Como relatado no post anterior, viajei de Lisboa para Óbidos e usei esta cidade como base para conhecer com mais calma esta região de Portugal. No dia seguinte, peguei o carro e segui pela estrada A8, chegando em Batalha em menos de uma hora (antes parei no Mosteiro de Alcobaça, mais irei falar dele em outro post). Para minha surpresa estacionei em frente ao Mosteiro, pagando um valor irrisório de estacionamento. Tanto a cidade como o mosteiro estavam vazios e sem fila, aliás Portugal é muito subestimado pelos turistas. Na minha opinião este país tem atrações de sobra para serem vistas a preços muito mais convidativos que o resto da Europa.
Logo quando chegamos ao mosteiro, já nos impressionamos com a sua arquitetura em estilo manuelino, não é a toa que ele é considerado patrimônio histórico pela Unesco e foi eleito uma das 7 maravilhas de Portugal. Imagino que D. João I deve ter ficado satisfeito com o trabalho que foi feito. Explicando melhor, em 1385 D. João I enfrentou o exército dos Castelhanos pela soberania de Portugal nas planícies de Alubarrota. O exército de D. João I estava em menor número e menos equipado, e diante desta situação ele fez uma promessa à Virgem Maria que iria construir o Mosteiro de Batalha caso vencesse a batalha.
A primeira e gratuita parte da visita é a capela. Formada por um longo corredor, a capela tem um pé direito muito alto sustentado por colunas ricamente trabalhadas. Mas o que me chamou mais a atenção foi o sol batendo contra os vitrais coloridos formando círculos de luz sobre a figura dos santos, criando um clima místico.
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Um dos muitos vitrais que adornam o Mosteiro |
Para visitar o restante do mosteiro, é necessário comprar um bilhete que custa 6 euros. Se você tiver tempo, minha sugestão é adquirir o bilhete conjunto que custa 15 euros e dá direito a visitar os mosteiros de Alcobaça, Batalha e o Convento de Cristo em Tomar. Essas são as 3 principais atrações desta região, e na minha humilde opinião, devem ser visitadas.
Comprado o bilhete, você pode visitar a
Capela do Fundador , onde repousam D. João I e sua rainha inglesa Philippa de Lancaster. No centro da capela encontra-se o túmulo ricamente detalhado em pedra do casal. Além da tumba dos reis também encontra-se sepultado aqui o príncipe Henrique, o navegador.
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Túmulo de D. João I na Capela do Fundador |
Outra área passível de visitação é o
claustro, lugar aberto e agradável de se caminhar depois de tanto tempo em um lugar fechado. Destaque aqui são as trabalhadas colunas e arcos manuelinos esculpidos à perfeição. A partir do claustro temos acesso ao Túmulo do Soldado Desconhecido, onde sentinelas e uma chama eterna guardam dois túmulos de soldados portugueses que morreram na Primeira Guerra Mundial.
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Claustro |
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Tumulo do Soldado Desconhecido visto a partir do Claustro |
A última parte da visita são as famosas
Capelas Imperfeitas. Para se chegar lá temos que sair do mosteiro e acessar as capelas por uma entrada separada. Eu me perdi um pouco antes de achá-las, mas existem funcionários solícitos para te guiarem caso você também se perca. As Capelas Imperfeitas eram um desejo de D. João I, que escreveu em seu testamento detalhes de como criar seu próprio espaço funerário. Assim, D. Duarte começou as obras criando talvez os melhores exemplo de arte manuelina. É uma sala octogonal com impressionantes arcos esculpidos em pedra. A parte mais ambiciosa do projeto que seria o teto da capela nunca foi iniciada, pois os funcionários abandonaram a obra para poder construir o Mosteiro de Jerônimos em Belém.
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Entrando nas Capelas Imperfeitas |
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As Capelas Imperfeitas ficaram mais "perfeitas" sem teto. |
Finalizando a visita é hora de voltar para o carro e escolher outro lugar para visitar ou um lugar para almoçar. Tirando o mosteiro, não vi grandes atrativos em Batalha, então eu partiria para a cidade de Tomar, para almoçar e depois conhecer outro Patrimônio da Humanidade, o Convento de Cristo. Mas isto já é assunto para um outro post, até lá!
Postado por Vinicius Buccazio em 01.07.2013
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