de nos magoarmos e pormos em causa a nossa viagem que ainda agora estava a começar. Podíamos esperar mais tempo, mas também tínhamos o resto da cidade para conhecer e não podíamos passar ali o dia.
Sendo assim, decidimos descer, não sem alguma frustração. No caminho para baixo, continuamos a desfrutar das excelentes vistas que o céu completamente limpo permitia. Foi pena o vento... Quando chegamos à base, estávamos satisfeitos, apesar de não termos chegado ao topo. As vistas são fabulosas e fica-se com uma perspectiva global da cidade e da sua envolvência sem comparação. Não podíamos parar, no entanto. Ainda muito havia para conhecer e explorar na Cidade do Cabo.
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